[1.18] Meio mundo assustado (e toda a Europa), meio mundo sorridente com a vitória de Trump no Iowa
O "velho continente" odiado por Donald Trump terá de se defender sozinho se o ex-presidente regressar à Casa Branca — para gáudio do seu ídolo Putin, e não só
As peripécias das eleições presidenciais dos Estados Unidos da América dominam a atenção mundial até culminarem em novembro, após um ano particularmente exaustivo em mudanças políticas potenciais (em anterior VamoLáVer: O que esperar do maior ano eleitoral da História?). Os holofotes acenderam-se para o pontapé de saída: as internas do Partido Democrata no estado do Iowa.
Mas não, os 40 delegados do Iowa não são marcantes, decisivos ou premonitórios. É demasiado cedo para ter uma ideia sobre o desfecho da intensa e demorada maratona eleitoral. Contudo, este simples pensamento racional de alguns analistas é esmagado pelos sentimentos coletivos da grande maioria de cidadãos e sobretudo por dois: o medo e a euforia.
ELEIÇÕES
Meio mundo assustado (e toda a Europa), meio mundo sorridente com a vitória de Trump no Iowa
A vitória de Donald Trump no estado do Iowa, nas eleições internas do Partido Republicano, assustou meio mundo e tranquilizou outro meio mundo.
O susto ocorreu sobretudo na Europa, mas também na América e nalguns países geralmente alinhados com a cultura dita “ocidental”. VamoLáVer dá conta mais abaixo das reações de líderes do espaço da União Europeia, em regra enfatizados por uma comunicação social que se alimenta de Trump tanto quanto o alimenta. Como irá ler, o susto é bem fundamentado para os europeus, e não só para os cidadãos da União: o ódio de Trump pelo “velho continente” e a sua anterior promessa de retirar o apoio à defesa militar são uma fonte de evidente preocupação.
Outros países vêem no desprezo de Trump pelos direitos e pelo clima um fator de alívio para as suas futuras relações com os Estados Unidos.
E temos Vladimir Putin a sorrir de contentamento, claro.
Mas: é caso para ficarmos já todos com os joelhos a tremer de medo ou a esfregar as mãos de satisfação (até em Portugal há muita gente encantada com a perspetiva)? O que significa esta vitória?
O Iowa é o primeiro dos estados da federação a votar nas primárias do Partido Republicano. É o ponto de partida, quando se acendem os holofotes — essa é a importância de um estado de 3,2 milhões de habitantes que representa menos de 1% da população estado-unidense e que na convenção final, em julho estará representado por apenas 40 delegados.
Mas não é um indicador fiável do rumo das primárias, não antecipa o vencedor. Mike Huckabee, em 2008, Rick Santorum, em 2012, e Ted Cruz, em 2016, todos venceram no Iowa e nenhum saiu nomeado para a corrida presidencial.
O próprio Trump foi ali derrotado em 2016 — e não só acabou por conquistar a nomeação republicana, como venceu as eleições. Como ele Ronald Reagan (1980) e George H.W. Bush (1988).
Dado final: em 12 eleições desde 1972, apenas três candidatos que venceram no Iowa acabaram presidentes, e deles apenas um era republicano, George W. Bush (os outros foram os democratas Jimmy Carter e Barack Obama).
Outra nota sobre estas presidenciais agendadas para 5 de novembro de 2024: será a 60ª eleição presidencial quadrienal e a primeira após a redistribuição dos votos eleitorais de acordo com o censo pós-2020. Este pormenor introduz um fator de incerteza que poderá baralhar algumas metodologias de projeções.
🤼♂️ 💣 Ideias-chave de uma breve ronda por artigos significativos na comunicação social da UE
pressão sobre Israel para um cessar-fogo pode reconciliar os democratas, condição necessária para vencerem o candidato republicano às presidenciais
próximo caucus republicano no New Hampshire deverá reforçar Trump
se Trump regressar, a Europa não só terá que lidar com o seu ódio pelo “velho continente”, mas também terá que assumir com urgência todo o fardo da sua própria defesa
José Pedro Teixeira Fernandes pede calma (Rádio Renascença): uma eventual vitória de Trump não é assim tão provável. Mas, a acontecer, seria o cenário ideal para o Kremlin, pela ideia de divisão do Ocidente, porque a possibilidade de uma ação coordenada para apoiar a Ucrânia seria certamente posta em causa. Contudo, também pode haver alguma evolução que não seja só pela negativa. Uma das questões é se, com o avançar do ano, os Estados Unidos não irão aumentar a pressão sobre Israel, no sentido de parar as operações militares em Gaza. Porque, visto na perspetiva de Joe Biden, ao contrário do que acontece com a guerra da Ucrânia, este conflito e o apoio que tem sido dado a Israel têm provocado mais fraturas e mais contestação no próprio Partido Democrata, que obviamente necessita de estar o mais unido possível nesta campanha eleitoral e, depois, na batalha das presidenciais.
Toms Ģigulis (Delfi, Letónia), prevê que Trump fará uma limpeza: A vitória do ex-presidente em Iowa não é surpresa, as sondagens previram-no durante meses. DeSantis investiu muitos recursos em Iowa, por isso o seu segundo lugar também não é uma grande surpresa. Mas a grande diferença entre ele e Trump mostra o quanto o ex-presidente ainda exerce influência entre os republicanos. Trump recebeu mais votos em Iowa do que DeSantis e Haley juntos. A próxima paragem nas primárias republicanas é New Hampshire na próxima semana. As sondagens mostram que Trump é o favorito lá também. Uma vitória de Trump nesse estado seria outro grande passo no caminho para a nomeação.
A UE precisa urgentemente de reajustar a sua política de defesa, avisa o Club Z (Bulgária): Segundo o Comissário da UE Thierry Breton, Donald Trump disse numa conversa informal com Ursula von der Leyen em 2020 que “se a Europa for atacada, nunca viremos em seu auxílio”. Também disse que a NATO “está morta e vamos deixá-la” e ainda terá dito: “Vocês devem-me 400.000 milhões de dólares porque vocês alemães não pagaram o que deveriam ter pago pela defesa”. Se Trump voltar à Casa Branca, a Europa não só terá que lidar com o seu ódio pelo velho continente, mas também terá que assumir com urgência todo o fardo da sua própria defesa.
Para o Aargauer Zeitung (Suíça), o relacionamento entre Trump e os media é mutuamente benéfico: Como nas eleições presidenciais de 2016 e 2020, essa estranha simbiose entre os media e o “anti-político” Trump está a ressurgir. É como uma obsessão mútua. Os jornalistas relatam extensivamente sobre ele, muitas vezes com um tom de aviso, enquanto Trump nunca se esquece de desencadear as suas diatribes de ódio contra os “inimigos do povo” em todas as aparições. No final, ambos se beneficiam, porque a atenção é a moeda mais importante tanto no campo político quanto no negócio dos media.
🇺🇸😨 Líderes mundiais antecipam impacto de possível segunda presidência de Trump
O resumo
Líderes internacionais procuram compreender e preparar-se para um possível segundo mandato de Trump
previsões de tensões comerciais e abordagens transacionais com possíveis implicações para a NATO e direitos humanos
posição russa na guerra da Ucrânia pode ser favorecida pela admiração de Trump por Putin
cenário seria o de uma “Europa sozinha”
Índia e Arábia Saudita preferem a abordagem de Trump favorável à limitação de direitos e ao desprezo pelo clima.
O balanço
Líderes de todo o mundo estão atentos à possibilidade de Donald Trump reassumir a presidência dos Estados Unidos, uma preocupação manifestada logo após a rápida vitória de Trump nas primárias de Iowa, onde os seus rivais republicanos ficaram para trás (ver resenha mais abaixo). Enquanto especulações crescem entre a elite política e financeira global, incluindo comentários da diretora do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, que alertou sobre os riscos de uma segunda presidência Trump para a estabilidade global, líderes governamentais reconhecem a necessidade de serem pragmáticos diante desta realidade eminente.
A atual presidência da União Europeia considerou que as presidenciais nos EUA testarão as bases da democracia e cenários de desmantelamento da aliança transatlântica. Alexander De Croo, primeiro-ministro da Bélgica e presidente da UE, afirmou que uma eventual vitória de Trump representaria uma Europa sozinha. Durante a administração Trump (2017-2021), as relações com a Europa pioraram devido a conflitos constantes sobre comércio, segurança e cooperação militar. De Croo defendeu que a UE deve aprender a sustentar-se e, em caso de vitória de Trump, os europeus terão que abraçar essa perspectiva.
A Primeira-Ministra da Estónia, Kaja Kallas, já fez contactos com os aliados de Trump em Washington, enquanto a Ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, visitou pessoalmente o “coração de Trump” nos EUA para sondar o clima político antes das eleições de novembro.
Autoridades de vários continentes estão conscientes dos desafios que podem surgir com um segundo mandato de Trump, prevendo políticas mais imprevisíveis e possíveis retiradas de acordos internacionais, como a NATO, e uma abordagem mais dura em relação à Ucrânia, devido à admiração que Trump demonstrou anteriormente por Vladimir Putin.
Apesar da possibilidade de um aumento nas tensões comerciais, especialmente com a China, é interessante notar que poucos em Pequim esperam mudanças significativas na relação com os Estados Unidos, já que vêem semelhanças protecionistas nas políticas da administração Biden. Por outro lado, países como a Índia e a Arábia Saudita podem apreciar o pragmatismo nas relações internacionais que Trump traz, preferindo-o em detrimento das críticas que frequentemente recebem de países ocidentais sobre questões como as mudanças climáticas e direitos humanos.
Fontes: Bloomberg, AP, Politico
🇺🇸😲 Trump arrasa nas primárias do Iowa e reforça liderança para as presidenciais dos Estados Unidos
O resumo
Donald Trump vence primárias de Iowa com 51% dos votos, distanciando-se significativamente dos rivais republicanos
Ron DeSantis enfrenta dificuldades após desempenho aquém das expectativas, podendo comprometer financiamento futuro
Apesar das acusações criminais, a lealdade dos eleitores republicanos a Trump mantém-se forte, com muitos a descredibilizar os resultados das eleições de 2020.
A notícia
Donald Trump alcançou uma vitória esmagadora nas primárias republicanas do estado do Iowa, solidificando o seu estatuto de favorito na corrida à nomeação presidencial do Partido Republicano para 2024. O ex-presidente dos EUA obteve um recorde de 51% dos votos, deixando os seus adversários Ron DeSantis e Nikki Haley a uma considerável distância, com 21% e 19% respetivamente. Este resultado consolida a sua posição dominante no partido.
Ron DeSantis, visto como um dos principais opositores de Trump, ficou numa situação complicada. Analistas e fontes próximas da sua campanha sugerem que o caminho até à vitória está cada vez mais difícil, e que DeSantis pode enfrentar problemas de financiamento no futuro dado o seu desempenho abaixo do esperado nas primárias.
A presença de acusações criminais contra Trump parece não abalar o apoio dos eleitores republicanos; muitos dos participantes nas primárias de Iowa partilham a crença infundada de que as eleições de 2020 foram fraudulentas. Adicionalmente, mais de 60% afirmam que Trump continuaria apto a servir como presidente mesmo que fosse condenado. As sondagens atuais indicam que a disputa entre Trump e o Presidente Joe Biden está bastante equilibrada, com as eleições presidenciais a aproximarem-se dentro de 10 meses.
🇵🇹🚨 Portugal pouco progrediu na prevenção da corrupção entre deputados e juízes
O Grupo de Estados contra a Corrupção (GRECO) do Conselho da Europa avaliou que Portugal realizou apenas “progressos limitados” na prevenção da corrupção entre deputados, juízes e procuradores, catalogando o nível de cumprimento das recomendações como “globalmente insatisfatório”.
Apenas três das 15 recomendações emitidas pelo GRECO foram plenamente implementadas por Portugal, refletindo uma resposta considerada inadequada aos desafios de prevenção da corrupção
As medidas para fortalecer a independência do Conselho Superior da Magistratura não foram incrementadas, e o método de seleção de juízes do Supremo Tribunal não sofreu alterações, mantendo-se preocupações sobre a independência do poder judicial
Embora o Ministério Público tenha adotado um Código de Conduta para procuradores, a supervisão efetiva da atividade dos magistrados deste órgão permanece deficitária, segundo a avaliação do GRECO.
🇦🇴😞 Crises humanitárias esquecidas — alerta a Care International
O resumo
Care International coloca crises humanitárias africanas como as mais esquecidas pelos media em 2023
Conflitos internacionais e foco na Europa desviam atenção dos problemas em África
Angola no topo da lista pela segunda vez consecutiva
Relatório “Breaking the silence” destaca desatenção a questões como fome, desnutrição e mortalidade infantil.
O alerta
O recente relatório da Care International, “Breaking the silence”, alerta para a desatenção mundial a crises humanitárias que ocorrem em África. O documento enfatiza que emergências como a fome em Angola, a desnutrição crónica no Burundi e a elevada mortalidade infantil na República Centro-Africana estão sendo negligenciadas pela comunicação social global. Os conflitos na Ucrânia e entre Israel e Hamas ganham destaque nos noticiários, obscurecendo as dificuldades enfrentadas no continente africano.
Fredson Guilengue, analista da Rosa Luxemburg Foundation em Joanesburgo, aponta o conflito Rússia-Ucrânia e o conflito entre Israel e Hamas como razão para a falta de atenção internacional para com África. Com a continuidade dessas disputas, a falta de cobertura mediática sobre África poderá persistir até 2024. O enfoque dos media no continente europeu contrasta com o silêncio em relação ao sofrimento africano.
Pela oitava vez, a Care International divulga a lista anual das “crises esquecidas”, salientando dez emergências humanitárias que receberam escassa cobertura jornalística. Tanto em 2022 como em 2023, todas essas crises se localizaram- em África, com Angola a figurar no topo da lista pelo segundo ano consecutivo.
Fonte: Care International
CURTAS
O PSD aprovou as listas de candidatos a deputados para as próximas eleições legislativas, com cerca de 30% dos atuais deputados em lugares elegíveis, notando-se o regresso de figuras associadas à era de Passos Coelho e a decisão de alguns autarcas de abandonarem os seus postos para assegurarem um lugar. O Conselho Nacional do partido validou estas escolhas apesar de uma contestação vinda do Algarve à nomeação de Miguel Pinto Luz. • RTP
Lai Ching-te, do Partido Democrático Progressista, venceu as presidenciais em Taiwan. O ministro chinês dos Negócios Estrangeiros advertiu que qualquer tentativa de independência de Taiwan será “severamente punida” pela história e pela lei, apesar das eleições que denotam caminho contrário • DN.
A TAP suspeita de potenciais crimes envolvendo a ex-CEO Christine Ourmières-Widener e o seu marido, na tentativa de venda de serviços da Zamna Technologies à companhia aérea • CNNP.
A Vodafone firmou uma parceria de dez anos com a Microsoft, focada em IA generativa, com um investimento de 1.500 milhões de dólares e ambições que abrangem Europa e África • CNBC.
O líder da extrema-direita em França, Jordan Bardella, prometeu criar uma maioria bloqueadora no Parlamento Europeu com os anti-UE para impedir o que chama de “golpe federalista” • Euractiv.
Na recente convenção do Chega foi notável a ausência de temas polémicos anteriormente vinculados ao partido, como a questão dos ciganos e medidas extremas para pedófilos, indicando uma potencial mudança de discurso • Público.
A Autoeuropa retirou-se do consórcio Drivolution financiado pelo PRR, perdendo a liderança no projeto de transformação para a fábrica do futuro por não cumprir uma regra ambiental • Público.
Durante o Fórum Económico Mundial, em Davos, a China, representada pelo seu primeiro-ministro, Li Qiang, destacou-se ao promover “coopetição“ e assegurou aos investidores que a economia chinesa é uma oportunidade, não um risco • Expresso.
A inflação média anual da Alemanha abrandou para 5,9% em 2023, embora ainda elevada, com uma notável subida nos preços dos alimentos e influenciada por circunstâncias de guerra e crise • RTP.
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Uma exposição
Colecção Peter Meeker. Obras de 1982-2019. Curadoria: Barbara Piwowarska e João Silvério Com Ignasi Aballi, Pawel Althamer, Augusto Alves da Silva, Miroslaw Balka, Gerardo Burmester, Pedro Cabrita Reis, Pedro Calapez, Pedro Casqueiro, Rui Chafes, José Pedro Croft, Pepe Espaliú, Ângela Ferreira, Ana Jotta, Jorge Molder, Paulo Nozolino, Rui Sanches, Julião Sarmento, Wilhelm Sasnal, Susana olano, Monika Sosnowska, Franz West PORTO, Casa São Roque Centro de Arte, Rua São Roque da Lameira, 2092, de 4.ª Feira a domingo, das 12h às 18h. Até 31 de Maio 2024. “Colecção Peter Meeker para ver no Porto: diálogos europeus à volta da liberdade. Nesta apresentação da colecção, para além da muito feliz relação com a arquitectura da Casa de São Roque, que é exigente e nada compatível com a ideologia contemporânea da sala branca de exposição, os curadores juntaram artistas portugueses, espanhóis e polacos que não têm em comum um programa plástico, mas terem crescido em países que tiveram regimes repressivos e ditatoriais.” Nuno Crespo
Um filme
Folhas Caídas. Realização: Aki Kaurismäki Actor(es): Alma Pöysti, Jussi Vatanen, Alina Tomnikov, Martti Suosalo. “Prémio do Júri no Festival de Cannes e considerado o melhor filme de 2023 pela revista Time e pela FIPRESCI (Federação Internacional de Críticos de Cinema), um drama que tem assinatura do aclamado realizador finlandês Aki Kaurismäki, que há mais de 30 anos vive, metade do ano, em Viana do Castelo.”
Um livro
Uma Pequena História da Música. Autoria: Robert Philip Tradução de Miguel Martins Editora: Edições 70, 2023 “Partituras, pianos democráticos e alguns génios: a história da música passa por aqui. Dos bardos gregos às grandes orquestras clássicas, eis Uma Pequena História da Música. É o trabalho de um apaixonado, Robert Philip.” Pedro Rios
RELEMBRANDO
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[1.11] A terceira vida do PS com a geração política melhor preparada de sempre. Pedro Nuno Santos é o primeiro secretário-geral do PS nascido em democracia. É também o líder de uma geração que ascende ao poder com uma característica: tem uma notável bagagem executiva.
[1.5] Vamos com calma, Europa: avanço da extrema-direita não é inevitável e tem mais fumo que fogo. Há quatro países governados pela extrema-direita que em breve serão três. 84% dos cidadãos comunitários não conhecem governos desses. Balanço da presença dos extremistas em governos e parlamentos