[OP.8] Montenegro para 2025: dar um "seguro" abraço do urso a Ventura
Usando a política de segurança e imigração que roubou à extrema direita, o líder do PSD quer manietar o CH e dizer que quem manda na direita é ele. Mas nem o CH é o CDS, nem Ventura é daquela gente.
Na semana que passou publicaram-se 83 artigos de opinião que mereceram a minha atenção — lê-los todos seria tarefa ciclópica, mas ao longo dos últimos anos desenvolvi alguns so-called algoritmos que me dão uma grande ajuda, em especial na separação e agrupamento por assuntos, permitindo então a leitura, no todo ou em parte. Já no âmbito da VamoLáVer, “eduquei” uns modelos de inteligência artificial que nos ajudam a sintetizar os artigos e a situá-los dentro dos grupos.
Planeio abrir aos assinantes e em especial aos apoiantes da VamoLáver alguns dos agentes que me auxiliam, devidamente dotados da autonomia que hoje ainda não têm (residem no meu computador). Ao longo de 2025 conto ter novidades nesse campo.
Os colunistas deram destaque a três temas. Em sumário:
Montenegro e a nova política de segurança e imigração: O governo de Luís Montenegro adota postura mais dura em segurança e imigração, gerando debate sobre operações policiais no Martim Moniz e políticas de integração de imigrantes. Citações de Alexandra Leitão, Pedro Marques Lopes, Filipe Luís, Helena Pereira, à esquerda; Rui Moreira, João Maurício Brás, Henrique Monteiro, José António Saraiva e João Vieira Pereira à direita;
Trump e a nova ordem mundial em 2025: O regresso de Donald Trump à Casa Branca marca uma nova era geopolítica, com impactos na Europa e alterações na ordem mundial estabelecida. Citações de Daniel Oliveira e David Pontes, à esquerda; Luís Delgado, Diogo Pacheco de Amorim, Pedro Gomes Sanches e José A. Ferreira Machado à direita; Pedro Ivo Carvalho ao centro;
Polémica com nomeação de Hélder Rosalino para secretário-geral: Controvérsia sobre a nomeação de Hélder Rosalino para secretário-geral do Governo com salário superior ao do primeiro-ministro gera críticas e debate público. Citações de Daniel Oliveira, Ângela Silva, Pedro Adão e Silva, à esquerda;João Miguel Tavares, Vítor Rainho, Helena Garrido, à direita.
Neste oitavo número da série OP temos também um condensado sobre as consequências económicas do Trump 2.0, nomeadamente a divergência entre a narrativa com que o presidente se fez eleger e os resultados das suas políticas, que serão executadas num nível muito abaixo do calor da retórica populista.
E temos também mais um texto de análise por mim assinado, acerca do abraço de urso que o PSD de Montenegro está a dar ao CH de Ventura — a partir do tema mais destacado nas colunas da semana.
Recordo que esta série OP é um adicional à newsletter VamoLáVer que, ao contrário dela, é de leitura integral apenas para os apoiantes desta iniciativa de cidadania informada. Os assinantes da versão gratuita lerão até à primeira citação do primeiro tema, sendo reservados os temas seguintes, o condensado e a opinião do editor.
Outro adicional de leitura integral reservada a apoiantes é o Exclusivo — e desde já anuncio para a semana a emissão de um deles, com um panorama mundial do que pode mudar a favor dos extremismos em 2025, com incidência particular na União Europeia.
Acentuando que a newsletter permanecerá sempre de acesso gratuito, nas suas duas a três edições por semana, chamo a atenção para valor acrescentado à disposição dos apoiantes, através dos exclusivos, mas também da satisfação de contribuírem para a melhoria de qualidade de todo o projeto, permitindo que possamos subscrever mais meios pagos e gastar mais em IA.
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A SEMANA
Montenegro e a nova política de segurança e imigração
A operação policial realizada pela PSP no Martim Moniz em dezembro de 2024 desencadeou intenso debate político sobre segurança e imigração em Portugal.
A situação expôs tensões entre governo e oposição sobre abordagens à segurança pública e tratamento de comunidades imigrantes.
O episódio ilustra mudança na política de segurança do governo Montenegro, gerando debate sobre proporcionalidade das ações policiais e seu impacto nas comunidades imigrantes.
Cronologia
19 dezembro: PSP realiza operação especial no Martim Moniz em Lisboa. A operação envolveu forte dispositivo policial e resultou em duas detenções, gerando polémica pelas imagens de imigrantes encostados à parede
20 dezembro: Pedro Nuno Santos classifica operação como espetáculo degradante. O líder do PS questiona a legalidade da operação e acusa o governo de ser o mais extremista das últimas décadas da democracia
20 dezembro: Presidente da Junta de Santa Maria Maior critica operação e pede demissão da ministra. Miguel Coelho considera a operação inaceitável e focada numa comunidade étnica, pedindo explicações aos comandos da polícia
27 dezembro: Montenegro manifesta-se atónito com críticas à operação policial. O primeiro-ministro defende as ações preventivas e rejeita acusações de extremismo, considerando as críticas inusitadas e injustificadas
29 dezembro: Montenegro admite desconforto com imagens mas defende ação policial. Em entrevista ao DN, Montenegro reconhece que visualmente as imagens são desconfortáveis mas mantém apoio à operação e nega associação entre imigração e insegurança
29 dezembro: Pedro Nuno Santos afirma que PS foi mais eficaz na segurança. O secretário-geral socialista argumenta que se houver agravamento da insegurança será responsabilidade do governo Montenegro
O que escrevem os colunistas da esquerda
Colunistas de esquerda criticam a operação policial no Martim Moniz como exemplo de cedência do governo à agenda securitária da extrema-direita
Analistas apontam sinais de instabilidade política e governativa, questionando a narrativa oficial de Portugal como referencial de estabilidade
Há preocupação com medidas discriminatórias contra imigrantes, especialmente no acesso à saúde, vistas como alinhamento com ideias populistas
👤 Alexandra Leitão: "Ambas as medidas são tomadas com base em perceções e não em factos: na perceção de insegurança, em especial associada à imigração (que todas as estatísticas infirmam claramente), e na perceção de haver abusos no recurso ao SNS por estrangeiros." • Expresso
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