[OP.4] Crise na saúde expõe fragilidades do governo

O epicentro da crise surgiu com uma greve no INEM que durou uma semana, resultando em cerca de uma dezena de mortes possivelmente associadas a atrasos na resposta de emergência.

Na semana que passou, os jornais publicaram 116 colunas de opinião. As análises dos colunistas têm maior coincidência nos seguintes três temas:

1. Crise na saúde expõe fragilidades do governo: Problemas no setor da saúde, especialmente no INEM, revelam falhas na gestão do governo e colocam pressão sobre a ministra.

2. Ucrânia: mil dias de guerra e escalada do conflito: Passados mil dias da invasão russa, a guerra na Ucrânia continua com uma escalada do conflito e o uso de novas armas.

3. 25 de Novembro: celebração polémica divide opiniões: A celebração dos 49 anos do 25 de Novembro na Assembleia da República gera controvérsia e divide opiniões entre os partidos.

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Crise na saúde expõe fragilidades do governo

A crise no setor da saúde, particularmente no INEM, tem exposto significativas fragilidades no governo de Luís Montenegro.

O epicentro da crise surgiu com uma greve no INEM que durou uma semana, resultando em cerca de uma dezena de mortes possivelmente associadas a atrasos na resposta de emergência.

A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, assumiu diretamente a tutela do INEM, após delegar inicialmente essa responsabilidade à secretária de Estado.

A gestão da crise tem sido fortemente criticada por várias figuras políticas.

André Ventura foi dos primeiros a pedir a substituição da ministra, acusando-a de negligência.

Marques Mendes classificou a gestão da situação como amadorística, apontando falhas do presidente do INEM, da secretária de Estado e da própria ministra.

O comentador sugere que Ana Paula Martins pode estar _a prazo_ no cargo, especialmente se os inquéritos em curso estabelecerem ligação entre as mortes e as falhas durante a greve.

Pedro Nuno Santos, líder do PS, argumenta que a responsabilidade é partilhada, incluindo o próprio primeiro-ministro, afirmando que _Montenegro não se pode esconder atrás da ministra_.

A situação tem gerado um cerco crescente à equipa da saúde, com pedidos de demissão estendendo-se também à secretária de Estado da Gestão da Saúde, Cristina Vaz Tomé, e ao presidente do INEM, Sérgio Janeiro..

Cronologia

• 7 novembro: André Ventura pede substituição da ministra da Saúde. O presidente do Chega acusa Ana Paula Martins de negligência no caso do INEM, comparando a situação com a demissão da antiga ministra Marta Temido

• 14 novembro: Crise no INEM provoca terramoto político. Uma greve de uma semana no INEM resultou em dezenas de mortes associadas a atrasos na resposta de emergência, levando a ministra a assumir diretamente a tutela do instituto

• 17 novembro: Marques Mendes critica gestão da crise no INEM. O comentador considera que houve amadorismo na gestão da crise por parte do presidente do INEM, da secretária de Estado e da própria ministra, sugerindo que Ana Paula Martins pode estar a prazo

• 18 novembro: Análise da situação da ministra da Saúde. Múltiplas vozes apontam a falta de experiência da ministra e os inquéritos em curso sobre o INEM como fatores que podem determinar sua permanência no cargo

• 19 novembro: Pedro Nuno Santos comenta a crise no INEM. O líder do PS afirma que a responsabilidade é partilhada entre a ministra, o presidente do INEM, a secretária de Estado e o próprio primeiro-ministro

O que se escreve à esquerda

• Colunistas de esquerda destacam a crise no setor da Saúde e o desempenho negativo da ministra Ana Paula Martins

• Análise crítica da gestão do governo Montenegro, especialmente quanto às promessas eleitorais não cumpridas na área da Saúde

• Reflexão sobre o impacto das pastas ministeriais da Saúde e Educação como áreas particularmente desafiantes para qualquer governo

🖋️ Vítor Santos: "O Governo que ao fim de apenas quatro meses já tinha mudado 24 lideranças em organismos do Estado é o mesmo que segura a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, apesar de quase tudo correr mal no setor. Os problemas não são de hoje, é verdade, mas agravaram-se no ainda curto trajeto deste Executivo." • Jornal de Notícias