[2.63] 💬 💣 Trump e Putin falam de paz, mas as bombas continuam a cair na Ucrânia
Putin está disposto a prolongar a guerra, apostando que o tempo joga a seu favor. Os preços do petróleo estabilizaram e o impacto das sanções tem sido mitigado.
Nesta edição:
💬 💣 Trump e Putin falam de paz, mas as bombas continuam a cair na Ucrânia
Análise: chamada representa vitória diplomática para Moscovo, mas normalização económica continua distante
🇬🇧 🕊️ Reino Unido suspende negociações comerciais com Israel devido à guerra em Gaza
🇳🇱 🕊️ Países Baixos exigem fim do bloqueio humanitário a Gaza e pedem análise do acordo UE-Israel
🗳️⚖️ Sócrates alerta para dilema entre democracia e populismo após eleições
🤖 💼 IA ameaça quase um terço dos empregos na Europa e Ásia Central
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Mas antes repito, de forma a chegar aos leitores que não tenham aberto a edição de ontem (não abrimos todas as newsletters todos os dias, é normal), que vamos mudar de fase: no link está toda a informação, que aqui sintetizo: as eleições de domingo passado provocaram mudanças profundas na política portuguesa e, como editor desta newsletter, considero este um tempo apropriado para introduzir algumas melhorias, acompanhadas de uma chamada de atenção. Queremos:
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ATUALIDADE
💬 💣 Trump e Putin falam de paz, mas as bombas continuam a cair na Ucrânia
A tão aguardada chamada telefónica entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder russo, Vladimir Putin, durou duas horas e deixou uma mensagem ambígua.
Como chegámos a este ponto? Trump tinha-se comprometido a falar com Putin e Zelenski após o fracasso das conversações de paz da semana passada em Istambul entre a Ucrânia e a Rússia, que foram adiadas um dia, duraram apenas duas horas e decorreram apenas entre delegações de nível intermédio.
Segundo o líder russo, as negociações estão no "caminho certo", mas a realidade no terreno é muito diferente: as tropas russas continuam a atacar cidades ucranianas.
Porque é importante esta chamada? Porque pode definir o futuro das negociações de paz na Ucrânia. No entanto, a ambiguidade de Trump e a sua atitude compreensiva em relação a Putin preocupam os aliados europeus da Ucrânia.
O que se pode esperar agora? As negociações irão continuar, mas o progresso dependerá da vontade real de Putin em parar os ataques e da capacidade de Trump para pressionar Moscovo.
Fonte: elpais.com
Relacionadas
🇺🇦 Os aliados europeus impuseram novas sanções à Rússia. A Alemanha exige um cessar-fogo imediato enquanto os esforços diplomáticos, incluindo conversações diretas em Istambul, mostram poucos avanços. • apnews.com
🇺🇦 Zelensky acusa a Rússia de tentar ganhar tempo para continuar a guerra na Ucrânia, um dia depois de Trump ter afirmado existirem progressos nas negociações com Putin. O presidente ucraniano advertiu sobre "consequências duras" se Moscovo continuar a impor condições irrealistas. • bbc.com
ANÁLISE
Chamada entre Trump e Putin representa vitória diplomática para Moscovo, mas normalização económica continua distante
A recente chamada entre Donald Trump e Vladimir Putin marcou um avanço diplomático para o Kremlin, que tem conseguido evitar um cessar-fogo imediato como condição prévia para negociações de paz. Putin insiste em negociar mantendo a ofensiva militar, convencido de que a guerra está a correr a seu favor.
Apesar do tom cordial, Trump deixou claro que a normalização económica com os EUA dependerá do fim do conflito na Ucrânia. Esta condição limita as esperanças russas de obter rapidamente o levantamento de sanções e o regresso do investimento estrangeiro. Trump afirmou que "a Rússia quer fazer comércio em larga escala com os EUA quando este ‘banho de sangue’ terminar" — e concordou com essa premissa.
A única medida concreta da chamada foi a proposta de troca de prisioneiros: nove russos por nove americanos. Um desfecho modesto face às ambições dos sectores empresariais russos, que esperavam ver levantadas sanções e reaberta a porta a negócios com empresas tecnológicas ocidentais.
Moscovo continua a promover um discurso realista, centrado no interesse mútuo, para justificar uma reaproximação com Washington. Mas, segundo analistas, Putin está disposto a prolongar a guerra, apostando que o tempo joga a seu favor. Os preços do petróleo estabilizaram e o impacto das sanções tem sido mitigado. A economia russa deverá crescer 1,5% este ano e os incentivos ao recrutamento militar têm superado as expectativas.
No terreno, as forças russas registam avanços modestos mas consistentes, sobretudo no Donbass. Estes progressos servem também para enfraquecer a vontade dos aliados ocidentais da Ucrânia, alimentando a ideia de que a vitória é inatingível e encorajando a aceitação de um acordo de paz nos termos de Moscovo.
Condensado de In Trump Call, Putin Notches a Diplomatic Win, With an Economic Caveat, a análise de Anatoly Kurmanaev, a partir de Berlim, para o New York Times, e que pode ser lida em texto completo no link graças aos apoiantes da VamoLáVer
🇬🇧 🕊️ Reino Unido suspende negociações comerciais com Israel devido à guerra em Gaza
O Reino Unido anunciou a suspensão das negociações comerciais com Israel devido à conduta do governo israelita na guerra em Gaza e à violência de colonos na Cisjordânia. Esta decisão marca uma crescente pressão internacional sobre Israel para acabar com a ofensiva militar e permitir a entrada de ajuda humanitária no território.
O que aconteceu:
O governo britânico manterá o acordo comercial existente, mas suspendeu as discussões sobre um potencial novo acordo
O Reino Unido também anunciou sanções contra colonos israelitas extremistas acusados de violência contra comunidades palestinianas na Cisjordânia
O Ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, David Lammy, descreveu o bloqueio de 11 semanas a Gaza como "cruel e indefensável"
Lammy condenou os planos israelitas de deslocar residentes palestinianos para enclaves no sul, classificando a iniciativa apoiada pelos EUA como "repelente" e "moralmente injustificável"
Contexto europeu:
Os Países Baixos, tradicionalmente aliados de Israel, estão a liderar uma proposta para que a União Europeia reveja as suas relações comerciais com Israel (desenvolvimento abaixo).
França apoia esta revisão, com o seu Ministro dos Negócios Estrangeiros a afirmar que "as crianças de Gaza estão a morrer à fome"
França, Reino Unido e Canadá ameaçaram "ações concretas" se Israel não interromper os bombardeamentos em Gaza
Situação humanitária:
Segundo o Ministério da Saúde local, mais de 53.000 pessoas foram mortas em Gaza desde o início do conflito
A maioria da população foi deslocada e enfrenta uma catástrofe humanitária, incluindo fome generalizada
Israel anunciou recentemente que permitiria a entrada de cerca de 100 camiões de ajuda por dia durante cinco dias, mas a ONU indica que a distribuição efetiva continua a ser um desafio
Fonte: washingtonpost.com
🇳🇱 🕊️ Países Baixos exigem fim do bloqueio humanitário a Gaza e pedem análise do acordo UE-Israel
Os Países Baixos estão a liderar uma iniciativa para que a União Europeia avalie se Israel está a cumprir o acordo de associação com o bloco, especificamente no que diz respeito ao respeito pelo direito internacional humanitário. Esta posição surge num contexto de crescente preocupação com a situação humanitária em Gaza.
O que está em causa:
O ministro dos Negócios Estrangeiros neerlandês, Caspar Veldkamp, exigiu que Israel "levante completamente o bloqueio humanitário" imposto a Gaza
Os Países Baixos enviaram uma carta à Alta Representante da UE, Kaja Kallas, pedindo uma análise para determinar se o bloqueio viola o artigo 2.º do acordo de associação
Pelo menos 11 dos 27 países da UE já apoiam esta iniciativa, mas são necessários 14 para forçar uma resposta da Comissão Europeia
Uma abordagem estratégica:
Amesterdão não pede o fim ou suspensão do acordo, apenas uma investigação sobre o cumprimento dos princípios
Esta posição é mais moderada que a da Irlanda e Espanha, que já propuseram suspender o tratado (medida que exigiria unanimidade)
A flexibilização do objetivo visa conseguir mais apoio entre os Estados-membros
Contexto recente:
Benjamin Netanyahu anunciou no domingo que autorizaria a entrada de "uma quantidade básica de alimentos" em Gaza
Organizações humanitárias têm alertado durante semanas para a escassez de alimentos, água potável, combustível e medicamentos no território palestiniano
A guerra em Gaza já dura há mais de 19 meses
Fonte: 24.sapo.pt
🗳️⚖️ José Sócrates alerta para dilema entre democracia e populismo após eleições
O antigo primeiro-ministro socialista José Sócrates considera que o principal dilema político após as eleições legislativas em Portugal reside na escolha de Luís Montenegro, líder da Aliança Democrática (PSD/CDS), entre alianças com a extrema-direita ou com os socialistas. Sócrates, que liderou o PS entre 2004 e 2011, expressou as suas preocupações num artigo publicado no ICL Notícias, sublinhando que o resultado eleitoral representou a derrota da esquerda e a vitória da extrema-direita, nomeadamente do Chega.
Sócrates destaca que, pela primeira vez, toda a direita portuguesa detém uma maioria qualificada, suficiente para rever a Constituição, e alerta para as consequências desta nova configuração política. O antigo líder socialista teme ainda que a expressiva derrota do PS possa pôr em causa a sua condição de grande partido popular e pluralista.
O dilema político da noite eleitoral, segundo José Sócrates, é a escolha de Luís Montenegro entre alianças com a extrema-direita ou com os socialistas, o que considera ser uma decisão entre democracia e populismo.
Crescimento do Chega preocupa Sócrates, que identifica como mais desanimador a vitória do sentimento anti-imigração e de um populismo nacionalista, com discurso de autoridade estatal e nostalgia imperial.
Derrota do PS pode afetar a sua condição de grande partido popular e pluralista, algo que Sócrates considera preocupante para o futuro da social-democracia em Portugal.
Sócrates aconselha os socialistas a enfrentarem a deceção eleitoral com coragem, citando Daniel Innerarity, e recordando que as eleições não são critério de razão, mas de maioria.
Fonte: expresso.pt
🤖 💼 IA ameaça quase um terço dos empregos na Europa e Ásia Central
A notícia - Um relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) revela que cerca de 32% dos empregos (136 milhões) na Europa e na Ásia Central estão expostos à inteligência artificial (IA) generativa, sendo que 5,7% são potencialmente automatizáveis. Estas regiões são as mais expostas a esta nova tecnologia, superando as Américas, onde 29% dos empregos (141 milhões) podem ser afetados e 4,7% correm risco de automatização. O estudo indica ainda que, globalmente, quanto maior o desenvolvimento económico de uma região, maior a sua exposição à IA.
As mulheres estão mais expostas à IA do que os homens em todas as regiões do mundo. Na Europa e Ásia Central, 39% dos empregos femininos (75 milhões) podem ser afetados pela tecnologia, contra apenas 26% dos empregos masculinos (61 milhões). Adicionalmente, 8,6% dos empregos das mulheres nestas regiões estão em risco de automatização, enquanto nos homens esta percentagem é de apenas 3,3%.
A OIT mantém-se ligeiramente otimista quanto ao avanço da IA no mundo laboral. A organização salienta que, em muitos casos onde a IA é aplicada, a intervenção humana continuará a ser necessária, pelo que "a maioria dos empregos será transformada, em vez de destruída", sugerindo uma adaptação em vez de uma substituição completa da força de trabalho.
A exposição à IA varia significativamente entre regiões. Enquanto a Europa e as Américas estão acima da média mundial no que respeita à exposição à IA (24%) e à potencial automatização (3,3%), na Ásia-Pacífico 442 milhões de postos de trabalho poderiam introduzir a IA (22%) e 3,2% estariam em risco. África, com níveis de rendimento mais baixos, apresenta a menor exposição potencial a esta tecnologia, com apenas 19% (105 milhões de empregos).
Fonte: expresso.pt
Portugal
🏛️ O Presidente da República continua a receber os partidos com representação parlamentar. Após reunir com AD, PS e Chega, Marcelo receberá a IL e o Livre na quarta-feira, depois das eleições que deram à AD 89 deputados, enquanto PS e Chega empataram com 58 cada. • sicnoticias.pt
🇵🇹 André Ventura afirmou que irá liderar a oposição. Após reunião com Marcelo Rebelo de Sousa, o líder do Chega garantiu que, sendo a segunda maior força parlamentar, se prepara para governar a qualquer momento e rejeita estabilidade a qualquer custo, mantendo o combate à corrupção e à subsidio-dependência como prioridades. • sicnoticias.pt
🗳️ Alexandra Leitão não se candidatará à liderança do PS. A atual líder parlamentar socialista decidiu focar-se na candidatura à Câmara de Lisboa, considerando as eleições autárquicas "fundamentais para o PS". Leitão remeterá outras posições para a Comissão Nacional de sábado. • 24.sapo.pt
🇵🇹 Henrique Gouveia e Melo apresenta oficialmente a sua candidatura à Presidência da República a 29 de fevereiro, em Lisboa. O antigo Chefe do Estado-Maior da Armada, nascido em 1960, defende um Presidente isento de lealdades partidárias e registou o "Movimento Gouveia e Melo Presidente" em março. • publico.pt
📉 O desemprego em Portugal diminuiu 1,5% em abril, totalizando 313.623 inscritos nos centros de emprego. Este número representa 67,8% dos 462.304 pedidos de emprego, com quedas significativas entre os desempregados há menos de 12 meses, enquanto as ofertas de trabalho aumentaram 39,2%. • dn.pt
💰 A Autoridade Tributária tem para receber 27,2 mil milhões de euros em dívidas, mas 9,7 mil milhões (36%) são considerados "incobráveis". Esta parcela incobrável diminuiu 6,3% em 2024, contrariando a tendência de crescimento dos anos anteriores. • publico.pt
União Europeia
🇫🇷 O ministro do Interior francês Bruno Retailleau foi eleito líder do partido conservador Les Républicains com 74% dos votos. A eleição contou com 80% de participação dos aproximadamente 120.000 membros do partido. Retailleau, conhecido pela sua postura dura contra a imigração, fortalece a sua posição como figura conservadora antes das eleições presidenciais de 2027. • france24.com
🇪🇺 A União Europeia prepara-se para suspender sanções contra a Síria, após acordo preliminar entre os 27 estados-membros. O bloco já havia removido parte das medidas em fevereiro, seguindo o exemplo dos EUA que anunciou medida semelhante na semana passada. • valor.globo.com
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In Trump Call, Putin Notches a Diplomatic Win, With an Economic Caveat. The Kremlin has withstood pressure for an immediate cease-fire as a precondition for peace talks, but the Russian president’s push for normalizing relations with the United States appears in limbo. A análise de Anatoly Kurmanaev, a partir de Berlim, para o New York Times
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Obrigada pelo seu trabalho,em julho migro para pagamento anual. Continuação de bom trabalho
Na Ucrânia, vamos de chachada em chachada até à vitória do Putin.
Em Gaza, vamos ver se é desta que a UE passa do fogo de vista.