[2.56] 🏥🩺 Balanço da governação AD na Saúde: cinco melhorias, cinco falhanços
"Em seis meses, resolvemos a saúde", prometeu a AD na anterior campanha eleitoral. Nem com grande favor se pode tirar tal conclusão. Um observador de direita decidiu um empate.
Nesta edição:
🏥🩺 Balanço da governação AD na Saúde: cinco melhorias, cinco falhanços
🏭⚛️ Governo espanhol aprova encerramento da central nuclear de Almaraz a partir de 2027
🚧 🇪🇸 FMI prevê travagem da economia mundial devido à guerra comercial (e Espanha é a única grande economia que escapa)
E ainda um pacote de breves, com destaque para o claro favorecimento da Rússia no plano de paz dos EUA para a Ucrânia
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🏥🩺 Balanço da governação AD na Saúde: cinco melhorias, cinco falhanços
Um ano após a tomada de posse do governo de Luís Montenegro, a área da Saúde, apontada como uma das maiores falhas dos executivos de António Costa, e que por isso mesmo teve a maior aposta em promessas de campanha eleitoral, apresenta resultados mistos. O Plano de Emergência e Transformação da Saúde, apresentado logo nos primeiros dois meses de governação, trouxe melhorias em algumas áreas, enquanto noutras a situação piorou.
Numa análise a dez indicadores essenciais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), cinco registaram evolução positiva e cinco evoluíram negativamente. Entre os aspetos positivos destacam-se a redução dos tempos de espera nas urgências e a diminuição das cirurgias oncológicas fora dos tempos máximos. Já entre os negativos, o aumento do número de utentes sem médico de família e o crescimento das listas de espera para consultas de especialidade são os mais preocupantes.
Utentes sem médico de família aumentam - Contrariando o objetivo do Governo de dar "uma resposta de medicina familiar a todos os portugueses até final de 2025", o número de utentes sem médico de família aumentou. Em março de 2024, eram 1.539.222 os utentes sem médico atribuído, número que subiu para 1.593.802 em março de 2025, representando mais 54.580 pessoas a descoberto. As Unidades de Saúde Familiares modelo C, que poderiam dar resposta a mais de 350 mil pessoas em zonas carenciadas, ainda estão em fase de candidaturas, quando o objetivo era tê-las a funcionar até final de 2024.
Cirurgias oncológicas melhoram - Uma das maiores prioridades do Ministério da Saúde ao longo do último ano foi a redução das listas de espera para cirurgias oncológicas. Em maio de 2024, o Governo publicou uma portaria atribuindo incentivos às equipas cirúrgicas, o que resultou numa diminuição de 47% no número de doentes a aguardar cirurgia fora dos tempos máximos entre maio e dezembro. O número de utentes que aguardam cirurgia oncológica para lá do tempo máximo de resposta garantido (TMRG) e cuja operação ainda não foi agendada também diminuiu, passando de 689 pessoas em março de 2024 para 180 em março de 2025.
Tempos de espera nas urgências reduzem - Apesar de casos extremos em alguns hospitais da Grande Lisboa, onde se registaram tempos de espera muito elevados para doentes urgentes durante o inverno, a tendência geral foi positiva. Entre abril de 2024 e abril de 2025, o tempo médio de espera nas urgências fixou-se nos 53 minutos, uma redução de 16% em relação aos 63 minutos do último ano de governação de António Costa. Também o tempo médio de permanência total nos serviços de urgência recuou de 286 para 276 minutos.
Mais médicos no SNS, mas com distribuição desigual - O número de médicos especialistas a trabalhar no SNS atingiu o valor mais elevado de que há registo: 21.805 médicos em outubro de 2024. Ao longo do primeiro ano do governo da Aliança Democrática, o SNS ganhou 194 médicos, um aumento de 0,9%. No entanto, a distribuição geográfica foi bastante desigual: enquanto a região Norte ganhou 133 médicos, as regiões Centro e Algarve registaram perdas de 34 e 19 médicos, respetivamente.
Cirurgias não oncológicas pioram - Ao contrário do setor das cirurgias oncológicas, no caso das cirurgias totais a lista de espera aumentou. Nos últimos dez meses, somaram-se mais 1.750 utentes a aguardar cirurgia para lá do prazo clinicamente recomendável, representando um aumento de 2,3%. Em janeiro de 2025, 28,7% dos doentes inscritos no Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC) aguardavam cirurgia para lá do tempo máximo, contra 28% em março de 2024.
Enfermeiros aumentam no SNS - Entre março de 2024 e fevereiro de 2025, o SNS registou um saldo positivo de 897 enfermeiros, passando de 50.864 para 51.761 profissionais. À semelhança do que acontece com os médicos, a região Norte absorveu a maior parte deste aumento, com mais 579 enfermeiros, enquanto as regiões Centro e Algarve registaram perdas.
Linha SNS Grávida não evita aumento das urgências - Apesar da criação da linha SNS Grávida, que segundo o Governo evitou quase oito mil idas às urgências obstétricas em quatro meses, o número total de episódios de urgências obstétricas aumentou 24% no último ano, comparativamente ao último ano de governação de António Costa.
Lista de espera para consultas de especialidade dispara - Contrariando o compromisso do Governo de reduzir a lista de espera para consultas de especialidade, esta aumentou consideravelmente. A 30 de junho de 2024, aguardavam pela primeira consulta de especialidade 776.096 pessoas, número que disparou para 902.814 a 30 de dezembro, representando um aumento de 16,3%. Também a proporção de utentes que aguardavam pela primeira consulta de especialidade para lá do tempo máximo garantido aumentou de 54,5% para 55,3%.
Falsas urgências diminuem - A estratégia do Governo de impulsionar o contacto com a Linha SNS24 antes do recurso às urgências parece estar a dar frutos. A percentagem de doentes triados com pulseiras azuis e verdes (considerados não urgentes) foi de 35,8% entre abril de 2024 e abril de 2025, uma diminuição em relação aos 39,1% registados no último ano de governação do PS. Para esta evolução positiva terá contribuído o alargamento do projeto 'Ligue Antes Salve Vidas'.
Cuidados Continuados com mais utentes em espera - A lista de espera para vagas nas várias unidades de Cuidados Continuados aumentou 4,4%, passando de 2.217 pessoas em abril de 2024 para 2.314 em abril de 2025. Quase um terço (758 pessoas) aguardava vaga numa das unidades de Lisboa e Vale do Tejo. Recentemente, o Ministério da Saúde aumentou em 19% o financiamento atribuído às unidades de Cuidados Continuados e assinou 90 contratos de financiamento que permitirão a criação de cerca de 3.300 camas adicionais.
Fonte: observador.pt
🏭⚛️ Governo espanhol aprova encerramento da central nuclear de Almaraz a partir de 2027
A notícia - O Conselho de Ministros espanhol aprovou esta terça-feira o início do processo de encerramento da central nuclear de Almaraz, situada na província de Cáceres (Extremadura), junto ao rio Tejo e próxima da fronteira com Portugal. A decisão autoriza a Enresa, empresa pública espanhola responsável pela gestão de resíduos radioativos, a lançar o concurso para os trabalhos de desmantelamento da central. Esta medida, aprovada pelo governo liderado pelo socialista Pedro Sánchez, surge apesar do recente debate sobre a conveniência de abandonar esta forma de energia.
As principais empresas energéticas proprietárias da central - Iberdrola (53%), Endesa (36%) e Naturgy (11%) - pediram recentemente uma reavaliação do calendário de encerramento. O presidente da Iberdrola Espanha, Mario Ruiz-Tagle, defendeu uma nova análise "aberta e transparente", enquanto José Bogas, presidente da Endesa, considerou "um erro" encerrar as centrais nucleares.
O Partido Popular inscreveu no Congresso dos Deputados um projeto de lei para prolongar a vida útil das centrais nucleares em Espanha, após uma proposta não legislativa ter sido rejeitada na Comissão de Transição Ecológica.
A central de Almaraz, em operação desde 1981, está implantada numa zona de risco sísmico e localiza-se a apenas 110 quilómetros em linha reta da fronteira portuguesa, próxima dos distritos de Castelo Branco e Portalegre.
Fonte: Público
🚧 🇪🇸 FMI prevê travagem da economia mundial devido à guerra comercial (e Espanha é a única grande economia que escapa)
O Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu em baixa para 2,8% a previsão de crescimento global, menos 0,5 pontos percentuais do que anteriormente estimado.
Para os Estados Unidos, a previsão implica um corte de 0,9 pontos.
E o país mais penalizado é o México, com uma revisão em baixa de 1,7 pontos percentuais nas previsões.
São as consequências da era Trump. A guerra comercial desencadeada pelo presidente dos Estados Unidos contra todo o mundo, com as tarifas aduaneiras mais elevadas em mais de um século, alterou radicalmente a ordem económica internacional.
O pessimismo apoderou-se das reuniões de primavera do FMI e do Banco Mundial: prevê-se menor crescimento, mais inflação, incerteza generalizada, volatilidade nos mercados e um futuro difícil de antecipar.
No entanto, Espanha marca a diferença. É a única grande economia mundial que escapa à revisão em baixa das previsões do FMI:
A instituição aumentou em duas décimas a estimativa de crescimento do PIB espanhol para 2025, fixando-a nos 2,5%.
Este valor triplicará o da zona euro, cujas previsões desceram duas décimas, para 0,8%.
Fonte: El País
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