[1.14] Próximo Parlamento terá quatro grupos parlamentares de direita
É o primeiro e imediato resultado da formalização, hoje, da Aliança Democrática: o regresso do CDS significa que teremos novamente quatro partidos a representar a direita
NOTÍCIA
Dois deputados: PSD aproveita o CDS para reforçar o bloco de direita com mais um grupo parlamentar
Última hora
O CDS-PP aprovou por unanimidade a entrada na Aliança Democrática com PSD e PPM para as eleições legislativas e europeias de março e junho • Lusa
O PSD aprovou a formação da coligação, dando a Hugo Soares o mandato para negociar os termos, e aceitando a inclusão de independentes nas listas eleitorais. • Lusa
A Aliança Democrática assinará o acordo que formaliza a coligação PSD, CDS-PP e PPM no Porto, garantindo ao CDS-PP dois mandatos e posições prioritárias nas listas de Lisboa e Porto. • RR
O que está em causa
Ressuscitar a AD tem um efeito imediato: independentemente dos resultados eleitorais de 10 de março, o bloco de direita no Parlamento aumentará de três para quatro o número de grupos parlamentares. Esta configuração recupera o sucedido na legislatura anterior, a XIV, com quatro partidos — PSD, CDS, CH e IL — a representar a direita. Mas CH e IL só tinham um deputado cada. Embora seja uma regra informal, não existindo um requisito obrigatório para o número mínimo de deputados, um grupo parlamentar tem pluralidade, ou seja, a AR “pede” que um partido tenha pelo menos dois deputados.
Este é um pequeno assunto, mas carregado de simbolismo. E não só. Os grupos parlamentares têm vários direitos parlamentares próprios destes órgãos, distintos dos direitos dos deputados que os integram:
fixação da ordem do dia
indicação de deputados para as comissões parlamentares
representação proporcional na presidência das comissões
requerimento de debates vários
interpelações ao Governo
constituição de comissões de inquérito
Além dos direitos parlamentares, os Grupos Parlamentares têm também direitos de índole financeira e administrativa (subvenções inscritas no orçamento da Assembleia da República, recrutamento de pessoal de confiança política e à atribuição de locais de trabalho).
Os Deputados eleitos em listas de coligação podem constituir tantos grupos parlamentares quantos os partidos coligados. Assim, o CDS terá o seu grupo parlamentar.
Ou seja, e para sintetizar: a direita ganhará margem para influenciar a agenda e o dia-a-dia do Parlamento. Mesmo que os dois partidos que elegeram apenas um deputado nas últimas eleições, PAN e L, agora consigam eleger mais e ganhar, também eles, um grupo parlamentar.
Esta não é a maior vantagem da coligação. O rebranding do centro-direita é o mais significativo evento depois da geringonça, escrevi aqui, e tem outras vantagens, desde aumentar a blindagem à extrema-direita até maximizar os resultados eleitorais tirando partido do método de Hondt. Sobre esta matemática eleitoral farei um exercício na próxima edição, fique atento.
Fontes: Parlamento, Lusa, RR.
🇵🇹🌹 Medina, Eurico, Mariana: Pedro Nuno aceita de Carneiro membros para a comissão e também apoio para o programa eleitoral
A reter
Fernando Medina e Eurico Brilhante Dias farão parte da comissão política do PS, nomeados por José Luís Carneiro
Augusto Santos Silva, Mariana Vieira da Silva e Inês de Medeiros também foram indicados para a comissão por Carneiro
A moção de estratégia de Carneiro, coordenada por André Moz Caldas, refletir-se-á no futuro programa eleitoral do PS, com Moz Caldas a negociar essa tarefa com a coordenadora do programa, Alexandra Leitão.
A notícia
O Partido Socialista prepara-se para eleger novos membros para a sua comissão política durante o 24.º Congresso, que tem hoje (24/01/05) início em Lisboa. Fernando Medina e Eurico Brilhante Dias são dois dos nomes propostos por José Luís Carneiro, juntando-se a Augusto Santos Silva, Mariana Vieira da Silva e Inês de Medeiros, que também foram indicados para integrar a comissão.
André Moz Caldas será o apresentador da moção de estratégia global de José Luís Carneiro no sábado e terá a responsabilidade de coordenar um grupo que irá enunciar as diretrizes da moção que eventualmente irão fazer parte do futuro programa eleitoral do PS. Para tal, Moz Caldas contará com a colaboração de figuras como Fernando Medina, Mariana Vieira da Silva, Capoulas Santos, Carlos Zorrinho, José Leitão e Vasco Franco.
Fonte: Público
🇪🇸😕 Partido Popular e Junts tiveram negociações secretas mediadas por ex-assessor
A síntese
O Partido Popular e o partido Junts mantiveram negociações com a mediação de Xavier Domínguez, anterior assessor do PP
As reuniões ocorreram num hotel de Barcelona e visavam a possível investidura de Alberto Núñez Feijóo, líder do PP
O Junts recusou formar qualquer pacto que incluísse a extrema direita
O PP assegura que a direção nacional não estava envolvida nestas negociações.
A notícia
Xavier Domínguez, especialista em comunicação política e ex-assessor do Partido Popular (PP), atuou como mediador em reuniões confidenciais entre o PP e o partido Junts depois das eleições espanholas no ano passado. O objetivo destes encontros foi discutir a potencial investidura de Alberto Núñez Feijóo. Os encontros, que aconteceram num hotel de Barcelona na primeira metade de agosto, foram revelados por Daniel Sirera, vereador do PP em Barcelona. Sirera enfatizou que não iniciou os encontros e que Feijóo não estava ciente das negociações, tendo sido informado mais tarde.
Além de sua atuação como mediador nas reuniões entre os dois partidos, Xavier Domínguez tem um histórico de colaboração com várias fações políticas, incluindo o próprio PP e o Partido dos Socialistas da Catalunha (PSC). As suas estratégias de campanha anteriormente levaram a vitórias eleitorais tanto em Badalona, com Xavier García Albiol, quanto em Santa Coloma de Gramenet, com a socialista Nuria Parlon. A reconhecida eficácia de Domínguez resultou na sua contratação por parte da liderança nacional do PP como assessor externo para as eleições gerais de 23 de julho.
As negociações entre o PP e Junts não resultaram em acordos devido às condições impostas pelo Junts, nomeadamente o veto à inclusão da extrema direita em qualquer acordo. Isto levou Sirera a comunicar à direção nacional do PP — que nega ter estado diretamente envolvida — que não havia margem para qualquer negociação com o partido à sua direita.
Fonte: El Plural
🇮🇱🛡️ Conflito em Gaza: Israel responde às pressões com anúncio de nova fase
O Ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, apresentou plano para futura administração de Gaza por um corpo palestiniano sob controlo israelita
Estratégia militar a adotar no norte de Gaza visa nova abordagem após retirada gradual das forças israelitas da região
Gallant exclui retorno dos colonatos israelitas, mantendo um diálogo com Egito sobre soluções a longo prazo, embora sem envolvimento da Autoridade Palestiniana.
Yoav Gallant, Ministro da Defesa de Israel, divulgou os planos para uma nova fase do conflito em Gaza, introduzindo uma estratégia militar mais focada na parte norte do território e a contínua perseguição a líderes do Hamas no sul. Esta mudança estratégica acontece no contexto de uma desmobilização das forças israelitas face à pressão internacional. O plano de ação de Gallant inclui operações de assalto, demolição de túneis, ataques aéreos e terrestres, bem como missões de forças especiais. No sul, as forças israelitas continuarão a concentrar-se na eliminação de líderes do Hamas e no resgate de reféns israelitas.
A ofensiva israelita, que teve início após o ataque terrorista de militantes do Hamas a 7 de outubro, resultou até agora na morte de aproximadamente 22.000 pessoas e na devastação de grande parte de Gaza. Posteriormente, Gallant declarou que o Hamas deixará de governar Gaza e que um corpo palestiniano assumirá o controle administrativo do território. Israel manterá a sua liberdade de operação militar e não permitirá o retorno de civis israelitas a Gaza. A supervisão de entrada de mercadorias em Gaza por razões de segurança continuará a ser realizada por Israel.
Gallant também referiu que Israel estabelecerá um diálogo com o Egito, considerado um ator principal no processo, mas não detalhou que entidade palestiniana poderá governar Gaza. A visão do ministro exclui o envolvimento da Autoridade Palestiniana, que atualmente exerce um governo limitado na Cisjordânia.
Fonte: Reuters
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Um filme
Ferrari. Realização: Michael Mann Actor(es): Patrick Dempsey, Adam Driver, Shailene Woodley, Sarah Gadon, Penélope Cruz. “Ferrari: óculos escuros, vício vermelho. O filme, centrado num momento preciso da vida de Ferrari (o ano de 1957, o tudo ou nada das Mille Miglie, o ano em que a mulher descobre que ele tem outra família), é muito este ziguezague da personagem entre a vida profissional e a(s) vida(s) familiar(es), como um filme de acção constante, pragmático e razoavelmente desprovido dos rituais melancólicos que costumam pontuar os filmes de Mann (é como se aqui não houvesse, de facto, tempo para isso).” Luís Miguel Oliveira
Um concerto
André Rosinha Trio, CCB, Lisboa, 13 de janeiro 2024, 21h00. Triskel dá nome ao terceiro álbum de André Rosinha, apresentado neste concerto. O repertório é inteiramente da sua autoria e desenhado para ser interpretado pelos músicos João Paulo Esteves da Silva, no piano, Marcos Cavaleiro, na bateria e pelo próprio Rosinha no contrabaixo.
Um livro
Palestina – Uma Biografia. Rashid Khalidi, tradução de Carla Ribeiro, Ideias de Ler, 2022. Cem anos de guerra e resistência na Palestina, de 1917 a 2017, analisados em grande detalhe