[OP.3] Europa assustada com Trump e a crescente intromissão de bilionários nos governos
A semana foi marcada, ainda, pelas ondas de choque da vitória de Donald Trump na eleição para a presidência dos EUA. O caso Ricardo Leão e as falhas de Ana Paula Martins também foram escrutinadas
Na semana que passou publicaram-se 113 artigos de opinião. Os colunistas deram destaque a cinco temas. Em sumário:
Trump vence e assusta a Europa: A vitória esmagadora de Trump nas eleições americanas preocupa a Europa, que receia um aumento do isolacionismo e protecionismo dos EUA. (12 artigos)
Derrota dos democratas gera reflexão: A derrota dos democratas nas eleições leva a um questionamento sobre as razões do descontentamento do eleitorado e a necessidade de mudança na esquerda.
Elon Musk, o bilionário que comprou influência: Usou sua fortuna e influência para apoiar Trump, levantando questões sobre o poder dos bilionários na política.
Polémicas e contradições na esquerda: Declarações polémicas de políticos de esquerda geram debate sobre a coerência ideológica e o discurso do PS e da esquerda em geral.
Crise no INEM expõe falhas do governo: As mortes de utentes por falta de resposta do INEM durante greve revelam problemas graves de gestão e comunicação no governo.
Trump vence e assusta a Europa
A vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais americanas desencadeou uma onda de preocupação na Europa, levando a uma reavaliação profunda das relações transatlânticas e da segurança europeia.
Os líderes europeus, confrontados com a perspetiva de um presidente americano que promete uma política mais isolacionista e protecionista, começaram a delinear estratégias para fortalecer a autonomia europeia.
O chanceler alemão Olaf Scholz e o presidente francês Emmanuel Macron emergiram como vozes principais na defesa de uma Europa mais unida e militarmente autónoma.
Macron enfatizou que “a Europa evitou suportar o fardo da sua própria segurança durante demasiado tempo”, enquanto as autoridades alemãs consideram inclusive alterar limites de dívida para garantir investimentos em defesa.
A vitória de Trump também levantou questões sobre o futuro do apoio à Ucrânia, com alguns aliados europeus começando a considerar novas abordagens diplomáticas.
O ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, alertou que “a Rússia produz mais armas em três meses do que toda a Europa num ano”, sublinhando a urgência de reforçar as capacidades militares europeias.
Esta nova realidade política força a União Europeia a confrontar-se com a necessidade de desenvolver uma estratégia de defesa mais independente, num momento em que as tensões geopolíticas globais continuam elevadas e a confiança no apoio americano se encontra fragilizada.
Cronologia
5 novembro: Donald Trump vence as eleições presidenciais americanas. A vitória de Trump sobre Kamala Harris marca uma mudança significativa na política externa americana, com potenciais impactos nas relações transatlânticas
6 novembro: Europa reage com preocupação à vitória de Trump. Os líderes europeus manifestam apreensão quanto ao futuro das relações com os EUA, especialmente em questões de defesa e comércio internacional
8 novembro: Scholz apela à união europeia face à nova realidade política. O chanceler alemão enfatiza a importância da unidade europeia face aos desafios geopolíticos e à incerteza sobre o apoio americano
12 novembro: Macron defende aumento dos gastos europeus em defesa. O presidente francês destaca a necessidade da Europa assumir maior responsabilidade pela sua própria defesa, reconhecendo o fim da dependência americana
14 novembro: Aliados europeus consideram novas estratégias para a Ucrânia. Face à nova realidade política nos EUA, os aliados europeus começam a considerar alternativas estratégicas, incluindo possíveis negociações com a Rússia
15 novembro: Alemanha alerta para necessidade urgente de reforço militar europeu. O ministro da Defesa alemão Boris Pistorius justifica o alerta face ao possível desinvestimento americano na NATO
O que se escreve à esquerda
A vitória de Trump representa uma ameaça à ordem democrática liberal, com potencial para radicalizar ainda mais a política americana e internacional
O regresso de Trump terá impacto direto nas relações transatlânticas, especialmente na NATO e nas relações comerciais com a Europa
A derrota dos Democratas revela uma profunda transformação do eleitorado americano, com Trump a conquistar novos segmentos sociais e étnicos
✍️ Rui Tavares Guedes: "A segunda presidência de Donald Trump não será igual à primeira. Desta vez, por aquilo a que se vai assistindo, ele começa a rodear-se de colaboradores mais fiéis, completamente alinhados com a “revolução” que pretende implantar na política norte-americana e na construção de uma nova ordem mundial." • Visão
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