[1.43] PSD vence e direita esmaga, é o que "diz" grande sondagem para as Europeias
Estudo da Ipsos para a Euronews confirma a subida da extrema-direita mas o "bloco central" entre PPE/S&D mantém o poder sobre os cordelinhos que mexem a União
SONDAGEM
PSD vence e direita esmaga, é o que "diz" grande sondagem para as Europeias
Há cinco dias VamoLáVer tinha antecipado a grande guinada brutal à direita, nos votos e nas políticas a esperar do Parlamento Europeu e da Comissão Europeia como consequência das eleições europeias de junho próximo. Ontem a Euronews abriu a sua intensa cobertura das europeias com uma gigantesca sondagem que no essencial confirma o que já se adivinhava — embora com menor intensidade na “guinada”, como leremos mais abaixo.
Em Portugal, a sondagem da IPSOS para a Euronews coloca o PSD como o partido mais votado, com 31% das intenções de voto. O PS surge em segundo lugar com 29,6%, confirmando a viragem do país à direita já expressa nas legislativas de março.
Apesar da proximidade nas intenções de voto, tanto PSD como PS elegeriam oito euro-deputados cada. O PSD ganharia um e o PS perderia um face aos atuais.
Mas a brutalidade não está no centro do sistema: está nas margens. Os Greens (PAN) desaparecem e The Left (PCP e BE) perdem três dos quatro deputados que detém — e o PCP desaparece. A bancada esquerda fica esmagada: à direita surgem IL, com um deputado, e CH, com quatro.
Portugueses entre os que mais querem a União
Segundo as sondagens da Ipsos para a Euronews, os eleitores mais favoráveis a dar mais poderes à UE são os jovens, os portugueses e os apoiantes dos partidos verdes. Apenas 22% dos inquiridos quer atribuir mais poderes à UE, enquanto 46% prefere reforçar o poder de decisão do seu próprio país.
Portugal é o país mais pró-europeu dos 18 Estados-Membros sondados, com 36% dos eleitores a querer que Bruxelas resolva os grandes desafios. Em contraste, 63% dos eleitores franceses preferem que as decisões sejam tomadas em Paris.
A coligação dos Verdes da UE é o grupo político mais favorável à UE, com 41% dos seus eleitores a apoiar mais poderes para a União. Já 65% dos eleitores do ECR (direita) e 80% dos eleitores do ID (nacionalistas extremistas) querem que os problemas sejam resolvidos pelas capitais nacionais.
Maior enxurrada de extrema-direita virá de França
Em França a Rassemblement National lidera as sondagens, com 30,7% das intenções de voto, um aumento de 7,7% em relação a 2019, ainda segundo os dados extraídos da Euronews.
A coligação liberal de Emmanuel Macron, Besoin d'Europe, sofre uma queda de 3,9% nas intenções de voto. Les Républicains obtêm 7,6%, uma queda de 1,4%, perdendo votos tanto para a extrema-direita como para os partidos de centro-direita.
O Parti Socialiste / Place Publique, de centro-esquerda, surge em terceiro lugar com 12,2%, mais do que duplicando a sua percentagem de votos em relação a 2019. O Europe Ecologie Les Verts obtém 8,1%, uma queda de 5,9%, refletindo uma reação negativa às políticas verdes implementadas.
La France Insoumise, de extrema-esquerda, obtém 7% dos votos, um aumento modesto de 1% em relação a 2019.
Em termos de assentos, a Rassemblement National lidera com 28 (+5), seguida pela Besoin d'Europe com 17 (-6) e o Parti Socialiste / Place Publique com 11 (+5).
“Coração” do sistema permanece ao centro
A mesma sondagem da Ipsos para a Euronews, com cerca de 26.000 pessoas em países que representam 96% da população da UE, prevê uma subida do apoio à extrema-direita nas próximas eleições para o Parlamento Europeu.
Apesar deste aumento, os partidos pró-europeus deverão manter 63% dos lugares, não alterando fundamentalmente a aritmética do Parlamento Europeu, onde os centristas continuarão a ter a maioria necessária para confirmar funcionários e aprovar legislação.
Os partidos de extrema-direita e eurocéticos poderão liderar as sondagens em quatro dos seis membros fundadores da UE.
As eleições, a realizar de 6 a 9 de junho de 2024 para eleger 720 eurodeputados, serão um dos maiores exercícios democráticos do mundo, com quase 400 milhões de eleitores elegíveis.
A sondagem prevê poucas alterações na representação dos dois principais partidos políticos da UE, o PPE de centro-direita e os Socialistas de centro-esquerda, com variações de apenas alguns pontos percentuais face à sua posição atual.
O grupo liberal Renew Europe, a coligação de Emmanuel Macron, deverá ficar em terceiro lugar enfraquecido, enquanto os grupos de extrema-direita ID e eurocético ECR deverão relegar o Partido Verde para o sexto lugar.
Euronews, Polls da Euronews, French Dispatch
À espera do governo
🗳 O líder da Aliança Democrática, Luís Montenegro, garantiu que manterá o compromisso de não formar governo com o Chega, apesar da vitória por margem mínima nas eleições. Montenegro pediu “responsabilidade” ao Chega e ao PS, reconhecendo a necessidade de procurar consensos. Fonte: RR
🇵🇹 Os resultados finais das eleições legislativas, incluindo os votos da emigração, deverão confirmar a eleição de mais dois deputados pelo Chega e um pela AD e PS cada. No entanto, Augusto Santos Silva deverá ficar de fora do Parlamento. Fonte: CNNP
💻 A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, reiterou que o partido “não viabilizará orçamentos da direita”, embora esteja aberto a votar matérias concretas de acordo com o seu programa político. Fonte: TSF
🤝 O BE e o PAN abriram a porta ao diálogo e convergência na oposição ao futuro governo de direita, visando impedir retrocessos sociais. Fonte: Lusa
💼 O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, manifestou disponibilidade para viabilizar um Orçamento retificativo da AD limitado a matérias de consenso, como a valorização das grelhas salariais de alguns grupos profissionais da administração pública. Fonte: Lusa
🇵🇹🤝 Tranquilo. António Costa assegura continuidade do apoio de Portugal à UE
Costa tranquilizou Bruxelas sobre continuidade de Portugal no projeto europeu, apesar de transição governativa.
O Chega, apesar de ser de extrema-direita, nunca adotou postura de euro-ceticismo, destacou Costa.
António Costa, primeiro-ministro cessante de Portugal, reafirmou o compromisso do país com a União Europeia durante uma reunião com Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia. Esta garantia surge numa altura de transição governativa e crescimento da extrema-direita em Portugal. Costa destacou que os dois principais partidos portugueses continuam a ser a principal base de suporte ao projeto europeu.
O primeiro-ministro mencionou também o partido Chega, liderado por André Ventura, que apesar de ser de extrema-direita, nunca promoveu uma campanha contra a UE ou mostrou euro-ceticismo. Este partido apoiou o auxílio prestado pela UE à Ucrânia, evidenciando um alinhamento com as políticas europeias. Costa acrescentou que a população portuguesa é uma das mais pró-europeias, reforçando a mensagem de continuidade no apoio à UE e na política externa, independentemente da mudança governamental.
Fonte: JN
🇪🇺😟 Partidos extremistas estão a superar os centristas na conquista de utilizadores do TikTok
Partidos de direita lideram batalha cultural no TikTok, ganhando popularidade entre jovens
Euro-deputados de direita acumulam quase 39 milhões de likes e 2 milhões de seguidores
Partidos de centro e de esquerda preocupam-se com a falta de estratégia e presença digital
Segundo investigação do Politico, o TikTok emergiu como um campo de batalha crucial para angariar o apoio da próxima geração de eleitores na Europa, com partidos das duas “famílias” mais extremistas no Parlamento Europeu, o grupo Reformistas e Conservadores Europeus e o grupo Identidade e Democracia, a dominar a plataforma. Estes euro-deputados de direita conseguiram acumular quase 39 milhões de likes e dois milhões de seguidores. Em contraste, os membros do grupo de centro-direita Partido Popular Europeu detêm menos de 3% do total de likes na plataforma.
Políticos de várias fações expressaram preocupação com esta discrepância digital. Vladimír Bilčík, do PPE, que tem menos de 200 seguidores no TikTok, enfatizou a importância de não deixar o espaço digital dominado por forças anti-europeias. Além disso, representantes de partidos dos grupos Renew e European Greens reconheceram a necessidade de desenvolver estratégias de longo prazo para combater a desinformação e aumentar a presença online.
Um estudo recente da Ipsos para a família liberal Renew revelou um desafio específico em França, onde apenas 4% dos jovens entre 18 a 24 anos planeiam votar no partido Renaissance (de Macron) em junho, comparativamente com os 31% que consideram votar no candidato de extrema-direita Jordan Bardella. Apenas políticos da extrema-esquerda se aproximaram dos seus rivais de extrema-direita em número de seguidores no TikTok, somando mais de um quarto do total de subscrições das contas de euro-deputados na plataforma.
Fonte: Politico
👴🏽 🕌 A estratégia do Irão para dominar o Médio Oriente sobreviverá a Khamenei
A envelhecer, o líder supremo trata de garantir que qualquer sucessor siga o mesmo caminho
A frase
“O sistema governante não dá sinal de desejo de reformas e de evitar os erros do passado.” - Mohammad Khatami, ex-presidente reformista do Irão.
A atualidade
O Irão realizou recentemente eleições para o parlamento e a Assembleia de Peritos, um corpo de clérigos idosos responsável por escolher o próximo líder supremo. A massiva desqualificação de candidatos pelo regime causou a abstenção de muitos eleitores iranianos. No entanto, o Ocidente não deve ignorar essas eleições, particularmente a da Assembleia de Peritos, que nomeará o próximo líder supremo.
Qual é a importância da composição ideológica estreita da Assembleia de Peritos?
Mostra que o atual líder supremo, o aiatola Ali Khamenei, de 84 anos, decidiu preparar a sua sucessão, garantindo que a sua escolha não seja prejudicada pela dissidência dentro da elite governante. Isto também garante que os conflitos por procuração e as aspirações nucleares do Irão continuem a agitar o Médio Oriente.
Como foi a última vez que o Irão escolheu um novo líder supremo?
A última e única vez que o Irão escolheu um novo líder supremo foi em 1989, quando o fundador da República Islâmica, o aiatola Ruhollah Khomeini, morreu. Na época, o regime ainda gozava de certo apoio popular, e a elite política iraniana estava unida. A seleção de Khamenei como sucessor de Khomeini pode ter surpreendido muitos, dadas as suas credenciais religiosas medíocres, mas a elite política rapidamente se mobilizou por trás dele.
Quais são os desafios atuais para uma sucessão suave no Irão?
Atualmente, todos os elementos que tornaram possível a sucessão de 1989 estão ausentes. Os laços entre o estado e a sociedade estão rompidos, com mais de 70% da população a querer a separação entre religião e estado. O descontentamento é generalizado, com 60% dos iranianos a viverem na pobreza relativa. Mesmo os pobres e piedosos, outrora a base de apoio popular ao regime, têm tomado as ruas em números suficientes para inquietar a teocracia.
Como Khamenei lidou com a elite política iraniana?
Por mais de 20 anos, Khamenei incansavelmente reduziu a elite política, transformando muitos ex-membros do establishment em dissidentes descontentes. Na atual ronda de eleições, o regime desqualificou dezenas de leais ao regime que ainda não passaram no crivo. Khamenei preencheu todos os setores críticos do governo com pessoas como o presidente Ebrahim Raisi, um funcionário sombrio e sem brilho.
Como os membros da elite desqualificados vêem o futuro pós-Khamenei?
Os membros da elite desqualificados entendem que não têm um futuro brilhante na era pós-Khamenei. O ex-presidente Hassan Rouhani queixa-se abertamente da sua situação, enquanto Mohammad Khatami, o primeiro e último presidente reformista com algum poder, adverte que “não há sinal de desejo do sistema governante de reforma e de evitar os erros do passado”.
Como Khamenei está a lidar com a sucessão?
Khamenei, que superou e humilhou muitos homens com credenciais revolucionárias mais impressionantes, tem como referência a sua luta contra a monarquia iraniana durante a década de 1970. Na época, o xá estava em processo de liberalização do sistema político com reformas pró-ocidentais, o que levou a grandes manifestações e greves que acabaram por levar ao derrube da monarquia. Khamenei, que vê a ocidentalização como o impulso por trás dos pedidos de reforma política, está determinado a não cometer o mesmo erro.
Quais são os desafios que o Irão enfrenta?
O Irão enfrenta fortes ventos contrários, e um quadro governante mais diversificado poderia administrar melhor o aumento da desordem. Grandes fatias da população iraniana estão revoltadas e rebeldes, como mostram múltiplas ondas de protestos em todo o país desde 2009. A economia iraniana sistematicamente podre, minada pelo socialismo, corrupção e sanções, mantém o regime desequilibrado. As queixas económicas, decorrentes da pobreza generalizada e inflação próxima de 50% em 2023, repetiram protestos políticos mortais.
Como a busca do Irão pela hegemonia no Oriente Médio afeta o nacionalismo persa?
Ao contrário da capacidade do presidente russo Vladimir Putin de mobilizar o nacionalismo russo para a sua invasão da Ucrânia, a busca do regime iraniano por hegemonia no Médio Oriente não despertou o nacionalismo persa de forma a tornar-se uma vantagem para o regime.
Figuras
Aiatola Ali Khamenei: atual líder supremo do Irão, com 84 anos, que está a preparar a sua sucessão.
Aiatola Ruhollah Khomeini: fundador da República Islâmica do Irão, que morreu em 1989.
Assembleia de Peritos: corpo de clérigos idosos responsável por escolher o próximo líder supremo.
Ebrahim Raisi: presidente do Irão, descrito como um funcionário “sombrio, mas sem brilho”.
Hassan Rouhani: ex-presidente do Irão, que se queixa abertamente da sua situação após ser desqualificado pelo regime.
Mohammad Khatami: primeiro e último presidente reformista do Irão com algum poder.
Qassem Suleimani: comandante da Guarda Revolucionária Islâmica do Irão, assassinado pelos EUA.
Esmail Qaani: Sucessor de Qassem Suleimani na liderança das forças proxy do Irão.
O Irão em números
70%: percentagem da população iraniana que quer a separação entre religião e estado, de acordo com pesquisas patrocinadas pelo próprio regime.
60%: percentagem de iranianos que vivem na pobreza relativa.
50%: taxa de inflação no Irão em 2023.
1989: ano em que o Irão escolheu o seu último líder supremo após a morte do aiatola Khomeini.
Fonte: Foreign Policy
CURTAS
🇵🇹 Três em cada quatro famílias portuguesas enfrentaram dificuldades para pagar as contas em 2023, de acordo com o barómetro anual da Deco Proteste. A habitação foi apontada como o principal fator de aperto financeiro, com o Alentejo e Centro sendo as regiões mais afetadas. O estudo revelou que 75% das famílias admitiram ter dificuldades para saldar as despesas, e 7% encontravam-se em situação crítica. • Visão
📉 Após sete meses consecutivos de aumento, o número de desempregados inscritos nos centros de emprego recuou 1,2% em fevereiro face a janeiro. No entanto, em comparação com o mesmo período do ano anterior, o desemprego registado continuou a crescer, aumentando 4,9% em relação a fevereiro de 2023. O aumento homólogo deveu-se principalmente aos desempregados de longa duração, com ensino secundário, à procura de novo emprego e com menos de 25 anos. • Público
💶 A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, afirmou que, mesmo após um eventual primeiro corte nas taxas de juro no verão, o BCE não se comprometerá antecipadamente com uma trajetória concreta de descida. As decisões continuarão a depender da evolução económica e da inflação. • Expresso
💰 O número de entidades candidatas a receber a consignação de 0,5% do IRS ou doações do benefício fiscal do IVA ultrapassou as 5.000 este ano, de acordo com o Portal das Finanças. Os contribuintes podem escolher as entidades até ao final de março ou durante a entrega da declaração anual. • Público
🌲 O Programa de Revitalização do Parque Natural da Serra da Estrela, com uma dotação de 155 milhões de euros, visa criar dinâmicas de atração e fixação de população na região afetada pelos incêndios de 2022. • Visão
🌍 O presidente russo, Vladimir Putin, e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, discutiram a situação na Ucrânia e a cooperação nos grupos BRICS e Organização de Cooperação de Xangai. • RTP
🌊 O ministro dos Negócios Estrangeiros de Cabo Verde pediu medidas urgentes para ajudar os Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento a combater os efeitos das alterações climáticas. • Lusa
😮 O primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, anunciou inesperadamente a sua demissão por razões pessoais e políticas. Um novo líder do partido governamental Fine Gael será escolhido a 6 de abril. • CNNP
💰 Os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE afirmaram que a indústria de combustíveis fósseis deve ajudar a pagar o combate às alterações climáticas em países mais pobres, no âmbito de uma meta das Nações Unidas. • Reuters
💵 O presidente angolano, João Lourenço, conseguiu um alívio no pagamento da dívida à China durante a sua visita a Pequim, mas surgem sinais preocupantes dos Estados Unidos. • Negócios
ETIQUETAS
Um livro
Paradaise. Autoria: Fernanda Melchor, Tradução de Cristina Rodriguez e Artur Guerra Editora: Elsinore, 2024. “A violência, as várias possibilidades do mal, o que leva ao crime? A mexicana quer falar do subterrâneo da vida ‘normal’. A autora de Temporada de Furacões regressa com novo romance, Paradaise. Fernanda Melchor: ‘Gosto da ideia de chocar a consciência, para que não fiquemos indiferentes (…) O mal fascina-me porque acho que todos somos capazes do mal. Quando pensamos nas qualidades humanas, pensamos em coisas boas, no altruísmo, bondade, heroísmo, que somos capazes de nos sacrificarmos por uma ideia, pela nossa família, pelo nosso país. Tudo isso soa muito bem e é humano. Mas o oposto, o egoísmo, a violência, a inveja, todos os vícios, isso também é profundamente humano.’”. Isabel Lucas
Uma peça de teatro
O futuro já era. Companhia de Teatro de Almada, Teatro Municipal Joaquim Benite, Almada, até 24 março 2024. Texto de Sibylle Berg, Encenação de Peter Kleinert, Música de Chullage. Atores: Cecília Borges, Chullage, Diana Linguiça, Diogo Bach, Erica Rodrigues, Inês Saramago, Jacinta Correia. “O futuro já era consiste num manifesto de fúria, fuga e revolta individual. É-nos contada a história de quatro jovens criados em agregados familiares altamente instáveis, numa das regiões mais degradadas de Inglaterra: o Noroeste desindustrializado (…) baseia-se no romance GRM – Brainfuck, de Sibylle Berg, uma das mais renomadas escritoras suíças da actualidade, que venceu o Prémio para Melhor Livro Suíço 2019 e o Grand Prix de Literature em 2020. Pelo conjunto da sua obra, Berg viu ser-lhe atribuído também em 2020 o Prémio Bertolt Brecht.”
Uma exposição
Cooperativa dos Pedreiros ,José Pedro Croft, Galeria Nuno Centeno. Rua da Alegria, 598, Porto, até 8 de Junho 2024. “José Pedro Croft e dialécticas espaciais — uma exposição imperdível no Porto. No caso desta exposição, dadas as características da galeria – brutalista, diriam os arquitectos –, com pilares e chão de betão à vista, o ferro que ondula através do espaço não limita ou demarca (como se fosse uma cerca), mas introduz ritmo: o ritmo dos passos daquele que percorre a forma ondulante da escultura, semelhante a uma (muito especial) cerca, e com isso cria interrupções e diferenciações espaciais. Esta operação escultórica é de uma sofisticação e beleza surpreendentes e consegue poetizar aquele espaço.” Nuno Crespo
OPINIÕES
Carlos Matos Gomes discute a alteração dos instrumentos de unificação das massas no século vinte e como esta mudança induzida pela tecnologia fez as oligarquias ajustar os seus métodos para legitimar o seu poder. Na Medium.
José Conde Rodrigues aborda a persistência do centro social-democrata e liberal, apesar do declínio do socialismo e comunismo. No Público.
Luís Delgado observa a capacidade de Luís Montenegro de liderar por um longo período, com base na estruturação de um governo forte e eficaz, combinando experiências diversas. Na Visão.
Pedro Norton promove uma reflexão sobre a ideia de acomodar as propostas do partido Chega na ação governativa, sugerindo que ignorar este partido é uma falta de humildade democrática. No Público.
RELEMBRANDO
Não lemos todas as newsletters todos os dias, naturalmente… Podem ter-lhe escapado estes assuntos:
[1.42] Moscovo: Putin eleito отец народов, oposição no exílio é um fracasso. Decorativa para o Ocidente, a oposição fora da Rússia não tem qualquer influência em Moscovo. Putin venceu Putin e consolidou-se como отец народов, o pai dos povos.
[1.41] Europeias: guinada brutal à direita, nos votos e nas políticas. Verdes e Liberais vão perder votos e influência, as direitas radical e extrema vão crescer e atrair irremediavelmente o centro-direita. O PPE sairá desfigurado das próximas eleições europeias.
[1.40] O assalto em curso da extrema-direita populista à UE (e seus membros). No próximo Parlamento Europeu a esquerda estará esmagada: três em cada quatro euro-deputados serão de direita. E um em cada quatro será de extrema-direita.
[1.39] A novidade das legislativas: PSD nunca governou sem mandar no partido à sua direita. Foi governo ou em maioria absoluta ou coligação "engolindo" o partido mais pequeno e fofo à direita. O PSD pisa terreno novo com o Chega. Terá de aprender a diferença entre mandar e governar.
Economia do Irão "minada pelo socialismo"? Eheheh ok, ok.