[2.64] 🇺🇸 📉 Trump ameaça UE com tarifas de 50% e provoca queda nas bolsas
O presidente americano recorre a ameaça por considerar que as negociações não estão a surtir efeito; mas os seus números estão todos errados.
Nesta edição:
🇺🇸 📉 Trump ameaça União Europeia com tarifas de 50% e provoca queda nas bolsas
🌍 💼 G7 evita mencionar tarifas de Trump e promete reduzir desequilíbrios económicos globais
⚖️🏛️ Chega propõe revisão constitucional com maioria de direita no Parlamento
🧠 ❌ A radicalização da Iniciativa Liberal (nota do editor)
🗳️📊 PS enfrenta pressão para adiar eleições internas após “hecatombe” eleitoral
🎥 🧨 “Braço armado” do Chega: o jornalismo como cúmplice da ascensão da extrema-direita
🗝️ 🏠 PSOE propõe cerco ao turismo imobiliário: IVA a 21% nos alojamentos locais e imposto para compradores de fora da União
🇫🇷🇵🇸 França lidera iniciativa para reconhecimento coordenado do Estado palestiniano
E ainda breves de Portugal, da União Europeia e do mundo
Mas antes repito, de forma a chegar aos leitores que não tenham aberto a edição de ontem (não abrimos todas as newsletters todos os dias, é normal), que vamos mudar de fase: no link está toda a informação, que aqui sintetizo: as eleições de domingo passado provocaram mudanças profundas na política portuguesa e, como editor desta newsletter, considero este um tempo apropriado para introduzir algumas melhorias, acompanhadas de uma chamada de atenção. Queremos:
Aprofundar a fiscalização e o escrutínio por conta própria
Procurar e recompensar o jornalismo de investigação e de explicação
Averiguar a possibilidade de uma rede, formal ou informal, de meios alternativos, começando pelas newsletters que já existem e pelas que deverão abrir nos próximos tempos
Esta proposta de melhorias depende em larga medida do apoio dos leitores. VamoLáVer precisa do seu apoio para mudarmos de fase, para termos melhor escrutínio dos futuros Governo e Parlamento, e ganhar independência face ao jornalismo em crise de identidade.
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ATUALIDADE
🇺🇸 📉 Trump ameaça União Europeia com tarifas de 50% e provoca queda nas bolsas
Donald Trump ameaçou esta sexta-feira, 23 de maio, aplicar direitos aduaneiros de 50% aos produtos europeus importados para os Estados Unidos a partir de 1 de junho. O presidente americano justificou a medida com o facto de as negociações comerciais em curso com a União Europeia "não estarem a ir a lado nenhum".
O que disse Trump? O presidente americano criticou duramente a UE, afirmando que esta "foi criada em primeiro lugar para beneficiar dos Estados Unidos do ponto de vista comercial". Denunciou ainda:
Barreiras comerciais e não-aduaneiras
IVA e sanções contra empresas americanas
Manipulações monetárias
Processos "injustificados e injustos" contra empresas americanas
Os números do défice comercial são controversos. Trump estima o défice comercial americano com a Europa entre 300 e 350 mil milhões de dólares. No entanto:
Os dados oficiais americanos apontam para 235 mil milhões de dólares em 2024
A Comissão Europeia contesta, falando de apenas 150 mil milhões de euros para bens
Incluindo serviços, o défice seria de apenas 50 mil milhões de euros
Impacto imediato nas bolsas europeias foi devastador. O CAC 40 perdeu mais de 3%, com quedas acentuadas nos setores do luxo e automóvel:
Kering: -3,90%
Hermès: -4,14%
LVMH: -3,16%
Stellantis: -4,74%
Contexto atual: Os direitos aduaneiros sobre produtos europeus estão atualmente em 12,5% (2,5% antes do regresso de Trump, mais 10% desde abril). A Casa Branca tinha anunciado uma pausa de 90 dias nas tarifas além dos 10%, que deveria terminar no início de julho.
Fonte: liberation.fr
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📱 Trump ameaça reviver guerras comerciais globais com taxas elevadas sobre exportações europeias. Prometeu tarifas de 25% aos iPhones da Apple que sejam fabricados fora dos EUA e mantém tarifas de 10% globalmente. • nytimes.com
🌍 💼 G7 evita mencionar tarifas de Trump e promete reduzir desequilíbrios económicos globais
Os ministros das Finanças e governadores dos bancos centrais do G7 conseguiram chegar a acordo após três dias de negociações nas Montanhas Rochosas canadianas, apesar das divisões sobre as tarifas americanas e a guerra na Ucrânia. O comunicado final omite qualquer referência às tarifas de Donald Trump que estão a perturbar o comércio global.
Os principais pontos do acordo:
Combate aos "desequilíbrios excessivos" na economia global, com foco em políticas e práticas "não-mercado" (uma referência indireta à China)
Possível aumento das sanções à Rússia se os esforços de cessar-fogo falharem
Análise da concentração de mercado e da resistência das cadeias de fornecimento internacionais
Reconhecimento do problema dos envios internacionais de baixo valor que podem ser usados para contrabando
Mudanças na linguagem sobre a Ucrânia: O comunicado descreve a guerra como "brutal e continuada" em vez da anterior formulação que a classificava como "ilegal, injustificável e não provocada". Esta mudança reflete a nova posição de Trump, que tem diminuído o apoio americano à Ucrânia.
O que não foi mencionado: Apesar das discussões, o documento final não inclui referências às tarifas de Trump de 25% sobre bens como aço e alumínio, nem menciona especificamente a China ou outros países acusados de apoiar a Rússia. O ministro canadiano das Finanças minimizou estas omissões, garantindo que os temas foram debatidos.
Próximos passos: Esta reunião prepara a cimeira de líderes do G7 marcada para 15 a 17 de junho na área de Kananaskis, onde Trump confirmou a sua presença.
Fonte: reuters.com
⚖️🏛️ Chega propõe revisão constitucional usando a maioria de direita no Parlamento
A notícia - André Ventura, presidente do Chega, afirmou que a atual maioria de direita no Parlamento representa uma "oportunidade única" para rever a Constituição. Em conferência de imprensa em Lisboa, Ventura anunciou que irá propor uma "plataforma de entendimento" com o PSD, IL e CDS-PP, excluindo o PS. Embora reconheça que a revisão não seja uma prioridade para os eleitores do Chega, defendeu a necessidade de alterar a Lei Fundamental para incluir a prisão perpétua e reduzir o número de deputados. Ventura criticou ainda a proteção a pessoas de etnia cigana, afirmando que é hora de acabar com este regime de exceção.
Ventura propõe uma revisão da Constituição para incluir a prisão perpétua e reduzir o número de deputados, seguindo o exemplo dos Países Baixos.
Ventura aceita o inquérito do Ministério Público sobre as suas declarações, mas defende que a lei deve ser igual para todos, sem exceções para a comunidade cigana.
Fonte: dn.pt
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⚖️ O presidente do Tribunal Constitucional, José João Abrantes, lembrou que qualquer revisão constitucional não pode alterar a natureza republicana do regime. Isto exclui medidas como a prisão perpétua defendida pelo Chega. É improvável uma revisão sem participação do PS. • dn.pt
🏛️ O PAN defende revisão constitucional "humanista" focada nos animais e ambiente, rejeitando mudanças "economicistas". Inês Sousa Real foi recebida pelo Presidente da República, comprometendo-se a contribuir para a discussão sem recuos nos direitos adquiridos. • sicnoticias.pt
NOTA DO EDITOR
🧠 ❌ A radicalização da Iniciativa Liberal
O resultado das eleições de domingo teve várias consequências inesperadas. Quase todas elas já foram abordadas, em muitos casos até à exaustão. Vou chamar a atenção para uma que tem passado despercebida: a radicalização da Iniciativa Liberal, que vocalmente se voltou a aproximar da extrema-direita e programaticamente se distanciou do centro.
Em termos do que diz, não é novidade que Rui Rocha surja com um discurso mais perto de André Ventura, nos alvos e na fraseologia. Houve alturas, ao longo de 2023 e 2024, em que era difícil distingui-los.
O crescimento insípido da IL — mais um deputado, mais 18 000 votos — é para todos os efeitos uma derrota. Primeiro, porque o partido ambicionava muito mais. Segundo, porque da enxurrada de votos em fuga da esquerda para a direita do PS, o partido quase nenhum capturou. As diversas “punições” eleitorais ao PS — seja à governação de oito anos, seja à figura de Pedro Nuno Santos, seja ao erro de usar politicamente o caso Spinumviva — não reconheceram ao liberalismo da Iniciativa o valor de “chicote”.
Rui Rocha mostrou em todo o seu esplendor, na noite eleitoral e à saída da audiência em Belém, que tem sabido crescer. É hoje um político muito mais habilidoso. Primeiro, reconheceu que não vai contar para nada. A IL não mexerá nenhum ponteiro na governação, como ambicionava. Segundo, arranjou de imediato uma nova “árvore” para a “motoserra”: em vez de cortar cabeças ao funcionalismo público, vai cortar palavras à Constituição da República Portuguesa.
Erradicar o “socialismo” do preâmbulo da Constituição é uma manobra de revisionismo histórico digna dos comunistas do PREC. E é o novo grito da “Iniciativa Radical”.
Traduzindo as palavras em gestos, o que Rui Rocha mostra é que a IL está mais alinhada com a extrema-direita do que com o centro liberal. Prefere a convivência dos que pretendem a substituição da ordem democrática pelo regime autoritário policial do que os que pretendem a garantia do funcionamento equilibrado do mercado.
A escolha da IL é tão clara como cristalina é a alucinação em que se baseia. O facto de o socialismo a que se refere o histórico preâmbulo da Constituição nunca ter sido globalmente praticado em Portugal nada diz aos auto-intitulados liberais. Preferem seguir na estrada com os radicais à sua direita e fugir da social-democracia que foi, com muito mais avanços do que recuos (e estes foram sobretudo do PSD/CDS), o guião da imensa transformação e crescimento de Portugal nestes 50 anos.
As pessoas que invocam estes dados, verdadeiros, das imensas melhorias deste meio século em todos os setores, da economia aos direitos, do crescimento económico ao enriquecimento, para ilustrarem o seu entusiasmo com o capitalismo, jogam os mesmos dados para o lixo quando em cima da mesa estão as pertenças.
E as pertenças da IL são hoje muito claras: pertence ao lado que encolhe os ombros aos direitos e quer destruir a democracia, a troco de aparecer nas televisões a tirar o socialismo do único sítio onde a palavra existe.
ADENDA: já depois de escrita a nota, soube que Ventura já tirou a Rocha todo o protagonismo que a revisão constitucional poderá vir a dar. Foi curto, o holofote da televisão. Na melhor das hipóteses, Rocha tem a oportunidade de regressar ao centro, metendo no saco o papão do socialismo. Mas este vaivém não dá credibilidade a ninguém. Mesmo hoje. À porta de eleições autárquicas e presidenciais (a candidata presidencial da IL também escorregou no socialismo do preâmbulo).
🗳️📊 PS enfrenta pressão para adiar eleições internas após "hecatombe" eleitoral
A notícia - Seis membros da Comissão Nacional do PS apresentaram uma proposta de deliberação defendendo o adiamento das eleições internas do partido, contrariando a intenção do presidente Carlos César de as convocar para final de junho/início de julho. Os militantes, incluindo Daniel Adrião (quatro vezes candidato à liderança socialista), argumentam que as legislativas de domingo "resultaram num dos desfechos mais difíceis da história" do PS, exigindo "um processo de análise e debate interno sério e estruturado". A proposta sugere eleições em "outubro/novembro" num modelo de "primárias abertas", após as autárquicas deste ano.
Análise interna necessária - Os membros da Comissão Nacional defendem que o partido precisa de "repensar o seu rumo programático e estratégico" e rever o seu "modelo organizacional" antes de escolher nova liderança, para "compreender as causas desta evolução e preparar o futuro com responsabilidade e visão estratégica".
Evitar desfocagem eleitoral - A proposta argumenta ser "essencial evitar a ocorrência de processos eleitorais internos" que constituiriam "um fator de desfocagem do combate eleitoral" nas próximas autárquicas, onde o PS "deve concentrar todas as suas energias".
Apoio de Miguel Prata Roque - O ex-secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros fez pedido semelhante, defendendo eleições apenas em "final de outubro de 2025" e Congresso em "novembro de 2025", permitindo ao sucessor de Pedro Nuno Santos tomar decisões sobre o Orçamento do Estado para 2026.
Fonte: dn.pt
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🗳️ José Luís Carneiro será muito provavelmente secretário-geral do PS. Outros nomes fortes como Medina, Mariana Vieira da Silva e Ana Catarina Mendes não se candidatarão. • dn.pt
🎥 🧨 O jornalismo como cúmplice da ascensão da extrema-direita
Em artigo publicado pela VoxEurop (link no final), João Pinhal expõe uma crítica incisiva ao papel dos media portugueses — e, por extensão, de muitos media europeus — na amplificação da extrema-direita populista, centrando-se no caso de André Ventura e do partido Chega. A partir de testemunhos de jornalistas, académicos e dados de audiências, desenha-se um retrato de um ecossistema mediático cada vez mais rendido à lógica do mercado, em detrimento do seu papel de garante democrático.
Segundo o politólogo Miguel Carvalho, há uma mudança de paradigma no jornalismo: os critérios de pluralismo e aprofundamento deram lugar à necessidade de gerar audiências. A lógica comercial sobrepõe-se à informativa, e isso tem consequências diretas na visibilidade desproporcional dada a figuras como André Ventura. A análise de audiências da CAEM/MediaMonitor comprova que mais de 85% das entrevistas televisivas com Ventura aumentaram os números de audiência, com um acréscimo médio de cerca de 39 mil espectadores — um ganho de 15,4% em relação à média habitual.
O jornalista Pedro Coelho denuncia esta realidade como um sequestro do jornalismo pelas forças do mercado. “Capitalismo não serve os interesses do jornalismo”, afirmou enquanto presidente do 5.º Congresso dos Jornalistas, defendendo que a atividade jornalística não pode continuar dependente da lógica de lucro sem perder a sua qualidade essencial. Para ele, o problema não reside tanto nos jornalistas, mas nos diretores e empresários que decidem a linha editorial em função da sustentabilidade financeira, abrindo espaço à extrema-direita como “geradora de audiências”.
Este fenómeno, longe de ser exclusivamente português, repete-se em vários países europeus. Em muitos casos, como na Flandres ou nos Países Baixos, os media foram gradualmente adotando uma postura complacente perante a retórica e os protagonistas da direita radical. No entanto, há exceções notáveis — Wallonie, no sul da Bélgica, é uma delas. Aí, os meios de comunicação estabeleceram voluntariamente um cordon sanitaire mediático: os representantes da extrema-direita não são convidados para entrevistas em direto ou debates, podendo apenas ser citados com contextualização crítica. Esta linha vermelha, ainda que polémica, é encarada como uma medida de proteção democrática e é apontada como um fator para o fracasso eleitoral da extrema-direita na região.
Em contraste, o caso português sugere uma ausência desse tipo de barreiras editoriais. Ventura foi entrevistado 108% mais vezes que o então líder do PSD, agora primeiro-ministro, entre os dois últimos atos eleitorais. Esta sobreexposição não é apenas desproporcionada; é indicativa de um jornalismo que deixou de cumprir o seu papel escrutinador para se tornar plataforma de amplificação — ou mesmo de legitimação — da retórica radical. O jornalista Hélder Gomes, do Expresso, reconhece a gravidade do fenómeno: “as televisões sabem que Ventura dá audiências”.
Académicos como Riccardo Marchi e Paulo Couraceiro apontam o dedo ao modelo económico da comunicação social, que coloca o mercado como árbitro último dos conteúdos noticiosos. Quando a sobrevivência do meio depende da atenção do público, há uma tendência inevitável para promover discursos e figuras que geram polémica, indignação ou fascínio — todas características associadas aos populismos radicais.
A proposta de Pedro Coelho e de outros críticos é clara: repensar o financiamento do jornalismo, apostando em modelos não lucrativos e em apoio público, de modo a libertar os meios da lógica comercial que os tornou reféns. Mas mesmo dentro da classe, esta ideia está longe de reunir consenso.
O caso belga, em particular da Wallonie e do Luxemburgo, demonstra que outra abordagem é possível. Lá, o cordon sanitaire foi implementado ainda nos anos 90, antes de os partidos radicais populistas ganharem força institucional. A experiência mostra que, uma vez conquistado espaço mediático e parlamentar, é muito mais difícil conter o avanço destes movimentos. Como afirmou um responsável da RTBF: “uma vez que o verme entra na fruta, continuará a corroê-la por dentro”.
Em Portugal, o alerta surgiu demasiado tarde. Quando em 2019 Ventura entrou no Parlamento, já beneficiava de uma presença mediática regular e amplificada. A lição que se retira da comparação europeia é clara: o papel dos media na contenção — ou promoção — da extrema-direita é decisivo e deve ser assumido com responsabilidade ética e democrática.
Em suma, o artigo retrata um jornalismo que, longe de ser apenas vítima das pressões de mercado, se tornou cúmplice — voluntário ou inconsciente — da ascensão da extrema-direita. A ausência de mecanismos de contenção editorial, a obsessão com as audiências e a dependência da lógica comercial conduziram a um cenário em que o jornalismo, ao invés de guardar a democracia, a expõe a riscos crescentes. Como defende a investigadora Léonie de Jonge, o problema não está apenas na existência da extrema-direita, mas na forma como os media decidem lidar com ela.
Condensado de In Portugal, journalists are ‘the armed wing of Chega’s narrative’. His numbers ‘trounce’ all who surround him. André Ventura has become one of the most frequent special guests on television. Between the last two elections, he was interviewed 108% more than the leader of the largest opposition party. Researchers and journalists warn of a dangerous concession to commercial interests that, instead of curbing populist narratives, amplify them. Por João Pinhal
🗝️ 🏠 PSOE propõe cerco ao turismo imobiliário: IVA a 21% nos alojamentos locais e imposto para compradores de fora da União
O grupo parlamentar socialista apresentou de surpresa, esta quinta-feira, uma proposta de lei no Congresso com um conjunto de medidas fiscais para travar a crise da habitação.
Os principais pontos da proposta:
O IVA aplicado aos alojamentos turísticos subiria para 21%, passando a ser tributados como qualquer outra actividade económica.
Seria criado um novo imposto sobre a compra de habitação por parte de estrangeiros não residentes, com o objectivo de evitar a especulação.
Os senhorios que reduzissem as rendas para se alinharem com o índice oficial de preços teriam benefícios fiscais, mesmo que não estejam localizados nas zonas consideradas “tensionadas” pelo Governo.
A tributação sobre habitações devolutas aumentaria, com o intuito de incentivar a sua colocação no mercado de arrendamento.
É um pacote ambicioso, mas surge num momento delicado… O Executivo está em minoria e precisa do apoio de vários parceiros para aprovar qualquer iniciativa.
Os habituais parceiros de coligação exigem uma limitação mais agressiva dos preços das rendas, a proibição dos apartamentos turísticos ou mesmo o fim dos benefícios fiscais para os proprietários.
Fonte: elpais.com
🇫🇷🇵🇸 França lidera iniciativa para reconhecimento coordenado do Estado palestiniano
A notícia - França está a intensificar esforços para reunir nações ocidentais numa iniciativa coordenada de reconhecimento de um Estado palestiniano, com o Presidente Emmanuel Macron a organizar uma cimeira de paz de alto perfil nas Nações Unidas para 17 de junho. Em parceria com o Príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman, Macron procura garantir o apoio de países como Bélgica, Portugal e Luxemburgo. Israel respondeu com uma contra-campanha diplomática, com o embaixador Danny Danon a trabalhar em estreita colaboração com os Estados Unidos para bloquear a iniciativa, enquanto um alto funcionário israelita acusou Macron de fomentar "uma atmosfera anti-Israel".
Tensões diplomáticas estão a aumentar antes da sessão do Conselho de Segurança da ONU de 28 de maio, onde os Estados europeus deverão apelar ao fim da guerra em Gaza e exigir acesso humanitário imediato.
Sanções comerciais europeias estão em discussão, com alguns membros da UE a pressionarem pela suspensão da parceria comercial de Israel com o bloco, tendo os media holandeses reportado apoio de pelo menos 17 países.
Debates sobre sanções contra funcionários israelitas e colonos estão em curso, confirmou a Vice-Presidente da Comissão Europeia Kaja Kallas, embora o consenso permaneça difícil de alcançar.
Reino Unido congelou as negociações comerciais com Israel e convocou o embaixador israelita em protesto contra as políticas relacionadas com Gaza, numa escalada da crise diplomática que um funcionário do Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita descreveu como "a pior situação que já enfrentámos".
Fonte: worthynews.com
Portugal
🏥 Fernando Araújo abdica do cargo de deputado na Assembleia da República pelo PS para manter funções no Hospital de São João, no Porto. O médico justificou a decisão como a melhor forma de defender o SNS, mantendo-se na ULS São João e na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. • expresso.pt
📈 O endividamento do setor não financeiro aumentou 4.600 milhões de euros em março, atingindo 825.100 milhões. O setor privado subiu 2,4 mil milhões, com particulares a aumentarem 1,1 mil milhões principalmente por crédito habitação. O setor público cresceu sobretudo junto do exterior. • dn.pt
🏛️ Dois membros demissionários do PAN criticaram a divulgação pública do comunicado conjunto que anunciava a sua saída da comissão política nacional. Anabela Castro e Nuno Pires consideram que se tratava de informação interna que não deveria ser reproduzida nos órgãos de comunicação social. • publico.pt
✈️ A TAP registou prejuízos operacionais de 131,6 milhões no primeiro trimestre, agravados pela greve dos pilotos da PGA que durou 20 dias. As receitas operacionais caíram 4,5% para 823,4 milhões de euros, com impacto estimado entre 30-40 milhões pelos eventos extraordinários. • expresso.pt
⚡ A Frente Cívica exigiu ao primeiro-ministro que o Governo cobre 780,5 milhões de euros de indemnização à REN pelos prejuízos do apagão de 28 de abril. O corte de energia provocou pelo menos três milhões de euros de perdas no setor lácteo e alegadamente contribuiu para a morte de uma mulher de 77 anos. • 24.sapo.pt
🏛️ O segundo Governo de Luís Montenegro será viabilizado na Assembleia da República, com Pedro Nuno Santos a garantir que o PS não criará obstáculos. A penalização eleitoral do PS melhora as condições de durabilidade da legislatura. O PSD mantém o "não" aos acordos com o Chega. • expresso.pt
União Europeia
📈 A economia alemã cresceu 0,4% no primeiro trimestre, superando as expectativas iniciais de 0,2%. As exportações e o consumo privado impulsionaram o crescimento. Contudo, os especialistas prevêem estagnação económica para 2025, com recuperação apenas esperada para 2026 com crescimento de 1,0%. • deutschlandfunk.de
📊 A taxa de desemprego na UE desceu para 5,9% em 2024, o valor mais baixo desde 2009. Portugal manteve 6,5%, enquanto Espanha (11,4%) e Grécia (10,1%) registaram as taxas mais elevadas. O desemprego de longa duração também diminuiu para 1,9% na UE. • dn.pt
🇩🇰 O Parlamento dinamarquês aprovou o aumento da idade da reforma para 70 anos a partir de 2040, com 81 votos a favor e 21 contra. Atualmente aos 67 anos, a idade passará para 68 em 2030 e 69 em 2035. As pessoas nascidas após 1 de janeiro de 1970 terão de trabalhar até aos 70 anos. • publico.pt
Mundo
🕊️ O Kremlin nega conversações de paz diretas agendadas entre Rússia e Ucrânia, segundo o porta-voz Dmitry Peskov. Após reunião em Istambul a 16 de maio, ambos os países acordaram trocar 1.000 prisioneiros de guerra cada. Não há acordo concreto sobre próximos encontros. • apnews.com
Queria só acrescentar um outro erro que os media cometeram em relação ao Chega/Ventura e quanto a mim mais grave, que foi o comportamento dos comentaristas e mesmo os entrevistadores. O modo arrogante como se falava do Ventura e dos seus apoiantes, bem como os entrevistadores a tentarem mostrar que o apanhavam em falso, ou pior, que eram mais inteligentes que ele, ajudou a produzir o monstro que hoje temos.