[2.75] 🇩🇪 💣 Merz elogia Israel por fazer o "trabalho sujo" contra o Irão
O chanceler alemão diverge da posição de desescalada da UE e está mais próximo da política de pressão sobre o regime ayatollah. Mas não contraria o esforço diplomático europeu.
Última edição da semana, com um menu bem recheado:
🇩🇪 💣 Merz elogia Israel por fazer o "trabalho sujo" contra o Irão
🚀💥 Irão ataca Israel com mísseis enquanto diplomatas europeus tentam mediar conflito
Escalada ou distensão? Respondem os colunistas
🇪🇺 ⚖️ UE conclui que Israel pode estar a violar acordo bilateral devido às suas ações em Gaza
✈️ 💼 Miranda Sarmento ultima termos da venda da TAP mas garante que "não será uma privatização da maioria do capital"
💰📉 Governo prepara nova descida do IRS até 7.000 euros mensais
🚨⚔️ Violações contra crianças em conflitos armados atingem máximo histórico em 2024
⚖️🌅 Parlamento britânico aprova legalização da morte assistida, abrindo caminho a mudança histórica
🇪🇸 🚶♀️Espanha torna-se terra de oportunidades para migrantes latino-americanos, em contraste com os EUA
🇪🇸 💸 Corrupção, poder e traição: o que se sabe e o que falta conhecer no caso Koldo-Ábalos-Cerdán
E ainda o habitual conjunto de curtas.
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ATUALIDADE
🇩🇪 💣 Merz elogia Israel por fazer o "trabalho sujo" contra o Irão
O chanceler alemão Friedrich Merz causou polémica ao elogiar Israel por bombardear alvos iranianos, descrevendo-o como "trabalho sujo" que Israel está a fazer "por todos nós". As declarações foram feitas durante a cimeira do G7 no Canadá, quando questionado por um jornalista alemão.
O que disse Merz:
Agradeceu ao jornalista pelo termo "trabalho sujo" e disse ter "o maior respeito" pela coragem do exército israelita
Justificou a posição afirmando que o regime iraniano "trouxe morte e destruição ao mundo" ao apoiar o Hezbollah, Hamas e fornecer drones à Rússia
Sugeriu que se o Irão não regressar às negociações, "a destruição completa do programa nuclear iraniano pode estar na agenda"
Contradição com a política oficial: Oficialmente, os líderes europeus, incluindo a Alemanha, têm defendido a desescalada no Médio Oriente. Alguns membros do próprio governo de coligação de Merz criticaram as suas declarações, considerando que não contribuem para a desescalada da situação.
Alinhamento com Trump: Merz mostrou-se confortável com a possibilidade de Donald Trump decidir juntar-se militarmente a Israel contra o Irão, afirmando que "os americanos têm" as armas necessárias que Israel não possui. Esta posição parece alinhada com a administração Trump, que apoia a pressão militar máxima sobre o Irão.
Esforço diplomático europeu: Apesar da retórica dura, a Alemanha liderou um encontro diplomático em Genebra com os ministros dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, França e a diplomata da UE Kaja Kallas para conversações com o ministro iraniano Abbas Araqchi, numa tentativa de encontrar uma saída diplomática.
Fonte: politico.eu
🚀💥 Irão ataca Israel com mísseis enquanto diplomatas europeus tentam mediar conflito
O Irão lançou uma barragem de mísseis contra Israel na sexta-feira, atingindo várias localidades e ferindo pelo menos 17 pessoas, três delas gravemente. Os ataques ocorreram no oitavo dia de conflito, mesmo enquanto ministros europeus se reuniam com o chefe da diplomacia iraniana na Suíça para tentar arrefecer as tensões.
O que aconteceu:
Mísseis iranianos atingiram várias cidades israelitas, incluindo Haifa, onde duas pessoas ficaram gravemente feridas
Israel respondeu com ataques noturnos a fábricas de mísseis e um centro de investigação ligado ao programa nuclear iraniano
O ministro da Defesa israelita, Israel Katz, ordenou o aumento dos ataques contra alvos governamentais iranianos para "desestabilizar o regime"
Posições diplomáticas:
Abbas Araghchi, ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, disse que o Irão não está interessado em negociar o fim da guerra até Israel parar os seus ataques
O diplomata iraniano afirmou que "não há espaço para conversações até esta agressão parar"
Araghchi recusou-se a falar com os Estados Unidos, chamando-lhes "parceiro neste crime", mas mostrou-se disposto a ouvir os responsáveis europeus
Trump recua e dá duas semanas à diplomacia:
O Presidente Trump anunciou que adiará por duas semanas a decisão sobre se os EUA se juntarão aos ataques israelitas, dando uma oportunidade à diplomacia
Esta decisão frustrou as esperanças israelitas de um desfecho rápido da guerra, já que Israel procura destruir o programa de enriquecimento nuclear iraniano
Israel deve agora decidir se espera pelo apoio militar americano ou usa os seus próprios mísseis, menos poderosos, para atacar instalações nucleares iranianas
Fonte: nytimes.com
Relacionadas
🛡️ Israel possui três sistemas de defesa aérea contra ameaças iranianas. O Iron Dome interceta foguetes de curto alcance, enquanto David's Sling e Arrow combatem ameaças de médio e longo alcance. Os EUA também ajudaram Israel a intercetar mísseis iranianos. • washingtonpost.com
🇮🇷 O ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão realizou conversações com diplomatas europeus de topo em Genebra sobre a crise nuclear iraniana. Abbas Araghchi encontrou-se com homólogos da França, Alemanha, Reino Unido e UE, numa primeira reunião presencial desde o início do conflito com Israel. • apnews.com
⚡ A China importa mais de 10% do seu petróleo do Irão e 43% do crude vem do Médio Oriente. Pelo estreito de Ormuz passa 20% do petróleo mundial. Pequim e Moscovo opõem-se firmemente à escalada israelita, temendo o colapso económico global. • publico.es
🛢️ A Ucrânia teme que os preços elevados do petróleo beneficiem o orçamento militar russo. • elmundo.es
Escalada ou distensão? Respondem os colunistas
Enquanto Israel e o Irão continuam a disparar mísseis um contra o outro, os comentadores examinam o envolvimento das potências globais no Médio Oriente e as possibilidades de uma solução negociada.
🗣 Matthieu von Rohr alerta que seria fatal deixar-se guiar por resultados idealistas como a queda do regime, um novo equilíbrio no Médio Oriente ou o fim do programa nuclear iraniano. Considera que é mais provável as coisas correrem mal, com a guerra a alastrar e mergulhar o país ou toda a região no caos. Expressa esperança de que o flerte de Trump com a guerra seja apenas uma tática negocial que, juntamente com os europeus, use para conseguir concessões massivas do regime de Teerão, sendo esta a melhor forma de evitar uma guerra que ninguém pode desejar seriamente. • Der Spiegel (Alemanha)
🗣 Maurizio Molinari observa que a muito aguardada reunião entre os ministros dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, França e Reino Unido mostra que a Europa apoia as tentativas de Trump para trazer Khamenei de volta à mesa de negociações sobre o programa nuclear. Nota que a chamada telefónica entre Putin e Xi, que condenaram os ataques israelitas e apelaram à desescalada, também reforça a ofensiva diplomática, pois Rússia e China sinalizaram a Teerão que estarão do seu lado se regressar às negociações. Conclui que todas as grandes potências estão a pressionar Khamenei a dar o passo que até agora recusou: iniciar negociações que levem à renúncia do enriquecimento de urânio, ou seja, dizer adeus à bomba nuclear. • La Repubblica (Itália)
🗣 The Sun defende veementemente que Trump deveria ordenar um ataque com bombas perfuradoras de bunkers à rede subterrânea do Irão, argumentando que isso não só poderia destruir as ambições dos "mulás loucos" para um holocausto nuclear, como também definiria a sua presidência. Sustenta que uma intervenção forte agora mostrará a outros déspotas que os EUA estão de volta como força dissuasora global após a humilhante retirada do Afeganistão por Joe Biden. Insiste que se a América atacar, a Grã-Bretanha DEVE apoiá-los e a Israel totalmente, pois o Irão - com agentes secretos da sua Guarda Revolucionária Islâmica a operar nas ruas britânicas - é também uma ameaça para o Reino Unido. • The Sun (Reino Unido)
🗣 Federico Rampini argumenta que a carnificina provocada pelo Hamas em 7 de outubro de 2023 não só convenceu Netanyahu mas toda a nação de que se tratava agora de uma luta pela sobrevivência. No ano e oito meses que se passaram desde então, Tel Aviv desferiu golpes poderosos nos tentáculos do "kraken iraniano", decapitando o Hamas, o Hezbollah e o regime de Assad na Síria. Observa que presentemente, tudo o que resta do que a propaganda iraniana chama o Eixo da Resistência são os Houthis no Iémen, e ninguém sabe quanto tempo resistirão. Quanto ao outro eixo que liga Moscovo, Pequim e Teerão, o espetáculo da impotência russa e chinesa é inconfundível - estão certamente a fazer barulho mas não estão em posição de intervir. • Corriere della Sera (Itália)
🗣 Eva Cukier analisa que o ato de equilíbrio da Rússia no Médio Oriente está a parecer cada vez mais precário. Nos últimos anos, Moscovo investiu fortemente nas suas relações económicas e militares com o Irão, o que prejudicou as suas relações com Israel. A guerra na Ucrânia está a forçar Putin a ser ainda mais cauteloso aqui para não pôr em perigo a sua relação volátil com Donald Trump: o homem de quem mais precisa para decidir a guerra a seu favor. • NRC (Países Baixos)
🗣 Dmitri Tschernyschew relembra um facto histórico interessante: o Irão foi o primeiro país a lançar um ataque contra o programa nuclear de um vizinho. Foi em 1980, na Operação Espada Ardente, quando o Irão quis impedir o Iraque de construir uma bomba nuclear. Em 30 de setembro de 1980, quatro F-4 Phantom iranianos bombardearam um reator nuclear iraquiano em construção. Duas das bombas iranianas atingiram o próprio reator, enquanto outras bombas iniciaram um incêndio massivo. O ataque atrasou o programa nuclear iraquiano por vários meses. Um ano depois, a força aérea israelita executou a Operação Ópera, que enterrou definitivamente a bomba nuclear de Saddam. • Facebook
🇪🇺 ⚖️ UE conclui que Israel pode estar a violar acordo bilateral devido às suas ações em Gaza
Um relatório interno do Serviço Europeu para a Ação Externa (SEAE) concluiu que as ações de Israel em Gaza podem ter violado os termos do Acordo de Associação UE-Israel, especificamente as obrigações de direitos humanos previstas no artigo 2.º do acordo.
O que está em causa:
O acordo estabelece relações próximas entre a UE e Israel, regulando a cooperação em setores-chave e o comércio bilateral
Mais de uma dúzia de países solicitaram à Comissão Europeia que analisasse as ramificações políticas e legais do conflito
A alta representante da UE, Kaja Kallas, liderou esta revisão
Possíveis consequências:
Embora cancelar completamente o acordo exija unanimidade dos 27 Estados-membros, medidas provisórias como a redução dos laços comerciais estão a ser consideradas
Estas medidas podem ser aprovadas por maioria qualificada
Nove países da UE, liderados pela Bélgica, apresentaram um pedido separado para examinar como o comércio com colonatos ilegais israelitas pode estar alinhado com o direito internacional
Próximos passos:
Os embaixadores discutirão a avaliação do SEAE numa reunião no domingo
Os ministros dos Negócios Estrangeiros reunir-se-ão na segunda-feira em Bruxelas
Uma cimeira de líderes na próxima semana também deverá abordar a questão
Apesar de ter condenado a morte e destruição generalizadas em Gaza, a UE ainda não tomou ações concretas contra Israel. Países como a Alemanha e a Áustria, mais simpáticos a Israel, são improváveis de apoiar medidas que possam limitar o direito de autodefesa israelita.
Fonte: politico.eu
Relacionada
🇪🇺 Nove países da UE pressionam para acabar com o comércio com colonatos israelitas nos territórios palestinianos ocupados. Bélgica, Finlândia, Irlanda, Luxemburgo, Polónia, Portugal, Eslovénia, Espanha e Suécia assinaram carta dirigida a Kaja Kallas. A UE mantém €42,6 mil milhões em comércio anual com Israel. • euractiv.com
✈️ 💼 Miranda Sarmento ultima termos da venda da TAP mas garante que "não será uma privatização da maioria do capital"
O ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, está a finalizar os termos da privatização da TAP, que deverão ser apresentados "nas próximas semanas". O governante garante que não será vendida a maioria do capital, mantendo o Estado o controlo da companhia aérea.
O que está em cima da mesa:
A venda será minoritária, não ultrapassando os 50% do capital
Há vários interessados na TAP, tanto para compras minoritárias como maioritárias
O Governo está a analisar diferentes cenários, mas privilegia manter o controlo estatal
Porquê esta posição? Miranda Sarmento justifica que é fundamental "manter o hub" e garantir que a empresa continue a expandir-se, dado ser "crítica ao turismo em Portugal". O objetivo é maximizar o interesse nacional e obter o maior encaixe financeiro possível.
Contexto político: Esta posição alinha-se com a oposição do Partido Socialista e do Chega, que querem garantir que o Estado mantém o controlo da TAP. O ministro admite que "dificilmente será para já uma venda total" e evita revelar percentagens específicas para não prejudicar as negociações.
Fonte: expresso.pt
💰📉 Governo prepara nova descida do IRS até 7.000 euros mensais
A notícia - O Governo português prepara-se para apresentar uma nova proposta de descida do IRS que abrange rendimentos até 7.000 euros brutos mensais, numa medida semelhante à que foi rejeitada no ano passado pelo PS e pelo Chega. A proposta, que deverá custar 500 milhões de euros aos cofres públicos, será apresentada em Conselho de Ministros nas próximas duas semanas e levada ao Parlamento em julho, com o objetivo de ter efeitos nas retenções na fonte a partir de setembro, com retroativos a janeiro.
Os contribuintes que se encontram entre o 7.º e o 8.º escalões do IRS, com rendimentos entre 3.500 e 7.000 euros brutos mensais, serão duplamente beneficiados devido à natureza progressiva do imposto, beneficiando tanto da descida nos seus escalões como da redução nos escalões inferiores.
Proposta semelhante rejeitada - No ano passado, o PS e o Chega travaram uma medida idêntica, discordando da descida do imposto para os salários mais elevados e aprovando apenas reduções até ao sexto escalão.
Duplo benefício previsto - Os contribuintes dos 7.º e 8.º escalões (3.500-7.000 euros) serão beneficiados duas vezes: pela descida nos respetivos escalões e pela natureza progressiva do IRS que inclui reduções nos escalões mais baixos.
Calendário e implementação - A medida será aprovada em Conselho de Ministros nas próximas duas semanas, seguindo para o Parlamento em julho, com efeitos previstos para setembro e retroativos a janeiro.
Custo orçamental estimado - A descida do IRS representará um custo de 500 milhões de euros para o Estado, caso seja aprovada pelo Parlamento.
Fonte: expresso.pt
🚨⚔️ Violações contra crianças em conflitos armados atingem máximo histórico em 2024
A notícia - O número de violações graves contra crianças em conflitos armados atingiu um novo máximo em 2024, com 41.370 incidentes verificados, representando um aumento de 25% face a 2023, segundo o "Relatório do Secretário-Geral da ONU sobre Crianças e Conflitos Armados de 2024" publicado na quinta-feira. Este é o maior número de violações graves contra crianças em conflitos armados desde o início da monitorização da ONU há quase 30 anos, afetando 22.495 crianças, maioritariamente meninos. Virginia Gamba, representante especial da ONU para as Crianças e Conflitos Armados, alertou para "níveis excruciantes de violência" e sublinhou que estas crianças "deveriam estar a aprender a ler ou a jogar à bola, mas foram forçadas a aprender a sobreviver aos tiros e aos bombardeamentos".
Israel e Territórios Palestinianos Ocupados, principalmente a Faixa de Gaza, lideraram os países com níveis mais elevados de violações em 2024, seguidos pela República Democrática do Congo, Somália, Nigéria e Haiti. O relatório atribui 7.188 violações graves às forças armadas e de segurança israelitas na região.
Mudança de perpetradores marca uma inversão de tendência, com as forças governamentais a tornarem-se as principais responsáveis pela morte e mutilação de crianças, ataques a escolas e hospitais, e negação de acesso humanitário, contrariamente ao padrão anterior onde grupos armados não estatais eram os principais perpetradores.
Violência sexual aumentou 35%, incluindo um aumento drástico no número de casos de violação coletiva, destacando o uso sistemático da violência sexual como tática deliberada de guerra, embora continue amplamente subnotificada devido à estigmatização e medo de represálias.
António Guterres exortou Israel a desenvolver e assinar um plano de ação com as Nações Unidas para pôr fim e prevenir a matança e mutilação de crianças e os ataques a escolas e hospitais, baseado nas cartas enviadas pelo representante especial em 2023 e 2024.
Fonte: dn.pt
⚖️🌅 Parlamento britânico aprova legalização da morte assistida, abrindo caminho a mudança histórica
Esta sexta-feira (20 de junho) o Parlamento do Reino Unido aprovou, com maioria, um projeto de lei que permitirá a adultos com doenças terminais e uma esperança de vida inferior a seis meses optar por terminar a própria vida com assistência médica. A votação decorreu apesar dos alertas de opositores, que criticaram a rapidez com que a medida avançou no Parlamento.
A proposta já tinha passado na segunda leitura em novembro, com 330 votos a favor e 275 contra — espelhando um debate público e político cada vez mais intenso sobre o direito à morte assistida.
O texto prevê que adultos mentalmente capazes, com diagnóstico terminal, possam recorrer à morte assistida, desde que haja o aval de dois médicos e a validação por um painel multidisciplinar.
De acordo com uma sondagem recente da YouGov, três quartos dos adultos britânicos apoiam a legalização em alguma forma. Persistem, no entanto, preocupações sobre potenciais pressões sobre pessoas vulneráveis e sobre a complexidade do processo legal.
Esta legislação representa uma transformação histórica na sociedade britânica, aproximando o Reino Unido de países como o Canadá e os Países Baixos — e alterando profundamente a relação entre médicos e doentes.
Fontes: manchestereveningnews.co.uk, bbc.com
🇪🇸 🚶♀️Espanha torna-se terra de oportunidades para migrantes latino-americanos, em contraste com os EUA
Enquanto os Estados Unidos endurecem a sua política migratória, Espanha destaca-se como um destino cada vez mais atrativo para migrantes da América Latina. O governo de Pedro Sánchez tem simplificado os processos legais de imigração, permitindo a regularização de muitos imigrantes em situação irregular.
Pontos-chave do artigo:
Legalização em massa: O executivo socialista promoveu reformas que facilitam a obtenção de residência legal, com medidas como a "arraigo laboral" e outras vias de regularização mais acessíveis.
Impacto económico positivo: Especialistas defendem que a integração de imigrantes está a ajudar a colmatar défices de mão de obra e a impulsionar sectores como a construção, a hotelaria e os cuidados domiciliários.
Alternativa progressista aos EUA: As políticas inclusivas de Espanha contrastam fortemente com a abordagem punitiva defendida por Donald Trump, tornando o país europeu uma escolha preferida para muitos migrantes.
Apesar das críticas de sectores que apontam para os níveis de desemprego internos, a narrativa dominante vê a política migratória espanhola como um exemplo de equilíbrio entre direitos humanos e dinamismo económico.
Artigo no Washington Post: Enquanto Trump fecha portas, Espanha abre-as e impulsiona o crescimento económico
🇪🇸 💸 Corrupção, poder e traição: o que se sabe e o que falta conhecer no caso Koldo-Ábalos-Cerdán
A alegada rede de subornos em obras públicas, encabeçada pelo ex-ministro José Luis Ábalos, pelo seu assessor Koldo García e pelo até agora número três do PSOE, Santos Cerdán, ameaça arrastar não só a sede do partido em Ferraz, como também o próprio Governo de Espanha.
Contexto. A investigação do Supremo e os relatórios da Guardia Civil revelaram uma rede com indícios de fraude em contratos públicos, adjudicações manipuladas, áudios que apontam para lutas internas e um PSOE fragmentado que tenta recompor-se. Os acusados procuram formas de se defender:
Ábalos afirmou ontem à Cadena SER que foi "usado" por Koldo García e Santos Cerdán.
Cerdán, por sua vez, disse ao seu círculo próximo que o seu erro foi não ter denunciado a existência de uma trama, mas que o seu papel está a ser mal interpretado.
O que falta saber? O juiz Leopoldo Puente aguarda quatro relatórios da Guardia Civil:
A análise do património de Ábalos e Cerdán;
A análise das comunicações entre os investigados e outros dirigentes socialistas;
A revisão das adjudicações de obras alegadamente manipuladas, segundo o empresário Víctor de Aldama;
A avaliação do material apreendido nas buscas recentes.
Crise no partido. O impacto para os socialistas é duplo: reputacional e estrutural.
Cerdán era o secretário de organização do PSOE e terá usado, alegadamente, o seu poder para afastar adversários internos como Adriana Lastra.
Tudo isto corrói a credibilidade do partido e reabre feridas antigas.
A onda de choque atinge ainda a relação com o Sumar e complica o panorama parlamentar.
Aprofundar: El País
Portugal
🏦 O Tribunal Constitucional declarou inconstitucionais normas do imposto adicional sobre a banca. Esta decisão, datada de 3 de junho, afeta várias normas do Regime que cria o Adicional de Solidariedade, que visavam compensar a isenção de IVA nas operações de crédito. O imposto, criado em 2020, deverá render 40,8 milhões de euros este ano. • dn.pt
🇵🇹 O Chega propôs uma Comissão Parlamentar de Inquérito à atribuição de títulos de residência e nacionalidade nos últimos anos. André Ventura afirmou que a CPI deve investigar a responsabilidade do último governo socialista e do PSD/CDS pela entrada desorganizada de imigrantes, podendo levar casos ao Ministério Público. • dn.pt
🗳️ O PS adia decisão sobre candidato presidencial até depois das eleições autárquicas previstas para setembro ou outubro. A direção socialista concentra todas as energias na preparação das eleições locais, com o objetivo de garantir a vitória nas autárquicas. • publico.pt
✈️ A UE aprovou novas regras para voos que aumentam o período mínimo de atraso para indemnização de 3 para 4-6 horas. Em Portugal, 630 mil passageiros perderam direito a 160 milhões de euros em compensações. Bagagem de mão fica limitada a 40x30x15 cm. • dn.pt
União Europeia
🇪🇺 A União Europeia importou 56 mil milhões de euros do Mercosul em 2024, exportando 55,2 mil milhões, resultando num défice de 800 milhões. As importações aumentaram 4,2% face a 2023, sendo o Brasil o maior parceiro comercial. A UE importa principalmente bens primários (81,3%) e exporta bens manufaturados (86,6%). • dn.pt
🏦 Os ministros das Finanças da UE aprovaram um teto de financiamento recorde do BEI de 100 mil milhões de euros para 2025. Deste montante, 3,5% será destinado à segurança e defesa europeia, representando mais de 11 mil milhões para redes elétricas e armazenamento. • dn.pt
🛡️ O Governo espanhol rejeita o aumento de 5% do PIB para gastos militares proposto pela NATO, considerando-o contraproducente. A cúpula da Aliança Atlântica, nos dias 24 e 25, discutirá um possível aumento para 3,5%, que poderia elevar os gastos para cerca de 60 mil milhões de euros, enquanto o 5% alcançaria 80 mil milhões. Em carta a Mark Rutte, Pedro Sánchez referiu que Espanha precisa apenas de 2,1% do PIB, face aos atuais 2%. É o único país da NATO a opor-se a esta subida. • publico.es
Mundo
📉 Autoridades russas divergem sobre estímulos económicos após três anos de ofensiva na Ucrânia. O crescimento económico abranda apesar da resistência inesperada em 2023-2024. O vice-primeiro-ministro Alexander Novak defende cortes nas taxas de juro para estimular a atividade económica. • france24.com
🇨🇳 As gigantes tecnológicas chinesas têm grandes ambições no Brasil, a maior economia da América Latina com mais de 200 milhões de habitantes. Confrontadas com tarifas nos EUA e Europa, estas empresas procuram novos mercados para os seus modelos de negócio de baixo custo. • nytimes.com
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RELEMBRANDO
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[2.74] Seguro é o novo candidato à Presidência: o que o diferencia dos outros?. Praticamente invariáveis, as sondagens já o incluem há seis meses. Candidato dos valores sociais, tem perfil institucional e rede de apoio. Pensa o cargo como referência moral do país.
[2.73] 💸🪖 Governo favorece empresas, classe média e setor militar — com riscos para Estado Social e precários. No programa em discussão há ganhos prometidos para todos, mas os riscos de regressividade, desigualdade territorial ou sobrecarga indireta nos contribuintes mais frágeis não estão acautelados.
[E.23] 🥷☢️ À sombra do nuclear, Israel elevou para estado de guerra o conflito de décadas com o Irão. O ataque de Telavive a Teerão na sexta-feira rompe com um passado de guerra por procuração: o Irão respondeu a Israel e pela primeira vez os dois atingem as respetivas capitais numa guerra aberta