[2.8] 🇫🇷 ⚔️ ✊ Parlamento francês derruba governo inventado por Macron em histórica moção de censura
Le Pen quer o caos, a esquerda quer governar: juntaram-se para derrubar um governo com solução para o défice mas sem força política. Macron não danificou só a França: o euro teme a contaminação.
Esta edição tem como foco especial a crise francesa, entre outros assuntos:
Parlamento francês derruba primeiro-ministro Michel Barnier em histórica moção de censura: 331 votos contra. Défice a caminho dos 7%
Tensão no Báltico: navio russo dispara munições de sinalização contra helicóptero alemão
OCDE prevê crescimento económico mundial estável até 2026, , mas a recuperação do comércio está ameaçada pelo retorno do protecionismo
António Costa defende alargamento da União Europeia com envolvimento da sociedade civil
E as breves, com dois destaques: o crédito à habitação em Portugal atinge valor recorde e as autárquicas começam a "mexer" com o anúncio de que António Braga será o candidato do PS à Câmara de Braga
ATUALIDADE
🇫🇷 ⚔️ ✊ Parlamento francês derruba primeiro-ministro Barnier em histórica moção de censura
A notícia - O Parlamento francês aprovou uma moção de censura contra o primeiro-ministro Michel Barnier, forçando a sua demissão e a do seu governo, numa votação histórica que marca a primeira destituição bem-sucedida de um primeiro-ministro desde 1962. A moção foi aprovada com 331 votos, superando os 288 necessários, numa aliança incomum entre a extrema-direita e a esquerda, motivada por disputas orçamentais.
O Presidente Emmanuel Macron, que insiste em cumprir o seu mandato até 2027, terá agora de nomear um novo primeiro-ministro, sendo esta a segunda vez que o fará desde as eleições legislativas de julho. Barnier, nomeado em setembro, torna-se assim o primeiro-ministro com o mandato mais curto da história moderna da República Francesa.
Composição do Parlamento - A Assembleia Nacional francesa encontra-se profundamente dividida, sem qualquer partido com maioria absoluta. É composta por três blocos principais: os aliados centristas de Macron, a coligação de esquerda Nova Frente Popular e a extrema-direita Reunião Nacional, liderada por Marine Le Pen.
Motivos da moção - A moção de censura surgiu da forte oposição ao orçamento proposto por Barnier, com os blocos da oposição a acusarem-no de impor medidas de austeridade e de não responder às necessidades dos cidadãos.
Impacto económico - A instabilidade política poderá afetar os mercados financeiros, com a França sob pressão da União Europeia para reduzir a sua dívida. O défice do país está estimado em 6% do PIB este ano, podendo aumentar para 7% no próximo ano sem ajustes drásticos.
Perspetivas futuras - Não poderão ser convocadas novas eleições legislativas até julho, o que poderá criar um impasse político. Macron terá de encontrar um novo primeiro-ministro que consiga trabalhar com um parlamento fragmentado.
Fonte: apnews.com
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Crise governamental em França: o que se segue?
O governo francês enfrentou hoje, quarta-feira, duas moções de censura que serão votadas no parlamento. Como os partidos da oposição de esquerda e o populista de direita RN votaram contra o gabinete do primeiro-ministro Michel Barnier, o presidente Emmanuel Macron terá de nomear um novo chefe de governo, cuja maioria parlamentar poderá novamente ser incerta.
Um pouco por toda a Europa, sendo Portugal uma notória exceção, os editorialistas e colunistas observam a situação com preocupação.
🗣 Em editorial o El País analisa que "a decisão de nomear Barnier em vez de um representante da esquerda — ou que pelo menos contasse com o apoio desta família política — voltou-se contra ele. Os partidos, tanto os progressistas como a extrema-direita, poderiam forçá-lo a submeter-se às urnas. A curto prazo, tem de lidar com uma difícil crise política e com a agitação nos mercados, que pode piorar. Mas a médio e longo prazo, a instabilidade leva todos os partidos de França a pôr os olhos no horizonte eleitoral. Com Le Pen à frente das sondagens, o tramo final da presidência de Macron ameaça ruína." • El País (Espanha)
🧐 Niklas Záboji defende que "toda a elite política deve perguntar-se se compreendeu a gravidade da situação. A França está sentada na maior montanha de dívida da Europa e precisa de fazer cortes para preservar alguma margem orçamental e não desperdiçar a confiança já abalada das agências de rating e dos mercados obrigacionistas. Não tem faltado tiros de aviso. E uma coisa também é clara: nos próximos meses, a capacidade de ação da França será ainda mais limitada do que já é. São más notícias para a Europa, que deveria estar preocupada com outras questões face aos desafios geopolíticos." • Frankfurter Allgemeine Zeitung (Alemanha)
✍️ Jean-Philippe Derosier argumenta que "a nomeação de um novo primeiro-ministro e de um novo governo limitaria significativamente a influência do partido de Marine Le Pen. Neste momento, todos percebem que o futuro do governo está nas suas mãos, já que só pode manter-se no poder graças à sua boa vontade. Ela está a jogar bem esta carta ao aumentar a pressão. Se um novo governo for nomeado num futuro próximo, seja numa base conjunta (sem dúvida mais à esquerda) ou como um governo 'técnico', a sua influência seria severamente limitada, se não reduzida a zero." • Le Nouvel Observateur (França)
🕵️ Nikos Philippidis observa que "segundo os psicólogos, a primeira fase de uma situação negativa é recusar aceitar o quão difícil ela é. Nesta fase, as pessoas interpretam todos os eventos como se não apresentassem qualquer problema. Mas os 'malditos' mercados sabem melhor... E uma vez que se perde o controlo da situação e se a deixa nas mãos dos mercados, raramente há volta a dar. Mesmo que seja a segunda maior economia da Zona Euro, a poderosa França. Dados do Banco de França mostram que os investidores japoneses têm vendido obrigações francesas em massa nos últimos dias e procurado portos mais seguros." • To Vima (Grécia)
🗣 O El Periódico alerta que "pouco antes de Donald Trump tomar posse e com a Alemanha a caminho de eleições... Numa Europa que está a perder competitividade e luta para inovar, as dificuldades económicas e políticas que os dois polos do eixo franco-alemão estão a experimentar são notícias terríveis. A crise francesa é também um fardo para a nova Comissão Europeia de Ursula von der Leyen... Nesta situação, as principais forças políticas que têm apoiado a UE – os socialistas, os partidos populares, os liberais e os verdes – deveriam refletir sobre como combater o populismo que ameaça a sua existência continuada." • El Periódico (Espanha)
✍️ Michel de Rosen adverte que "as taxas de juro subiriam. Os mercados financeiros estão preocupados com França. Não sabem que direção o nosso país vai tomar... A atratividade de França diminuiria. Nos últimos anos, desde 2015, França tornou-se mais atrativa para investidores estrangeiros... Mas desde a dissolução do parlamento, os investidores perguntam-se: devem investir noutro lugar? Devem esperar para ver se França continua hospitaleira? Alguns projetos já foram cancelados, outros foram reduzidos ou adiados. A queda do governo Barnier só alimentaria esta espiral de desconfiança." • Les Echos (França)
🧐 Lefteris Charalampopoulos explica que "na medida em que Macron optou por não formar um governo em torno da Nouvelle Front populaire, a coligação de esquerda que ganhou mais lugares no parlamento, o governo de Barnier depende do apoio do Rassemblement National. Por outras palavras, as escolhas feitas por Macron – que convocou eleições legislativas ostensivamente em resposta ao impressionante resultado da extrema-direita nas eleições europeias – tornaram essencialmente a extrema-direita o árbitro dos desenvolvimentos políticos... O que obviamente convém à extrema-direita, porque pode preparar-se para as eleições presidenciais de 2027 enquanto diz aos seus apoiantes que a sua pressão produziu resultados concretos." • In.gr (Grécia)
✍️ Vincent Tremolet de Villers critica: "Le Pen sempre quis mais, mesmo correndo o risco de arruinar a sua vitória. Agora escolheu derrubar o governo de Michel Barnier, e ao fazê-lo mergulhará França numa grande incerteza política e financeira. Está a expor os cidadãos mais vulneráveis aos efeitos mecânicos de um orçamento improvisado. Está a abrir a porta do gabinete do primeiro-ministro aos Socialistas, algo com que os seus eleitores não ficarão satisfeitos... Precisamos de um orçamento e de alguma estabilidade. Marine Le Pen escolheu cismas aventureiros em vez das vantagens da força calma. Multiplicou as suas linhas vermelhas correndo o risco de mergulhar França num buraco negro." • Le Figaro (França)
✍️ Thomas Legrand argumenta que "o primeiro-ministro parece esquecer que só está em Matignon devido a um resultado muito específico nas eleições legislativas em julho. E qual foi a principal mensagem dessas eleições? A rejeição massiva de um governo que inclui o RN... Com a formação de uma impressionante frente republicana, milhões de eleitores de esquerda votaram em candidatos de direita e milhões de eleitores de direita em candidatos de esquerda. O líder da maioria vacilante deveria, portanto, como prometido, ter em conta a opinião da esquerda para obter maiorias para as suas propostas, em vez de se curvar ao RN." • Libération (França)
🕵️ Jozsef Eric revela que "Marine Le Pen é acusada de desvio de fundos do Parlamento Europeu e enfrenta uma pena de cinco anos de prisão e uma proibição de cinco anos de se candidatar a cargos políticos. A sentença é esperada na primavera e poderia impedi-la de concorrer às eleições presidenciais de 2027. Ao provocar uma crise parlamentar e impedir a formação de um novo governo, ela pode estar a esperar provocar uma crise política (Emmanuel Macron não pode dissolver o parlamento antes de junho do próximo ano) apelando à demissão do atual chefe de Estado e à convocação de eleições presidenciais antecipadas nos próximos meses." • La Stampa (Itália)
✍️ Andrea Bonanni conclui que "talvez, se nos for permitido tirar uma lição num momento tão dramático, o seu excesso de europeísmo programático, aliado a uma falta de europeísmo pragmático, acabou por se voltar contra ele. Se tivesse conseguido realizar pelo menos alguns dos projetos que anunciou, se tivesse realmente ousado partilhar com os seus aliados a supremacia militar e nuclear que exerce na Europa, a própria França e a Europa não estariam reduzidas a este estado lastimável hoje." • La Repubblica (Itália)
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NOTA DO EDITOR
O centrismo encapotado de Macron, o suposto liberal, danificou a França e talvez o euro
Só não me custa ver que os colunistas dos jornais portugueses ignoram o que se está a passar em França porque tenho a nítida consciência das dificuldades porque passam aqui os media. (Embora não consiga explicar porque não recrutam analistas não paroquiais.)
Mas o assunto francês não pode ser ignorado. Com a dissolução da Assembleia Nacional em junho, Emmanuel Macron — do partido Renascimento, “pilar” do grupo dos liberais na Europa, o Renew, de que faz parte a Iniciativa Liberal — precipitou a França numa crise política. Crise essa que surge num momento particularmente difícil para os franceses: a extrema-direita pressiona nas ruas, a dívida pública dispara.
Nas eleições seguintes aconteceu o impensável: os partidos de esquerda, contra tudo e conta todos, a começar por eles próprios, uniram-se e venceram. Perante a adversidade, Macron não conseguiu continuar a farsa do seu centrismo: contra tudo e contra todos, exceto Marine Le Pen, recusou a indicação dos franceses e nomeou um governo à sua direita.
Tudo menos a esquerda no governo! — foi a sua máxima e com ela agravou os problemas de França: como era previsível, estava escrito e foi repetido até à exaustão na altura, o governo Barnier não teria condições para sequer fazer passar o orçamento. O apoio tácito da extrema-direita, com quem ele andou a negociar descaradamente, não era evidentemente de confiança. O único resultado foi inflacionar ainda mais a importância do Rassemblement National, de Marine Le Pen e do seu boneco de ventríloquo Jordan Bardella.
[A lição, mesmo repetida dezenas de vezes, não entra na cabeça dos políticos do centro-direita: a extrema-direita não dá nada, só tira. E preferir negociar parcerias com quem é publica e manifestamente anti-sistema, anti-democracia, anti-União, em vez de quem está perfeitamente identificado com os mesmos valores, tendo apenas soluções diferentes, é fatal para as pretensões do negociador. Até o Le Monde fala, em editorial, em armadilha para caracterizar a conduta de Le Pen. ]
O drama é que nem se chegou à fase da avaliação do orçamento, necessariamente muito duro para os franceses, dada a situação das contas. A divisão entre os dois blocos, direita e esquerda, nesta altura demasiado idênticos em força e tendo Macron concedido-lhes ampla arena para a medirem aso nomear Barnier, esmagou qualquer veleidade ao ainda presidente e ao seu primeiro ministro.
O que quer Le Pen com o caos? Que Macron se demita
Para agravar a cena, a Justiça tem um processo tão bem fundamentado contra Marine Le Pen, solicitando uma sentença de prisão e uma proibição de cinco anos para ocupar cargos públicos, que os tribunais podem ditar o seu fim político — o que seria um balde de água fria não apenas em cima da extrema-direita francesa, mas de metade dos partidos extremistas que têm vindo a crescer também à boleia do Rassemblement National.
Le Pen vê uma saída: precipitar ela própria a queda do governo e forçar Macron a sair antes que o tribunal emita a sentença (prevista para 31 de março), antecipando as eleições presidenciais. É uma aposta arriscada, mas a raiva e frustração que emolduram a crise política em França permite apostas altas.
“A nossa constituição é clara”, disse Marine Le Pen na segunda-feira. “Em caso de grave crise política, o presidente da república tem três opções: uma reformulação [do governo], a dissolução [do governo] ou a renúncia [dele mesmo].”
Com as duas primeiras opções já esgotadas, fica claro qual é o desfecho que considera ideal.
O presidente tem repetidamente sustentado que descarta renunciar, afirmando que permanecerá no cargo até 2027. Ainda ontem declarou: “Fui eleito duas vezes pelo povo francês”, declarou. “Estou extremamente orgulhoso disso e honrarei sua confiança com toda a minha energia até o último segundo do meu mandato para servir ao país.”
Uma sondagem publicada a 29 de novembro, revelou que 62% dos franceses desejam a renúncia de Emmanuel Macron caso o governo de Michel Barnier seja censurado.
Já pairam no ar as interrogações sobre que efeitos pode este agravamento súbito da crise governamental em França causar à moeda comum. O ministro da Finanças, Antoine Armand, apressou-se a assegurar que “a França não é a Grécia”, invocando o seu poder económico e demográfico muito superior. Os mercados não vão lá com falinhas mansas: ontem as taxas da dívida pública francesa a 10 anos voltaram a passar as gregas.
Pensar na frase contrária é útil para perceber a dimensão potencial de um desastre no comportamento dos mercados: a Grécia não era a França. Se a crise da dívida pública de um pequeno país do euro e da União Europeia teve o impacto que sabemos, é realista (no mínimo) temer as reações caso a dívida pública francesa não seja rápida e satisfatoriamente controlada.
O puzzle francês
Michel Barnier tem políticas mas não poder para as prosseguir. Le Pen tem a política de piorar tudo, sacrificando o país se tiver de ser, para sair eleita presidente e poder tirar a França da União e da moeda única. A Nova Frente Popular teria o poder e a legitimidade para impor as políticas necessárias, mas não teve oportunidade de testar as suas propostas.
Este aparentemente insolúvel puzzle francês só não é o maior problema para a União porque outro mais grave vem crescendo a leste.
Aprofundar
French government collapse: Le Pen eyes chance to destroy Macron (Politico)
Why has France’s austerity budget caused a political storm? (The Guardian)
The tragedy of Michel Barnier (Politico)
Francia lleva a la UE a un territorio inexplorado (La Matinal Europea)
🛳️🚁 Tensão no Báltico: navio russo dispara munições de sinalização contra helicóptero alemão
Um navio russo disparou munição de sinalização contra um helicóptero da Bundeswehr durante uma missão de reconhecimento no Mar Báltico, segundo a imprensa alemã.
A munição de sinalização é geralmente usada por embarcações em situações de emergência.
A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, mencionou o incidente numa reunião da NATO em Bruxelas, mas não forneceu mais detalhes.
A notícia - Um incidente diplomático ocorreu no Mar Báltico quando um navio-tanque russo disparou munições de sinalização contra um helicóptero de reconhecimento da Bundeswehr (Forças Armadas alemãs). O incidente foi confirmado pela ministra dos Negócios Estrangeiros alemã, Annalena Baerbock, do Partido Verde, durante uma reunião da NATO em Bruxelas. O navio russo estava alegadamente acompanhado por um navio de guerra no momento do incidente, que ocorreu na semana passada.
O porta-voz do Ministério da Defesa alemão não comentou especificamente o caso, mas indicou que violações das regras marítimas e aéreas ocorrem ocasionalmente, sublinhando a importância de uma resposta ponderada e de desescalada por parte da Marinha ou Força Aérea.
Contexto diplomático - A ministra Baerbock destacou que o Mar Báltico é frequentemente utilizado por navios envolvidos na evasão de sanções relacionadas com a guerra da Rússia contra a Ucrânia, embora não existam evidências concretas de que este navio-tanque específico estivesse envolvido em tais atividades.
Resposta da NATO - Fontes da NATO confirmaram que a fragata alemã com o helicóptero de bordo não estava em missão da aliança militar no momento do incidente. No entanto, a ministra dos Negócios Estrangeiros anunciou planos para reforçar a vigilância de infraestruturas críticas no Mar Báltico, incluindo gasodutos e cabos de dados, através de patrulhas adicionais.
Medidas de segurança - Em resposta ao aumento de ataques híbridos provenientes da Rússia e dos seus apoiantes, a Alemanha planeia intensificar as medidas de vigilância no Mar Báltico, com especial atenção à proteção de infraestruturas críticas.
Fonte: zeit.de
📈 🌍 OCDE prevê crescimento económico mundial estável até 2026, mas a recuperação do comércio está ameaçada pelo retorno do protecionismo
Crescimento global previsto como estável em 3,3% no período de 2025-2036
Principais bancos centrais ainda têm espaço para cortes graduais nas taxas de juros
A notícia - A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) anunciou que a economia mundial deverá crescer 3,2% este ano e 3,3% em 2025 e 2026. Este crescimento sustentado dependerá, contudo, de que o protecionismo crescente não prejudique a recuperação do comércio global. A previsão mantém-se em linha com a análise anterior da organização, de setembro passado.
O comércio global vai recuperar significativamente, com um crescimento previsto de 3,6% no próximo ano, apesar das crescentes medidas protecionistas que podem perturbar as cadeias de abastecimento e aumentar os preços ao consumidor.
Nas principais economias mundiais, os Estados Unidos deverão registar uma desaceleração para 2,1% em 2026, enquanto a China verá o seu crescimento diminuir para 4,4% no mesmo ano. A zona euro apresentará uma tendência positiva, atingindo 1,5% em 2026.
A inflação em queda permitirá que a maioria dos bancos centrais continue a flexibilizar as suas políticas monetárias, com exceção do Japão, enquanto os governos necessitarão de tomar medidas decisivas para estabilizar as suas dívidas públicas.
Fonte: reuters.com
🇪🇺 🤝 António Costa defende alargamento da UE com envolvimento da sociedade civil
A notícia - O presidente do Conselho Europeu, António Costa, defendeu hoje (2024/12/04) em Bruxelas que o próximo alargamento da União Europeia deve incluir ativamente a sociedade civil, especialmente nos Balcãs Ocidentais. Durante uma intervenção no Comité Económico e Social Europeu, o responsável sublinhou que a integração dos parceiros sociais é uma característica distintiva do modelo europeu.
O antigo primeiro-ministro português destacou também a necessidade de revitalizar o mercado único europeu para impulsionar a competitividade, considerando-o a "jóia da coroa" da União.
O presidente do Conselho Europeu encontrou-se com vários líderes dos Balcãs Ocidentais, incluindo representantes da Albânia, Macedónia do Norte, Kosovo, Bósnia-Herzegovina, Sérvia e Montenegro, países que são maioritariamente candidatos oficiais à UE.
O mercado único necessita de maior dinamização, segundo Costa, defendendo a inclusão das PME e a facilitação de serviços transfronteiriços para combater a atual fragmentação que impede o crescimento de empresas inovadoras.
A agenda de Costa inclui ainda um encontro com a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, demonstrando o foco na dimensão económica da integração europeia.
Fonte: 24.sapo.pt
Portugal
📈 A OCDE reviu em alta o crescimento português para 2024. A organização prevê agora um crescimento de 1,7% este ano e mantém 2% para 2025, valores abaixo das projeções do Governo de 1,8% e 2,1%, respetivamente. O investimento é impulsionado pelos fundos europeus, enquanto o consumo privado aumenta devido às reduções fiscais. • sicnoticias.pt
👮 O parlamento aprovou a audição da ministra Margarida Blasco para esclarecer dois casos: a morte de Odair Moniz e os tumultos na Área Metropolitana de Lisboa. O requerimento do Livre sobre o caso Moniz teve apoio de PS, PSD, PCP e Livre, enquanto o do Chega sobre os tumultos recebeu votos favoráveis apenas do Chega e PSD. • observador.pt
🏛️ António Braga será o candidato do PS à Câmara de Braga nas próximas autárquicas, substituindo Ricardo Rio, que não pode recandidatar-se. O ex-secretário de Estado enfrentará João Rodrigues do PSD. Além disso, o PS anunciou candidatos para Barcelos, Guimarães e Vila Nova de Famalicão, com Armandina Saleiro escolhida para Barcelos. • publico.pt
📉 A Trust in News (dona da Visão ) foi declarada insolvente. O tribunal fixou um prazo de 30 dias para reclamação de créditos e marcou a assembleia de credores para 29 de janeiro. André Fernando de Sá Correia Pais foi nomeado administrador de insolvência, com a apreensão imediata dos bens e elementos de contabilidade da empresa. • sicnoticias.pt
💰 O PCP defende aumento do salário mínimo para 1.000 euros. O secretário-geral Paulo Raimundo reagiu aos dados do INE que mostram uma taxa de risco de pobreza de 16,6% em Portugal em 2023, defendendo um choque salarial como medida para melhorar as condições de vida dos trabalhadores. • 24.sapo.pt
União Europeia
🗳️ Os principais partidos irlandeses preparam nova coligação governamental. O Fianna Fáil, com 48 deputados, e o Fine Gael, com 38, procuram parceiros adicionais para atingir a maioria de 88 assentos no Parlamento irlandês, após as recentes eleições legislativas. • publico.pt
Economia
💷 O Banco de Inglaterra prevê quatro cortes nas taxas em 2024, após a inflação britânica cair para 2,3%, uma descida acentuada face aos 11,1% registados no final de 2022. A OCDE antecipa um crescimento económico de 1,7% no próximo ano, alertando que a inflação poderá manter-se acima da meta até 2026. • ft.com
🏠 Crédito à habitação em Portugal atinge valor recorde. Os novos contratos de crédito a particulares subiram 217 milhões de euros em outubro, atingindo 2497 milhões, com destaque para o crédito à habitação, que alcançou 1676 milhões, o valor mais alto desde 2014, sendo 48% destinado a mutuários com menos de 35 anos. • publico.pt
📈 BCE prevê subida da inflação no quarto trimestre. A presidente do BCE, Christine Lagarde, mencionou no Parlamento Europeu que a inflação deverá aumentar temporariamente devido à moderação da queda dos preços da energia, mas deverá atingir a meta de 2% em 2025, após o BCE ter reduzido as taxas de juro pela terceira vez. • rr.sapo.pt
💰 A taxa de juro dos novos depósitos voltou a cair para 2,39% em outubro, marcando a décima descida consecutiva. Portugal apresenta a sexta taxa mais baixa da zona euro (2,73%), com apenas cinco países a oferecerem remunerações inferiores nos depósitos. • rr.sapo.pt
Mundo
📊 O Brasil registou em 2023 o menor nível de pobreza dos últimos 12 anos, com 27,4% da população abaixo do limiar da pobreza (59 milhões de pessoas) e 4,4% em extrema pobreza (9,5 milhões). De acordo com o IBGE, estes números devem-se aos programas sociais e à redução do desemprego. • 24.sapo.pt
🇬🇪 A polícia da Geórgia prendeu um líder da oposição. As autoridades invadiram o escritório do partido Coaligação para a Mudança e detiveram Nika Gvaramia, no meio de protestos contra a suspensão das negociações com a UE. Mais de 300 manifestantes foram detidos e mais de 100 pessoas ficaram feridas durante os confrontos em Tbilisi. • apnews.com
RELEMBRANDO
A newsletter faz a radiografia dos dias. A VamoLáVer tem outros dois géneros de informação: na sigla OP, de opinião, agrupamos aos sábados o mais significativo da semana, na visão dos colunistas da imprensa; e na sigla E que é tanto de especial como de exclusivo, apresentamos assuntos de forma aprofundada. A E é também a secção na qual publicamos ocasionalmente conteúdos rigorosamente originais.
Exemplos recentes:
[OP.5] A candidatura do almirante e 25 de novembro: a militarização à portuguesa. Reflexo da militarização global, do Pacífico à Ucrânia e ao Médio Oriente? Ou apenas coincidência? Um sinal em qualquer caso. Os dois principais temas da semana tratam pessoas e momentos militares
[OP.4] Crise na saúde expõe fragilidades do governo. O epicentro da crise surgiu com uma greve no INEM que durou uma semana, resultando em cerca de uma dezena de mortes possivelmente associadas a atrasos na resposta de emergência.
[E.10] Ministra da Saúde por um fio: balanço de oito meses de polémicas, demissões e greves. "Tumultosa" é a palavra que melhor define a relação de Ana Paula Martins com o setor que tutela. Não é fácil: a Saúde precisa de um super-herói e a ministra mal supera a fasquia da incompetência