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Avatar de Alexandre

Bem, em primeiro lugar, é bastante duvidoso que o voto no chega seja um voto numa possibilidade de governar e não sobretudo protesto e ressentimento. Em segundo lugar, se fosse sempre feito diretamente tudo o que os eleitores desejam, ainda hoje a homossexualidade era crime, o aborto era crime, a pena de morte era comum e a tortura aceitável. E, por fim, o erro de base em quase todas as análises ou premissas é considerar o chega um partido como os outros (ainda que legalmente o seja). A direita podia resolver o problema, ou pelo menos minimizá-lo, se tivesse, ou quisesse realmente, criar um cordão sanitário (tipo CDU vs afd). Não o fez, tem sido bamba, fez acordo nos Açores, tem discutido o chega dando-lhe laivos mínimos de credibilidade (aqui a esquerda e o jornalismo/comentário também são culpados). Portanto, os eleitores votam por ressentimento, descrença e alguns porque são fascistas, mas também porque sabem que não é de facto um partido para o governo ou sequer confiável mas parece que o psd acha que é, ou que pode "mudá-lo" (onde é que já vimos isto?).

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Avatar de Paulo Querido

"se fosse sempre feito diretamente tudo o que os eleitores desejam, ainda hoje a homossexualidade era crime, o aborto era crime, a pena de morte era comum e a tortura aceitável"

Não é verdade. Os eleitores votaram MAIORITARIAMENTE e de forma consistente nos partidos que tinham esses temas por objetivo.

Confundimos muito a gritaria que ecoa nas redes e nos media com "os cidadãos" e "os eleitores". É uma consequência da sociedade hiper-imediatizada em que mergulhámos e tolda-nos a compreensão do real.

O CH é um partido como os outros. Não tem os mesmos objetivos — nenhum deles tem os mesmos objetivos e programa dos outros, todos têm distinções — mas é um partido como os outros, a partir do momento em que o TC o admitiu.

A direita não quer nenhum cordão sanitário ao CH.

O CH tem um líder troca-tintas e inconfiável, é verdade. Mas Ventura tem sido consistente num ponto: quer poder, quer governar, quer ser PM ele próprio, quer pelo menos mandar no PM.

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