[1.21] Sánchez quer (e pode) tirar maioria absoluta ao PP na Galiza
O líder do PSOE quer mais: quer voltar a governar a região, que é um bastião dos populares. E quer ainda mais: (ou melhor) nas europeias, combater a "internacional ultradireitista".
Novidades eleitorais marcaram o fim de semana. Em Espanha Pedro Sánchez surgiu otimista na Galiza, com um discurso acima das possibilidades das sondagens — que no entanto dão indicações negativas para o PP, apesar deste poder continuar a mandar na Junta. Dos Estados Unidos vem agora a única esperança de a comunicação social ter alguma coisa para se entreter nos longos meses até à nomeação, perdão, coroação de Donald Trump como rei dos republicanos: Nikki Haley diz que a escolha dos republicanos é agora uma escolha de identidade de género, ela, mulher, contra ele, homem. Deve perder, mas vai entreter. E, espera-se, embaraçar Trump, que já começou a chamar-lhe nomes racistas.
Sánchez quer (e pode) tirar maioria absoluta ao PP na Galiza, seu feudo histórico
Em síntese
Pedro Sánchez expressa otimismo para reconquistar o poder na Galiza apesar das sondagens favorecerem o PP
o objetivo realista é chegar aos 29% e tirar a maioria absoluta ao PP num dos seus feudos históricos
em plena campanha para eleições cruciais para Espanha, Sánchez salienta a importância de combater o avanço de forças reacionárias na Europa
Sánchez desafia o líder do PP, Alberto Núñez Feijóo, a romper alianças com o partido de extrema-direita Vox
A notícia
Em preparação para as eleições autonómicas na Galiza no próximo dia 18 de fevereiro, o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez manifestou confiança na capacidade do seu partido, o PSOE, para recuperar o poder, depois das derrotas eleitorais anteriores.
No discurso no encerramento da convenção do PSOE em La Coruña, Sánchez apelou para que as urnas reflitam uma mudança liderada por José Ramón Gómez Besteiro, candidato do PSOE, confiando que é possível arrebatar a Junta ao Partido Popular (PP), que governa a região desde 1990, com um intervalo entre 2005 e 2009.
Segundo a última sondagem, o candidato do PP e atual presidente da Junta em exercício, Alfonso Rueda, conseguiria uma nova maioria absoluta se as eleições fossem hoje. No entanto, o PP sofre uma queda considerável tanto em votos como em mandatos, em comparação com as eleições anteriores, em 2020, o que beneficia a esquerda, que fica mais perto do que nunca de retirar a maioria do PP num de seus maiores feudos políticos.
O ano corrente apresenta um calendário eleitoral decisivo em Espanha, incluindo eleições na Galiza, País Basco e potencialmente na Catalunha, além das eleições para o Parlamento Europeu em junho. Dirigentes do PSOE reconheceram à agência EFE o sentimento positivo quanto ao desfecho na Galiza e no País Basco, mas admitiram incerteza em relação às eleições europeias, onde vêem como crucial o confronto com o crescimento da extrema-direita e forças reacionárias na Europa.
Sánchez dirigiu-se diretamente a Alberto Núñez Feijóo, líder do PP e da oposição de centro-direita no parlamento, instando-o a abandonar as alianças regionais com o Vox, partido de extrema-direita. Apelou para Feijóo se distanciar das políticas do Vox e considerar acordos nacionais mais abrangentes para benefício da maioria social espanhola. Este apelo reflete o contexto político mais amplo, onde o PSOE procura recuperar a sua base de apoio e barrar a influência de tendências ideológicas extremas e reacionárias.
Sánchez aproveitou a convenção do PSOE em La Coruña para demonstrar um fortalecimento ideológico e estratégico do partido. Descartando debates sobre a Lei de Amnistia, enfatizou a preparação do PSOE para “quatro anos mais” de governo progressista. Anunciou a inclusão de um plano de reforço nas áreas de matemática e compreensão leitora para jovens nos próximos Orçamentos do Estado, uma medida que será desenvolvida em colaboração com a comunidade educativa.
Sánchez concluiu o fim de semana de mobilização do PSOE reiterando o compromisso em combater o que denominou de “internacional ultradireitista” e a “onda reacionária”.
Fontes: Euractiv, EFE, El Plural, El Plural (sondagens) e DN
Com a desistência de DeSantis, corrida resume-se a (imagine-se!) uma questão de identidade de género: republicanos querem um homem (Trump) ou uma mulher (Haley)?
Quem afirmou com convicção este resumo foi a própria candidata Nikki Haley na sua primeira reação à notícia de que o governador da Flórida, Ron DeSantis, desistiu da corrida presidencial do Partido Republicano antes das próximas primárias, no estado de New Hampshire, passando a apoiar Trump.
A escolha do candidato republicano às eleições para a presidência dos Estados Unidos da América, em novembro, começou com o que parecia uma multidão de candidatos, com diferentes graus de bravata e ostentação, mas bastou uma das 50 “primárias” estaduais para acabar como um exercício de adulação, com apenas Nikki Haley no caminho da coroação de Donald Trump.
Ninguém confiava que Haley pudesse chegar tão longe. Apenas agora, que Trump lhe deu um apelido maldoso e espalhou uma teoria da conspiração falsa de que ela não é elegível para a presidência, é que ficamos a saber que a leva a sério.
Trump invoca novamente os demónios racistas
Donald Trump recorre novamente ao racismo contra um seu oponente político - desta vez, contra a ex-governadora da Carolina do Sul. O ex-presidente referiu-se a ela como “Nimbra”, uma brincadeira com seu nome de nascimento, Nimarata “Nikki” Randhawa. Haley é filha de pais imigrantes indianos.
E quem é Haley exatamente?
Nimrata “Nikki” Randhawa Haley tem 52 anos e é uma política americana que foi governadora do Estado de Carolina do Sul e embaixadora dos Estados Unidos na ONU
Haley é frequentemente descrita como uma política moderada, mas é uma conservadora convicta em quase todas as questões políticas
tem no entanto uma posição importante sobre a democracia: apoia o sistema eleitoral e condenou a invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021
Haley é uma crítica feroz de Donald Trump, acusando-o de incitar a violência e de ser um risco para a democracia americana
A candidatura de Haley pode representar uma ameaça para Trump, especialmente se ela conseguir unir os republicanos moderados e conservadores.
Fontes: Business Insider, Vox e Bloomberg
🤖 💣 O que significa o exército de um milhão de drones da Ucrânia para o futuro da guerra?
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, prometeu que em 2024 o país terá um milhão de drones militares. A Ucrânia já utiliza centenas de milhares de pequenos drones, mas esta é uma mudança significativa - uma transição para um exército com mais drones do que soldados.
Qual é o significado para o futuro da guerra?
Os pequenos drones, muitos deles quadcopters disponíveis para consumidores, têm desempenhado um papel importante. São frequentemente conhecidos como Maviks, por causa do comum drone Mavic fabricado pela empresa chinesa DJI. Os soldados russos rapidamente copiaram estas táticas.
A guerra dos drones acelerou no final de 2022, com a introdução de quadcopters de voo em primeira pessoa (FPV) convertidos em armas guiadas. Os potentes motores destas versões permitem transportar uma ogiva anti-tanque a 20 quilómetros para destruir tanques, artilharia e outros alvos. Os FPV podem perseguir camiões a alta velocidade, entrar em edifícios e abrigos através de janelas e portas ou mergulhar em trincheiras e foram construídos em grandes números.
Os comandantes de ambos os lados foram inicialmente céticos quanto à utilização de drones de consumo no campo de batalha e a aquisição foi principalmente feita por grupos de voluntários, doadores ou soldados que compram os drones por si próprios.
Mas agora são os governos que estão a liderar os esforços. A Ucrânia utilizou no ano passado cerca de 200.000, principalmente FPV e tipo Mavik, algo possível devido ao baixo custo e pronta disponibilidade da tecnologia, em contraste com o usual processo mais lento de aquisição de equipamento militar. “Mais de 50% do equipamento e pessoal são destruídos por drones e os outros 50% são destruídos com a assistência de drones”, de acordo com um voluntário citado pela iniciativa de angariação de fundos United24, criada por Zelensky para ajudar a comprar os dispositivos.
Um fator-chave para o aumento dos drones tem sido a velocidade com que novos drones podem ser implantados e como os FPV de $400 podem ser utilizados em muito maiores números do que os mísseis anti-tanque Javelin de $200.000.
Fonte: New Scientist
FALTAM 48 DIAS PARA AS LEGISLATIVAS 2024
CH - Pedro Pinto e João Tilly serão os cabeças de lista em Faro e Viseu, enquanto Rui Cristina, ex-PSD, está por confirmar na lista de Évora.
PS - Vieira da Silva encabeça a lista por Lisboa, Ana Catarina Mendes lidera lista de Setúbal, e Alexandra Leitão a de Santarém.
CDU - Sílvia Vasconcelos é cabeça de lista pelo Funchal e Catarina Marques foi escolhida para encabeçar a lista da CDU pelo distrito de Faro.
CURTAS
Portugal contribuirá com 37 militares no exercício da NATO Steadfast Defender 2024, na Polónia e Roménia, visando treinar a projeção e defesa de forças • Lusa.
O primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, em visita a Kiev, prometeu apoio à Ucrânia e discutiu o fortalecimento das relações bilaterais com Zelensky • Público.
O presidente angolano, João Lourenço, nomeou um novo ministro do Planeamento e outros secretários de Estado, procedendo a uma remodelação no governo • Lusa.
Após o concurso público de 2023, a ANPG angolana aprovou nove operadoras e cinco não-operadoras para exploração de petróleo nas bacias do Baixo Congo e Kwanza • Lusa.
Cabo Verde busca reforçar cooperação com os EUA na segurança marítima e cibersegurança, conforme expresso pelo PM Ulisses Correia e Silva durante a visita de Anthony Blinken • Expresso das Ilhas.
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Um concerto
As Quatro Estações de Vivaldi, Ludovice Ensemble, CCB, Lisboa, 4 Fevereiro 2024, 11h00. As Quatro Estações de Vivaldi são das obras mais famosas de toda a História da Música. Será possível encontrar uma «versão alternativa» destes acrobáticos concertos para violino, com ainda mais cores e efeitos surpreendentes?
Uma peça
Sonho de Uma Noite de Verão, Teatro da Trindade, Lisboa, até 28 Janeiro 2024, 4ªF a Sáb 21:00 e Dom 16:30. A conhecida comédia de William Shakespeare é aqui apresentada numa versão musical encenada por Diogo Infante
Um livro
A Tília/Aniversário. Autoria: César Aira Tradução de Miguel Filipe Mochila Editora: Cavalo de Ferro, 2023. “Ficções invisíveis: A Tília/Aniversário, de César Aira, um dos melhores livros de 2023 - A Tília e Aniversário são ambas narradas na primeira pessoa e os protagonistas compartilham com o autor o local e a data de nascimento, a condição da escrita, a fortuita voracidade enciclopédica, uma busca de salvação pelo Estilo (com maiúscula e tudo).” Mário Santos
RELEMBRANDO
Não lemos todas as newsletters todos os dias, naturalmente… Podem ter-lhe escapado estes assuntos:
[1.20] Dados mostram como PS, AD e CH capturam a atenção dos jornais online. Estas três forças partidárias concentram quase três quartos da atenção disponível na comunicação social online. PCP é banido, PAN e Livre são desprezados.
[1.19] Para começo de conversa: PS perderá deputado por Viana, CH ganhará deputado por Setúbal. Esta é uma conclusão fácil, aritmética e lógica, que não decorre de sondagens. Apenas da troca de mandatos: este ano Viana elegerá menos um e Setúbal mais um. Fiz as contas aos dados deste século
[1.18] Meio mundo assustado (e toda a Europa), meio mundo sorridente com a vitória de Trump no Iowa. O "velho continente" odiado por Donald Trump terá de se defender sozinho se o ex-presidente regressar à Casa Branca — para gáudio do seu ídolo Putin, e não só