[E.7] Médio Oriente sem um plano de paz: nem Netanyahu, nem Pezeshkian, nem Biden
O atual governo de Israel tem como objetivo a limpeza étnica e a anexação de território. A região ficou longe de uma rota de paz. Uma nova geopolítica emergiu, enquadrada pelo cisma do Islão
Está a abrir mais um Especial VLV. Inicialmente pensado para dar resposta às questões suscitadas pelos avanços de Israel no Médio Oriente nas últimas semanas, tornando um conflito de baixa intensidade numa potencial guerra regional, acabou por ficar tão extenso que decidi dividir o tema em dois artigos especiais reservados aos apoiantes desta iniciativa de cidadania informada.
Este primeiro artigo centra-se no balanço de um ano de conflito em Gaza e no Líbano, com o foco na mudança relativamente profunda operada no Médio Oriente. No segundo artigo, que receberá no seu e-mail no próximo sábado, 12 de outubro, debruçamo-nos sobre as potenciais alianças no caso de a guerra se tornar de facto num conflito direto de Israel com o Irão.
Índice deste artigo:
Médio Oriente sem um plano de paz: nem Netanyahu, nem Pezeshkian, nem Biden
onde estamos, um ano após o ataque
A nova geopolítica do Levante
O Paradoxo da situação de Israel: sucesso militar, fracasso político
Tensões crescentes no Médio Oriente: o xadrez geopolítico entre Irão e Israel
A questão xiita-sunita
O que leva os países sunitas a não apoiarem plenamente o Irão?
Um Irão forte seria uma ameaça para os países sunitas?
A complexa posição dos EUA num eventual conflito Israel-Irão
As eleições presidenciais
O legado da crise dos reféns americanos em Teerão
O compromisso dos EUA com Israel
Índice do segundo artigo:
As potenciais alianças no Médio Oriente em caso de uma guerra alargada
Alianças e relações de Israel (militares, políticas e económicas)
Alianças e relações do Irão (militares, políticas e económicas)
Análise de potenciais alinhamentos em caso de conflito Israel-Irão
Alinhamentos conhecidos
Atores potencialmente neutros ou ambíguos
Implicações globais
Considerações regionais
Fatores económicos
As forças e as fraquezas militares de Israel e Irão
A situação económica dos dois países
ANÁLISE
Médio Oriente sem um plano de paz: nem Netanyahu, nem Pezeshkian, nem Biden
Um ano após o ataque de 7 de outubro, o conflito israelo-palestiniano entrou numa nova fase, marcada por maior violência, polarização e incerteza. A estratégia atual de Israel, focada na força militar e na expansão territorial, enfrenta crescentes críticas internacionais e riscos a longo prazo. A ausência de um processo de paz viável e a deterioração das condições de vida dos palestinianos aumentam o risco de futuros conflitos.
Para uma resolução duradoura, seria necessário um retorno às negociações de paz, o estabelecimento de um Estado palestiniano viável e o reconhecimento mútuo entre Israel e os seus vizinhos árabes. No entanto, a atual liderança israelita e as dinâmicas regionais tornam esta perspetiva cada vez mais remota, deixando a região num estado de instabilidade e tensão permanente.
O Conflito Israel-Palestina um ano depois
O ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, que resultou na morte de cerca de 1.200 israelitas e no rapto de mais de 250 reféns, abalou a confiança de Israel na sua segurança e expôs falhas significativas nos seus serviços de inteligência e defesa. Em resposta, Israel lançou uma ofensiva militar massiva em Gaza, causando uma destruição generalizada e resultando na morte de mais de 41.000 palestinianos, de acordo com as autoridades de saúde do Hamas.
A guerra que se seguiu tem tido consequências profundas tanto para Israel como para os palestinianos.
Impacto político em Israel
Benjamin Netanyahu manteve-se no poder, contrariando as expectativas iniciais.
A coligação de direita de Netanyahu fortaleceu-se, promovendo políticas mais agressivas em relação aos palestinianos.
Cresceram as tensões internas em Israel, com protestos contra o governo e debates sobre o serviço militar obrigatório.
Situação em Gaza e na Cisjordânia
Gaza sofreu uma destruição massiva, com milhares de cidadãos palestinianos mortos e milhões deslocados.
Aumentou a pressão sobre a Autoridade Palestiniana na Cisjordânia.
Intensificou-se a colonização israelita em territórios palestinianos.
Dinâmicas regionais
O conflito expandiu-se, envolvendo o Hezbollah no Líbano e ameaçando uma guerra regional mais ampla.
Os países árabes mantiveram uma atitude relativamente passiva, priorizando os seus interesses nacionais.
O Irão viu-se numa posição delicada, tentando equilibrar o apoio aos seus aliados com o risco de um confronto direto com Israel.
Reações internacionais
Os Estados Unidos e os países europeus ofereceram apoio significativo a Israel, mas com algumas restrições.
Cresceu o isolamento internacional de Israel, com críticas à sua conduta militar em Gaza.
Aumentaram os protestos pró-palestinianos em todo o mundo, especialmente em campus universitários ocidentais.
Consequências económicas e sociais
A economia israelita sofreu um impacto negativo, com queda nas classificações de crédito e redução do turismo.
Aumentou a emigração de israelitas liberais e seculares.
A sociedade israelita tornou-se mais polarizada, com tensões crescentes entre diferentes grupos étnicos e religiosos.
Perspetivas para o futuro
A solução de dois Estados parece cada vez mais distante, com o governo israelita a rejeitar abertamente esta opção.
Cresce o risco de uma escalada regional, envolvendo potencialmente o Irão e outros atores.
A situação humanitária em Gaza permanece crítica, com necessidade urgente de reconstrução e ajuda.
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