[1.124] 🌊💧 Águas europeias em estado preocupante, alerta a Agência Europeia do Ambiente
A agricultura, em especial a intensiva, é a responsável. O stress hídrico cresce e as águas europeias enfrentam uma série sem precedentes de desafios que ameaçam a segurança hídrica da Europa
Na edição de hoje
Águas europeias em estado preocupante, alerta a Agência Europeia do Ambiente
Os oleadutos de poder: a pegada do lobby das grandes petrolíferas na política climática da UE
Doze Estados-membros pedem à Comissão apoio para interconexões energéticas
Banco Mundial alerta: erradicação da pobreza pode demorar mais de um século
E um pacote, hoje mínimo, de notícias curtas
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ATUALIDADE
🌊💧 Águas europeias em estado preocupante, alerta a Agência Europeia do Ambiente
A notícia - A Agência Europeia do Ambiente (AEA) publicou um relatório alarmante sobre o estado das águas na Europa. Apenas 37% das águas superficiais do continente estão em bom ou muito bom estado ecológico, um número que praticamente não mudou desde 2015. A situação é ainda mais preocupante quando se trata da poluição química, com apenas 29% das águas superficiais classificadas como "boas". As águas subterrâneas, fonte da maior parte da água potável na Europa, apresentam melhores resultados, com 77% em bom estado químico. Leena Ylä-Mononen, diretora-geral da AEA, alertou que as águas europeias enfrentam "uma série sem precedentes de desafios que ameaçam a segurança hídrica da Europa".
Agricultura: principal fator de pressão - O relatório identifica a agricultura como a maior fonte de pressão sobre as águas superficiais e subterrâneas, principalmente devido ao uso intensivo de nutrientes e pesticidas. A AEA sugere mudanças nas práticas agrícolas e novas tecnologias como possíveis soluções. Além disso, a agricultura é o maior consumidor líquido de água na Europa, e as necessidades de irrigação provavelmente aumentarão com as alterações climáticas.
Poluição atmosférica e hábitos alimentares - A poluição do ar, proveniente da queima de carvão e dos gases de escape dos automóveis, também afeta significativamente as águas superficiais. A AEA recomenda a adoção de práticas ecológicas sustentáveis na agricultura e mudanças nos hábitos alimentares e nutricionais da população.
Stress hídrico crescente - O relatório alerta para o aumento do stress hídrico na Europa, especialmente no sul do continente, com períodos de seca mais frequentes e intensos. Atualmente, 20% do território europeu e 30% da população são afetados pelo stress hídrico, números que tendem a aumentar devido às alterações climáticas.
Medidas para conservação da água - A AEA sugere várias medidas para melhorar a eficiência no uso da água, incluindo a redução de fugas, o uso de dispositivos e processos que economizem água e o aumento da reutilização da água. O preço da água também é mencionado como um fator importante para reduzir o consumo.
Apelo à ação - Leena Ylä-Mononen enfatiza a necessidade de redobrar os esforços para restaurar a saúde dos rios, lagos, águas costeiras e outros corpos de água na Europa, garantindo que estes recursos vitais sejam resilientes e seguros para as gerações futuras.
Aprofundar: dw.com, liberation.fr
🛢️🌍 Disparou a influência das petrolíferas na política climática da UE
A notícia - A influência das grandes petrolíferas sobre a política climática da União Europeia aumentou significativamente durante o último mandato da Comissão liderada por Ursula von der Leyen. Desde 2019, ocorreram mais de 900 reuniões entre empresas de combustíveis fósseis, como a Shell e a BP, e altos funcionários da UE. Esta intensa atividade de lóbi resultou numa mudança no foco do Pacto Ecológico Europeu, transformando-o de uma estratégia de descarbonização numa estratégia industrial que favorece cada vez mais os interesses dos combustíveis fósseis.
Tecnologias controversas no centro da transição - Tecnologias como a captura de carbono e o hidrogénio, fortemente promovidas pela indústria dos combustíveis fósseis, tornaram-se centrais na narrativa de transição energética da UE. Embora sejam apresentadas como soluções climáticas, estas tecnologias permitem a continuação da dependência dos combustíveis fósseis, atrasando a eliminação completa que os cientistas consideram crucial para atingir os objetivos climáticos da UE.
Impacto nas políticas da UE - O lóbi das petrolíferas afetou várias diretivas importantes. As reformas do Sistema de Comércio de Emissões da UE (ETS) foram adiadas e diluídas, resultando em medidas menos rigorosas para reduzir as emissões. As regulações sobre emissões de metano foram enfraquecidas, com a indústria a opor-se a regras mais rigorosas sobre fugas de metano e queima de gás. Além disso, padrões mais estritos para emissões de veículos foram adiados, atrasando o progresso na redução de emissões no setor dos transportes.
Recetividade política e financiamento - Políticos, incluindo a Comissária da Energia Kadri Simson, têm-se mostrado particularmente recetivos às petrolíferas, realizando frequentes reuniões com líderes da indústria. Esta abertura resultou no direcionamento de milhares de milhões em financiamento público para projetos que apoiam as prioridades dos combustíveis fósseis, em detrimento da aceleração da transição para energias renováveis.
Alcance alargado do lóbi - A influência das petrolíferas estende-se além das 900 reuniões mencionadas. Estas empresas estão envolvidas em redes industriais mais amplas, como a BusinessEurope e o Conselho Europeu da Indústria Química, que fazem lóbi por políticas favoráveis aos investimentos em combustíveis fósseis. Também são atores-chave em parcerias público-privadas como a Aliança para o Hidrogénio Limpo, garantindo influência e financiamento público significativo para tecnologias como o hidrogénio azul.
Crise energética e infraestruturas de gás - O setor dos combustíveis fósseis capitalizou a crise energética desencadeada pela invasão russa da Ucrânia, utilizando-a para pressionar por mais infraestruturas de gás sob o pretexto da segurança energética, o que atrasa ainda mais a descarbonização.
Fontes: euronews.com, transparency.eu
🇪🇺⚡ Doze Estados-membros pedem à Comissão apoio para interconexões energéticas
A notícia - Portugal e outros 11 Estados-membros da União Europeia (UE) solicitaram esta semana à Comissão Europeia que apoie a criação de interconexões energéticas, principalmente elétricas, com o objetivo de reduzir os preços da energia no espaço comunitário. Esta iniciativa surge num contexto de instabilidade dos mercados energéticos e foi apresentada através de uma declaração conjunta dos ministros da Energia de Portugal, Espanha, Áustria, Chipre, Dinamarca, Alemanha, Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Malta e Holanda.
Os países defendem que as interconexões e a cooperação transfronteiriça são essenciais para reduzir os preços da energia, facilitar a transição energética, melhorar o funcionamento do mercado, aliviar o congestionamento das redes e acelerar a descarbonização. Salientam a importância de garantir a plena participação de todos os Estados-membros no mercado interno da energia.
Os ministros pedem uma ação unida da UE, semelhante à resposta dada durante a crise energética de há dois anos, agravada pela invasão russa da Ucrânia. Propõem soluções inclusivas como interconexões, nomeadamente através de apoios públicos, e destacam a necessidade de aumentar o financiamento privado para investimentos em energias renováveis, redes elétricas e interconexões.
Portugal e Espanha têm reivindicado um aumento destas infraestruturas devido às poucas interligações energéticas da Península Ibérica com o resto da UE. Em outubro de 2022, os governos de Portugal, França e Espanha chegaram a acordo para acelerar as interconexões na Península Ibérica, incluindo um novo projeto de gasoduto marítimo que inicialmente transportará gás natural e, futuramente, hidrogénio verde.
Fonte: 24.sapo.pt
🏦💰 Banco Mundial alerta: erradicação da pobreza pode demorar mais de um século
A notícia - O Banco Mundial divulgou um relatório intitulado "Pobreza, Prosperidade e Planeta" durante os Encontros Anuais do FMI e Banco Mundial em Washington. O documento revela que, ao ritmo atual, a erradicação da pobreza global pode demorar mais de um século. O objetivo de eliminar a pobreza extrema até 2030 é considerado inalcançável, podendo levar 30 anos ou mais para ser concretizado. Atualmente, cerca de 700 milhões de pessoas vivem em pobreza extrema, representando 8,5% da população mundial.
Axel van Trotsenburg, diretor executivo sénior do Banco Mundial, afirmou que o mundo enfrenta sérias contrariedades na luta contra a pobreza global devido a desafios interligados, como baixo crescimento económico, pandemia, elevada dívida, conflitos e choques climáticos. Apela a uma abordagem completamente nova para melhorar a vida das pessoas.
Países de baixo rendimento, incluindo a maioria dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), exceto Angola e Guiné Equatorial, são aconselhados a priorizar a redução da pobreza através do crescimento económico. Isto pode ser alcançado com mais investimento na criação de emprego, capital humano, acesso a serviços e infraestruturas, além de melhorar a resiliência.
A pobreza extrema continua concentrada em países com crescimento económico historicamente baixo e frágil, principalmente na África Subsariana. O relatório também destaca que quase metade da população mundial (44%) vive com menos de 6,85 dólares por dia, que é a linha de pobreza para os países de médio e elevado rendimento.
Fonte: 24.sapo.pt
Portugal
💼 O Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos reclama mudanças na avaliação. O STI exige a implementação de um sistema de avaliação permanente na Autoridade Tributária e Aduaneira, incluindo testes escritos e planos de formação. Esta prática, comum até 2020, foi interrompida com a introdução das novas carreiras especiais. O sindicato organizou uma reunião geral que resultou no encerramento temporário de cerca de 60 repartições de finanças em todo o país. • publico.pt
📺 O Conselho Geral Independente da RTP considera errado o corte de publicidade no grupo público. Arons de Carvalho, membro do CGI, afirmou na comissão parlamentar que há consenso alargado sobre esta posição, questionando a falta de alternativas do Governo para compensar a perda de receitas. Lusa
🏛️ O ministro da Presidência confirmou duas reuniões entre o primeiro-ministro e o líder do Chega sobre o Orçamento do Estado. Leitão Amaro recusou comentar sobre partidos que mudam de opinião frequentemente, afirmando que as reuniões serviram para perceber os contributos e medidas dos líderes. cnnportugal.iol.pt
União Europeia
🔒 A UE adota novas regras de cibersegurança para entidades e redes críticas. A partir desta sexta-feira, os Estados-membros devem aplicar medidas para cumprir a diretiva, incluindo supervisão e execução. O ato especifica a gestão de riscos e a comunicação de incidentes significativos. Lusa
🇪🇺 O Conselho Europeu apela ao G7 para cumprir o compromisso de empréstimo de 45 mil milhões de euros à Ucrânia. Os 27 países da UE pedem também a concretização das promessas de armamento. Do montante global, 35 mil milhões provêm de ativos congelados do Banco Central da Rússia. Lusa
Economia
💶 O Banco Central Europeu reduziu a taxa de juro de referência em 0,25 pontos percentuais, fixando-a em 3,25%. Esta é a terceira descida consecutiva, motivada pela desaceleração da inflação. O BCE afirma que o processo desinflacionário está no bom caminho, aproximando-se do objetivo de 2%. rtp.pt
Mundo
🌳 O Governo brasileiro propôs um projeto de lei para aumentar as penas por crimes ambientais. A proposta eleva a pena de prisão de três para seis anos por incêndios florestais e agrava punições em áreas protegidas ou quando há risco à vida e saúde pública. • 24.sapo.pt
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[1.123] 🇪🇺 ⛓️ Pedro Sánchez opõe-se a centros de deportação fora da União Europeia. A questão das migrações ameaça a União, com governos incapazes encontrar políticas coerentes. Subcontratar os maus tratos aos imigrantes e ignorar o desafio demográfico não resolve nada
[1.122] Unanimidade, finalmente: UE condena ataques de Israel contra forças da ONU no Líbano. Não abundam as declarações unânimes dos 27. E esta é importante por assinalar uma mudança de atitude: até hoje, a UE não tinha conseguido chegar a um consenso sobre a guerra em Gaza
[E.8] Potenciais alianças no Médio Oriente em caso de uma guerra aberta entre Israel e Irão. Israel tem um aliado fortíssimo, os EUA, e pouco mais. O Irão tem dois aliados pouco empenhados, Rússia e China, e uma crescente desconfiança do mundo árabe.