[OP.6] O que diria Soares disto tudo?
Foi o principal tema da semana para os colunistas de imprensa: cem anos de uma vida pela liberdade, a vida de Mário Soares, celebrados com uma sessão solene e milhares de palavras de reconhecimento.
Na semana que passou, os jornais publicaram 106 colunas de opinião. As análises dos colunistas centraram-se nos seguintes três temas:
Mário Soares: cem anos de uma vida pela liberdade: Artigos sobre o centenário do nascimento de Mário Soares destacam seu papel fundamental na democracia portuguesa, na integração europeia e sua luta constante pela liberdade. Citações de David Pontes, Teresa de Sousa, Viriato Soromenho-Marques, Miguel Sousa Tavares e Rui Tavares à esquerda; José Cabrita Saraiva e Henrique Monteiro à direita; António Barreto, ao centro.
Gouveia e Melo emerge como potencial candidato presidencial: Análises sobre a possível candidatura do almirante Gouveia e Melo à Presidência da República, seu perfil militar e impacto nas sondagens. Citações de Manuel Molinos, Pedro Marques Lopes e Ana Sá Lopes, à esquerda; Francisco Mendes da Silva e Miguel Pinheiro, à direita;
Crise política em França e instabilidade europeia: Cobertura da queda do governo francês e análise da crescente instabilidade política na Europa, especialmente na França e Alemanha. Citações de Helena Pereira, à esquerda, e de Luís Delgado à direita.
- Faço notar que VamoLáVer tratou o assunto. Pequena citação incluída abaixo.
Este sábado, a fechar, um pequeno condensado: pode Ursula von der Leyen construir um centro inclusivo? Hugo Drochon analisa como a presidente da Comissão Europeia pode manter a extrema-direita afastada durante o seu segundo mandato.
Mário Soares: cem anos de uma vida pela liberdade
No centenário do nascimento de Mário Soares, Portugal celebra o legado de uma das figuras mais determinantes da sua história democrática.
Nascido em 1924, Soares destacou-se desde jovem na oposição ao Estado Novo, tendo sido preso múltiplas vezes e forçado ao exílio.
Fundador do Partido Socialista, o seu papel foi crucial na transição democrática após o 25 de Abril, especialmente durante o período conturbado de 1975, quando se opôs tanto às tendências totalitárias de esquerda quanto às tentativas reacionárias da direita.
Como destaca Pedro Nuno Santos, atual líder do PS, Soares foi “um pilar da democracia, um defensor incansável da liberdade e um símbolo da coragem contra a opressão”.
A sua visão europeísta e compromisso com a democracia pluralista são reconhecidos como fundamentais para o Portugal contemporâneo.
Na sessão parlamentar do centenário, mesmo Luís Montenegro, apesar da “evidente diferença ideológica”, manifestou respeito pelo seu legado na defesa da liberdade, democracia, direitos humanos e integração europeia.
O consenso sobre sua importância histórica é hoje praticamente transversal, com exceção dos extremos políticos, sendo sua figura particularmente relevante num momento em que a Europa enfrenta novos desafios aos valores democráticos.
Cronologia
7 dezembro 1924: Nascimento de Mário Soares. Mário Alberto Nobre Soares nasce em Lisboa, iniciando desde jovem sua trajetória política
1944-1974: Período de luta contra o Estado Novo. Durante três décadas, foi preso 12 vezes pela PIDE e passou os últimos quatro anos no exílio em Paris
1973: Fundação do Partido Socialista. Construção do PS a partir de uma base de republicanos e socialistas moderados
1974-1975: Regresso do exílio e participação na Revolução. Retorna a Portugal após a Revolução dos Cravos, assumindo papel central na transição democrática
1975: Vitória nas eleições para a Assembleia Constituinte. O PS vence as primeiras eleições democráticas, consolidando a posição de Soares como líder político
1975: Papel decisivo no 25 de Novembro. Liderança fundamental na estabilização da democracia, opondo-se tanto à extrema-esquerda quanto à extrema-direita
1976-1978, 1983-1985: Primeiro-ministro de Portugal. Períodos como chefe de governo, marcados por desafios na gestão do país
1986-1996: Presidente da República. Dois mandatos como Presidente, consolidando o seu papel como figura central da democracia portuguesa
6 dezembro 2024: Celebração do centenário no Parlamento. Sessão solene no Parlamento com reconhecimento multipartidário de seu legado democrático
O que se escreve à esquerda
Mário Soares é lembrado como figura fundamental da democracia portuguesa, tendo sido crucial na transição democrática e na luta contra extremismos
O legado de Soares permanece relevante para os desafios atuais, especialmente na defesa da democracia e no combate à polarização política
A integração europeia foi uma das maiores conquistas de Soares, garantindo a estabilidade democrática e o desenvolvimento de Portugal
👤 David Pontes: "Basta olhar, como todos fizemos recentemente, para o 25 de Novembro, para perceber que sem o seu inabalável amor à liberdade e ao pluralismo a nossa história podia ser bem diferente e certamente mais dolorosa" • Público
🖋️ Teresa de Sousa: "Nestes tempos turbulentos em que vivemos, dou comigo a pensar tantas vezes: “O que diria o dr. Soares?” O que diria ele, com a sua incomparável intuição, desta guerra terrível em território europeu? Da deriva perigosa da democracia americana? Das derivas perigosas das democracias europeias, minadas por dentro pela extrema-direita? Há só uma resposta que sei, de ciência certa, que me daria: “Não podemos desistir”.
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