[2.85] 🇪🇺 🛡️ UE considera “absolutamente inaceitáveis” as tarifas de 30% anunciadas por Trump
Os ministros do comércio da União Europeia mantém todas as respostas em cima da mesa, incluindo uma contramedida pesada para os EUA, de 72.000 milhões
Nesta edição:
🇪🇺 🛡️ UE considera “absolutamente inaceitáveis” as tarifas de 30% anunciadas por Trump
⚔️🇺🇸 Trump ameaça Putin com tarifas de 100% se não houver acordo de paz na Ucrânia em 50 dias
🏠 🚚 Israel acelera demolições em Rafah para preparar transferência forçada da população de Gaza para “campos de concentração”
🇪🇺 💰 Tudo o que precisa de saber sobre o próximo plano de gastos da UE (inclui posição de Portugal)
E um pacote de curtas a fechar.
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ATUALIDADE
🇪🇺 🛡️ UE considera "absolutamente inaceitáveis" as tarifas de 30% anunciadas por Trump
Os ministros do comércio da União Europeia reuniram-se em Bruxelas para responder ao anúncio surpresa de Donald Trump de impor tarifas de 30% sobre produtos europeus. A medida, que entrará em vigor a 1 de agosto, afetará desde queijos franceses a produtos eletrónicos alemães, podendo desestabilizar economias de Portugal à Finlândia.
A resposta europeia:
Maroš Šefčovič, representante comercial da UE, classificou as tarifas como "absolutamente inaceitáveis"
Bruxelas está a preparar contramedidas sobre 72 mil milhões de euros em importações americanas
A UE suspendeu temporariamente as suas próprias tarifas retaliatórias para dar espaço às negociações
O que está em jogo:
As tarifas aplicam-se também ao México e começam a 1 de agosto
Produtos como queijos franceses, artigos de couro italianos, eletrónica alemã e produtos farmacêuticos espanhóis ficarão mais caros nos EUA
A UE é o maior parceiro comercial dos Estados Unidos
Próximos passos:
As negociações continuam até ao final do mês
Šefčovič mantém-se otimista: "uma solução negociada é muito melhor do que a tensão"
Se as conversações falharem, a UE ativará "contramedidas proporcionadas e bem ponderadas"
A Câmara de Comércio Americana na UE alertou que as tarifas podem gerar "efeitos prejudiciais em cascata" em todos os setores das economias europeia e americana.
Fonte: apnews.com
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⚔️🇺🇸 Trump ameaça Putin com tarifas de 100% se não houver acordo de paz na Ucrânia em 50 dias
A notícia - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou esta segunda-feira (14.07.2025) o líder russo Vladimir Putin com a imposição de tarifas indirectas de cerca de 100% à Rússia caso não se alcance um acordo de paz na Ucrânia dentro de 50 dias. As declarações foram feitas durante uma reunião com o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, no Gabinete Oval da Casa Branca. Trump expressou o seu descontentamento com a Rússia, afirmando que "vamos aplicar tarifas muito severas se não chegarmos a um acordo em 50 dias", referindo-se a tarifas secundárias que são impostas a terceiros países que comerciam com uma nação sancionada.
As declarações marcam uma mudança de tom em relação a Putin, com quem Trump havia tentado uma aproximação quando assumiu o poder em 20 de janeiro passado, com o objectivo de alcançar um acordo para pôr fim à guerra de agressão russa na Ucrânia. O ponto de viragem ocorreu no passado 3 de julho, durante uma chamada telefónica entre ambos os líderes, na qual Putin comunicou a Trump que não desistirá dos seus objectivos na Ucrânia, o que enfureceu o presidente americano.
Trump expressa descontentamento com a Rússia devido à negativa de Putin em travar os bombardeamentos sobre a Ucrânia, marcando uma mudança de estratégia diplomática após tentativas iniciais de aproximação.
Tarifas secundárias de 100% serão aplicadas caso não haja acordo em 50 dias, sendo gravames impostos a terceiros países que comerciam com a Rússia, enquanto parlamentários americanos já trabalham num pacote de sanções.
Reunião com NATO incluiu discussões com o secretário-geral Mark Rutte sobre o envio de sistemas de defesa Patriot para proteger cidades ucranianas, demonstrando o apoio militar continuado.
Fonte: dw.com
🏠 🚚 Israel acelera demolições em Rafah para preparar transferência forçada da população de Gaza para “campos de concentração”
Israel intensificou drasticamente as operações de demolição na zona de Rafah, no sul de Gaza, como parte de um plano para transferir toda a população do território para uma "cidade humanitária" na região sul.
Os números das demolições:
Cerca de 28.600 edifícios demolidos em Rafah até 4 de julho de 2025
Aumento face aos 15.800 edifícios destruídos em 4 de abril de 2025
Aproximadamente 12.800 edifícios foram destruídos apenas entre abril e julho
Esta aceleração coincide com a nova ofensiva israelita em Rafah, lançada no final de março de 2025
O plano de transferência: O ministro da Defesa israelita, Israel Katz, anunciou que 600.000 palestinianos da área costeira de al-Mawasi serão transferidos para Rafah nos primeiros 60 dias após qualquer acordo de cessar-fogo. Eventualmente, toda a população civil de Gaza - mais de dois milhões de pessoas - será realojada nesta "cidade humanitária" no sul.
Objetivo final: Israel espera encorajar os palestinianos a "emigrar voluntariamente" de Gaza para outros países. O plano seria implementado por organismos internacionais, não pelo exército israelita, embora não tenha sido especificado quais organizações estariam envolvidas.
Críticas internacionais: Philippe Lazzarini, chefe da UNRWA (agência da ONU para refugiados palestinianos, que foi proibida por Israel), alertou contra este mais recente plano de deslocação forçada em massa. Observadores descrevem o projeto como a criação de "campos de concentração" na região.
Fonte: aljazeera.com
🇪🇺 💰 Tudo o que precisa de saber sobre o próximo plano de gastos da UE
A Comissão Europeia está prestes a discutir o seu plano de gastos para os próximos sete anos, num contexto de tensões comerciais com os EUA e pressões internas para cortes orçamentais. O orçamento atual da UE ascende a 1,2 biliões de euros, e várias partes interessadas, incluindo agricultores e startups, estão a lutar para proteger os seus interesses.
Desafios orçamentais: O novo plano de gastos deve enfrentar cortes significativos, especialmente nos orçamentos agrícola e regional, que representam dois terços do orçamento atual. A proposta de Ursula von der Leyen visa fundir vários programas, mas enfrenta resistência de lobbies e governos.
Novas fontes de receita: A Comissão está a considerar a introdução de novos impostos para financiar a dívida conjunta da UE, que se estima entre 25 a 30 mil milhões de euros por ano. No entanto, a aceitação de novos impostos pelos Estados-membros é um desafio, com receios sobre a perda de controlo sobre as suas receitas fiscais.
Prioridades em mudança: Apesar de um compromisso anterior de direcionar 30% do orçamento para objetivos climáticos, a crescente pressão política e a ascensão de partidos de direita estão a desviar a atenção das questões ambientais. A comissária do clima, Teresa Ribera, está a lutar para manter este objetivo em face das novas realidades.
Próximos passos: Com a proposta de von der Leyen a ser revelada em breve, a pressão aumenta para que a Comissão encontre um equilíbrio entre as necessidades de financiamento e as exigências políticas. O resultado das negociações poderá ter um impacto significativo sobre a distribuição de fundos na UE.
Como se posicionam os estados-membros
Treze países, incluindo a França, defendem um orçamento mais elevado. Sete países, incluindo a Alemanha, opõem-se a qualquer aumento.
Doze países, entre eles França e Alemanha, apoiam a introdução de “novos recursos próprios”. Seis países mantêm-se céticos.
Dezanove países, incluindo França e Alemanha, rejeitam uma fusão total entre os fundos de coesão e a PAC (Política Agrícola Comum). Ainda assim, admitem um movimento nessa direção desde que os seus programas preferidos sobrevivam, de alguma forma.
Quinze países recusam cortes nos fundos de coesão e na PAC.
O orçamento tem de ser aprovado por unanimidade.
A posição de Portugal
Orçamento mais ambicioso: Sim. O orçamento da UE deve ir "muito além do atual limiar do RNB", segundo um documento de posição português consultado pelo Euractiv.
Novos recursos próprios: Sim. Novas receitas ao nível da UE são “vitais” para aliviar a pressão do lado da despesa do orçamento.
Pacotes nacionais: Não. “Os fundos da Coesão e da PAC devem manter-se autónomos”, lê-se no documento, com a PAC “assente na sua estrutura de dois pilares”.
Reformas a troco de fundos: Não. Portugal quer preservar os princípios centrais da política de coesão.
Cortes na PAC/Coesão? Não. Portugal defende que a PAC e os fundos de coesão são cruciais para o projeto europeu.
Fontes: politico.eu, euractiv.com
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