[1.91] 🇪🇺 Alívio: Ursula von der Leyen reeleita Presidente da Comissão Europeia
O sentimento é de alívio, tal como nas eleições europeias: a União ganhou mais cinco anos para respirar e resolver os problemas que têm feito crescer a fogueira populista e eurocética à direita.
Nesta edição o destaque vai para a reeleição da Presidente da Comissão: além da notícia, dos números e do seu significado, temos uma síntese do discurso de VDL, semelhante a um Estado da União, que é uma espécie de programa e que inclui sete áreas de intervenção, bem como novos sete cargos com que Ursula “comprou” os apoios necessários para a reeleição.
Outros pontos:
🇺🇸🗳️ Trump escolheu para vice-presidente J.D. Vance, consolidando a deriva populista do Partido Republicano do futuro
🇬🇧 🤝 Starmer promete reset nas relações com Europa
🇵🇹 😞 Relações Portugal-Rússia em crise profunda
E as breves de Portugal, com foco na administração local portuguesa que registou um excedente orçamental de 24 milhões de euros em 2023, e num novo serviço de subscrição online de certificados de aforro
Uma nota: na terça-feira, dia em que os eurodeputados eleitos em junho iniciaram os trabalhos em Estrasburgo, com Roberta Metsola a ser reeleita (com 90% dos votos) Presidente do Parlamento Europeu, VamoLáVer publicou um especial reservado aos assinantes. Recordo-o hoje para quem lhe possa ter escapado.
Três grupos com 40 partidos e 189 eurodeputados: como se (re)organiza a direita radical na União Europeia. Da direita para a extrema: 80 Conservadores, 84 Patriotas e 25 Soberanistas entram no Parlamento Europeu dispostos a aumentar o poder dos Estados. A Rússia é o assunto que os divide.
Temas:
O posicionamento ideológico dos três grupos: o que os une (euro-ceticismo, imigração), o que os divide (Rússia)
O desafio do novo grupo, os Soberanistas, que é o mais extremista dos três
Como se dividem pelos três grupos os eurodeputados de cada partido e país
Um terço dos partidos tem quatro anos ou menos
Quais são e o que defendem os 40 partidos à direita no Parlamento Europeu
Boas leituras!
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ATUALIDADE
🇪🇺 Ursula von der Leyen reeleita Presidente da Comissão Europeia
Ursula von der Leyen, política conservadora alemã de 65 anos, foi reeleita esta quinta-feira (2024/07/18) Presidente da Comissão Europeia pelo Parlamento Europeu. Obteve 401 votos a favor e 284 contra, numa votação secreta que exigia um mínimo de 361 votos.
O Parlamento em Estrasburgo irrompeu em aplausos quando se tornou claro que von der Leyen, a primeira mulher a liderar o executivo da UE, tinha ultrapassado o obstáculo por 40 votos - um resultado mais forte do que a sua primeira eleição em 2019.
Num discurso de 45 minutos, semelhante a um Estado da União, von der Leyen apresentou o seu programa (ler síntese mais abaixo) visando satisfazer a maior parte dos membros do Parlamento. Assumiu-se como garante da continuidade e experiência num momento crucial para a UE, prometendo um grande plano de prosperidade e uma estratégia de habitação acessível.
Que 284 eurodeputados votaram contra? - Os Conservadores da primeira-ministra italiana Giorgia Meloni anunciaram que uma grande maioria de seus membros votou contra von der Leyen. O mesmo ocorreu com os Patriotas do Reagrupamento Nacional francês, o Fidesz húngaro, os Soberanistas liderados pela AfD alemã e o grupo da Esquerda.
Apoio dos Verdes - Apenas 10 dos 53 eurodeputados do grupo dos Verdes votaram contra. Os Verdes foram cruciais para a maioria moderada obtida por von der Leyen, ao contrário do que aconteceu há cinco anos. Este apoio serviu como um travão de emergência contra a extrema-direita, embora a própria von der Leyen não tivesse traçado essa linha.
Compromissos para o futuro - Von der Leyen comprometeu-se a não recuar na agenda verde, prometendo um novo plano de "indústria limpa" nos primeiros 100 dias da próxima legislatura e uma redução de 90% das emissões até 2040. Também propôs uma mudança nos tratados para dar ao Parlamento Europeu o direito de iniciativa legislativa.
Programa político abrangente - O programa político de von der Leyen procurou atingir um tom sóbrio, prestando homenagem às listas de desejos de todos os quatro partidos que expressaram apoio à sua reeleição: o centro-direita PPE, os socialistas S&D, os centristas do Renew Europe e os Verdes.
Negociações limitadas - A promessa dos Verdes de terem negociações a quatro para formar uma coligação real nunca se materializou. A iniciativa permaneceu nas mãos de von der Leyen, que contactou pessoalmente cada grupo.
Estratégia bem-sucedida - As diretrizes apresentadas por von der Leyen qualificaram-se como um pacote de acordo entre a aliança centrista e os Verdes, garantindo a sua reeleição mesmo com alguns eurodeputados da coligação a votarem contra ela.
Incerteza futura da coligação - Resta saber se a coligação por trás da sua renomeação se manterá unida para além das votações finais sobre a liderança do Parlamento na próxima semana.
Desafios do próximo mandato - A presidente reeleita enfrentará uma legislatura crucial para o projeto europeu, incluindo a calibração do papel da Europa em relação à China e aos Estados Unidos, a construção de uma "Europa da defesa", e o desafio da ampliação para o Leste, incluindo a potencial adesão da Ucrânia.
Reações dos partidos portugueses no PE
Marta Temido (PS): vê a eleição como reflexo do compromisso entre as principais forças políticas e como um bom sinal para um projeto europeu progressista.
Sebastião Bugalho (PSD): considera o resultado muito positivo, vendo-o como uma vitória da moderação e do cumprimento de acordos entre as famílias políticas europeias.
Tânger Corrêa (Chega): admite que o resultado era esperado, mas opõe-se à reeleição e acusa von der Leyen de falta de transparência.
João Cotrim de Figueiredo (IL): vê o resultado como uma vitória, mas alerta que não dá carta branca à comissária. Elogia o foco no crescimento económico.
Catarina Martins (BE): opõe-se à reeleição, criticando o apoio de von der Leyen a Netanyahu e mencionando ser ela suspeita num caso de contratos com farmacêuticas.
João Oliveira (PCP): critica fortemente a reeleição, afirmando que agrada aos grandes grupos económicos mas não resolve os problemas dos povos europeus.
Cronologia do mandato de Ursula von der Leyen:
2019: Eleita presidente da Comissão Europeia
2020: Início da pandemia de COVID-19
2022: Guerra da Rússia contra a Ucrânia
2023: Guerra de Israel em Gaza
2024: Reeleita presidente da Comissão Europeia
Fontes e leituras: dn.pt, elpais.com, euractiv.com, guardian.com, sicnoticias.pt
As sete orientações políticas da Comissão Europeia para 2024-2029
No discurso antes de ser conhecido o resultado da votação, Ursula von der Leyen deixou claras as orientações políticas para o próximo ciclo unionista. O discurso está dividido em sete capítulos, abaixo sintetizados.
Um novo plano para a prosperidade sustentável e competitividade da Europa
A Comissão Europeia propõe um plano ambicioso para impulsionar a competitividade e a sustentabilidade económica da UE. O foco está em simplificar os negócios, acelerar a transição verde e digital, e reforçar a resiliência económica.
Von der Leyen promete um "Clean Industrial Deal" para apoiar indústrias na descarbonização, mantendo a competitividade. A estratégia inclui investimentos em tecnologias limpas, redução dos preços da energia e promoção da economia circular.
A proposta também visa impulsionar a produtividade através da difusão de tecnologias digitais e aumento do investimento em investigação e inovação. Uma nova abordagem ao orçamento da UE é sugerida para alavancar mais financiamento privado.
Uma nova era para a Defesa e Segurança Europeia
A Presidente da Comissão Europeia propõe uma mudança significativa na abordagem da UE à defesa e segurança. O plano visa reforçar as capacidades militares europeias e a cooperação em matéria de defesa.
Von der Leyen promete aumentar o investimento em defesa e criar uma verdadeira União Europeia de Defesa. Isto inclui o reforço do Fundo Europeu de Defesa e incentivos para a aquisição conjunta de equipamento militar.
A proposta também aborda novas ameaças à segurança, como ataques cibernéticos e híbridos. Uma nova estratégia de preparação e resiliência da UE é sugerida para enfrentar estes desafios emergentes.
Apoiar as pessoas, fortalecer as nossas sociedades e o nosso modelo social
A Comissão propõe um conjunto abrangente de medidas para reforçar o modelo social europeu e apoiar os cidadãos. O foco está em garantir a equidade social numa economia em rápida mudança.
Von der Leyen promete um novo Plano de Ação para a implementação do Pilar Europeu dos Direitos Sociais. Isto inclui iniciativas para abordar o impacto da digitalização no trabalho e melhorar as condições laborais.
A proposta também aborda questões como a crise habitacional, a igualdade de género e o apoio aos jovens. Um novo Plano Europeu de Habitação Acessível é sugerido para enfrentar os crescentes desafios habitacionais.
Sustentar a nossa qualidade de vida: segurança alimentar, água e natureza
A Comissão Europeia apresenta uma visão abrangente para garantir a segurança alimentar, a gestão sustentável da água e a proteção da natureza na UE. O plano visa equilibrar a produtividade agrícola com a sustentabilidade ambiental.
Von der Leyen promete uma nova Visão para a Agricultura e Alimentação, focada na competitividade a longo prazo e na sustentabilidade do setor agrícola. Isto inclui apoio aos agricultores e incentivos para práticas agrícolas mais ecológicas.
A proposta também aborda a segurança hídrica e a proteção da biodiversidade. Uma nova Estratégia Europeia de Resiliência Hídrica é sugerida para enfrentar os desafios crescentes relacionados com a água.
Proteger a nossa democracia, defender os nossos valores
A Comissão propõe um conjunto robusto de medidas para fortalecer a democracia e o Estado de direito na UE. O plano visa combater ameaças internas e externas aos sistemas democráticos europeus.
Von der Leyen promete um novo Escudo Europeu da Democracia para combater a desinformação e a interferência estrangeira. Isto inclui o reforço da aplicação da lei digital e medidas para proteger a integridade das eleições.
A proposta também aborda o fortalecimento do Estado de direito e da liberdade dos media. Um novo mecanismo de monitorização do Estado de direito é sugerido, ligando o acesso aos fundos da UE ao respeito pelos valores fundamentais.
Uma Europa global: Alavancar o nosso poder e parcerias
A Comissão Europeia apresenta uma visão ambiciosa para reforçar o papel global da UE. O plano visa aumentar a influência geopolítica da Europa e proteger os seus interesses estratégicos num mundo cada vez mais competitivo.
Von der Leyen promete uma nova política económica externa, focada na segurança económica, comércio e investimento em parcerias. Isto inclui uma abordagem mais assertiva para proteger tecnologias críticas e cadeias de abastecimento.
A proposta também aborda o alargamento da UE e a reforma do sistema multilateral. Uma nova estratégia para o Mediterrâneo e um compromisso reforçado com a África e o Indo-Pacífico são sugeridos para fortalecer as parcerias globais da UE.
Entregar em conjunto e preparar a nossa União para o futuro
A Comissão propõe uma agenda de reformas ambiciosa para preparar a UE para o futuro, incluindo o alargamento. O plano visa melhorar a capacidade de ação da UE e reforçar a sua legitimidade democrática.
Von der Leyen promete uma revisão abrangente das políticas da UE em preparação para o alargamento. Isto inclui propostas para melhorar os processos de tomada de decisão e reforçar a capacidade de ação da UE.
A proposta também aborda a necessidade de um novo orçamento da UE adaptado às ambições futuras. Uma revisão do Acordo-Quadro com o Parlamento Europeu é sugerida para melhorar a cooperação interinstitucional.
Fonte: discurso de Ursula von der Leyen
Sete novos cargos propostos pela Presidente da Comissão Europeia
Comissário para a Defesa: "Para ajudar a coordenar este trabalho a nível europeu, nomearei um Comissário para a Defesa, que trabalhará em estreita colaboração com o próximo Alto Representante/Vice-Presidente, de acordo com o Tratado."
Comissário para o Alargamento: "Nomearei um Comissário dedicado ao Alargamento para orientar este trabalho."
Comissário para o Mediterrâneo: "Nomearei um Comissário para o Mediterrâneo para se concentrar em investimentos e parcerias, estabilidade económica, criação de emprego, energia, segurança, migração e outras áreas de interesse mútuo, respeitando os nossos valores e princípios."
Vice-Presidente para Implementação, Simplificação e Relações Interinstitucionais: "Eles trabalharão com um Vice-Presidente para Implementação, Simplificação e Relações Interinstitucionais para testar todo o acervo da UE."
Comissário para a Igualdade: "Encarregarei um Comissário para a Igualdade de propor uma estratégia atualizada sobre a igualdade LGBTIQ e desenvolver uma nova estratégia antirracismo para o pós-2025."
Comissário responsável pela habitação: "Para apoiar os Estados-Membros na abordagem destas questões, nomearei um Comissário cujas responsabilidades incluirão a habitação, e apresentarei o primeiro Plano Europeu de Habitação Acessível."
Conselho Consultivo da Juventude do Presidente: "Vou criar um Conselho Consultivo da Juventude do Presidente com jovens de todos os Estados-Membros para me aconselhar sobre questões que importam para os seus pares na sua comunidade e para servir como caixa de ressonância para ideias desenvolvidas pela Comissão."
Fonte: discurso de Ursula von der Leyen
🇺🇸🗳️ J.D. Vance consolida a deriva populista do Partido Republicano do futuro
Donald Trump, aos 78 anos, escolheu o Senador J.D. Vance (Republicano-Ohio) como seu candidato a vice-presidente para as eleições de 2024. Esta decisão é vista como uma tentativa de consolidar o futuro do Partido Republicano, alinhando-o com uma visão mais populista e não-intervencionista. Vance, com 39 anos, representa uma mudança geracional, mas mantém a trajetória populista do partido. A escolha é particularmente significativa devido à idade avançada de Trump, aumentando a possibilidade de Vance assumir a presidência durante um eventual mandato.
A diferença de idade de 39 anos entre Trump e Vance é a maior já registada num bilhete presidencial de um grande partido nos EUA. Se eleito, Vance tornar-se-ia o terceiro vice-presidente mais jovem da história americana, com 40 anos, 5 meses e 18 dias na data de tomada de posse em janeiro de 2025. Esta nomeação faz de Vance o primeiro millenial a integrar um bilhete presidencial de um grande partido, contrastando fortemente com os outros candidatos que se aproximam ou já estão em idade de reforma. A Vice-Presidente Kamala Harris, por exemplo, completará 60 anos em outubro.
A seleção de Vance também demonstra a disposição de Trump em perdoar críticas passadas, pois que Vance já o havia comparado a Hitler. Esta nomeação posiciona Vance não apenas como um potencial herdeiro de Trump, mas também do trumpismo como uma visão de governação.
Impacto na Política Externa - Espera-se que Vance tenha um papel significativo na política externa, dada a sua posição anti-ajuda à Ucrânia e visões não-intervencionistas influenciadas pela sua experiência militar. Isto poderá empurrar a política externa de Trump numa direção mais contida.
Futuro do Partido Republicano - A escolha de Vance sinaliza uma potencial reorientação do Partido Republicano em termos de política económica. Ao contrário da primeira administração Trump, que seguiu linhas republicanas convencionais em impostos e regulação, Vance poderá apoiar políticas mais populistas, como a expansão do crédito fiscal para crianças.
Debate Vice-Presidencial - Há grandes expectativas para o debate entre Vance e a atual vice-presidente Kamala Harris. Vance é considerado rápido no raciocínio e deverá ter um bom desempenho, enquanto Harris tem tido dificuldades em debates sob pressão.
Implicações Eleitorais - Alguns analistas consideram a escolha de Vance um erro político, argumentando que ele será um alvo fácil para anúncios de oposição e poderá assustar alguns doadores republicanos. No entanto, outros acreditam que a escolha indica a confiança de Trump na vitória e o seu foco na lealdade para uma possível segunda administração.
Fontes: washingtonpost.com, nytimes.com
🇬🇧 🤝 Starmer promete reset nas relações com Europa
Keir Starmer, primeiro-ministro britânico, prometeu aos líderes europeus uma renovação dos laços entre o Reino Unido e os seus países. Na cimeira da Comunidade Política Europeia em Blenheim Palace, Starmer enfatizou o desejo de restabelecer a confiança e amizade com mais de 40 países.
O governo britânico pretende explorar futuras negociações sobre migração e comércio. Starmer espera eventualmente garantir novos acordos com a UE sobre o retorno de requerentes de asilo e o comércio de produtos de defesa e agrícolas.
Abordagem contrastante com Sunak - Starmer diferenciou-se do seu antecessor, Rishi Sunak, criticando planos de deportação para o Ruanda e ameaças de deixar a Convenção Europeia dos Direitos Humanos.
Defesa da CEDH - O primeiro-ministro fez uma defesa veemente da Convenção Europeia dos Direitos Humanos, algo incomum para um líder britânico nos últimos anos.
Reações positivas dos líderes europeus - Josep Borrell, Charles Michel e Simon Harris expressaram otimismo quanto à possibilidade de renegociar partes das relações entre o Reino Unido e a UE.
Negociações formais ainda distantes - David Lammy, secretário de Relações Exteriores, afirmou que o Reino Unido está "longe" de negociar acordos com a UE, apesar das discussões iniciais.
Fonte: theguardian.com
🇵🇹 😞 Relações Portugal-Rússia em crise profunda
A porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, lamentou que as relações entre Portugal e Rússia estejam numa "crise profundíssima" desde o início da invasão da Ucrânia. Zakharova pediu a Portugal que faça uma "avaliação real dos acontecimentos" e preserve os laços entre Lisboa e Moscovo.
A diplomata criticou a posição portuguesa, afirmando que as relações bilaterais não estavam tão deterioradas há anos. Zakharova apelou a uma análise baseada em "factos verdadeiros" e não em "indicações metódicas" de Bruxelas ou Washington.
Críticas à UE - Zakharova criticou a UE por tentar resolver problemas ucranianos em vez dos seus próprios. Apontou questões como imigração, criminalidade e crise financeira como prioridades para os países europeus.
Política externa russa - A Rússia só mudará sua política em relação à UE se o bloco demonstrar mudanças. Zakharova afirmou que não veem necessidade de alterar a abordagem se continuar a "demonização" da Rússia.
Conselho aos europeus - A porta-voz aconselhou as nações europeias a ignorarem declarações de líderes da UE. Sugeriu que os países "olhem pela janela" para ver como vivem os seus cidadãos e abordem problemas internos.
Fonte: cnnportugal.iol.pt
Portugal
🏛️ A administração local portuguesa registou um excedente orçamental de 24 milhões de euros em 2023, uma queda acentuada em comparação com os 353 milhões de euros de 2022. Este resultado, muito abaixo da previsão de 256 milhões de euros do OE2023, deveu-se ao aumento da despesa superior ao da receita. O Conselho de Finanças Públicas destacou uma "deterioração do excedente orçamental" e uma ligeira melhoria na dívida, influenciadas por exceções às regras legais. • rtp.pt
📬 Os CTT lançaram um novo serviço de subscrição online de certificados de aforro através da sua aplicação móvel. A funcionalidade "Aforro Digital" permite aos utilizadores subscrever ou reforçar a sua Conta Aforro com um mínimo de 10 euros, simular rendimentos e consultar o histórico de movimentos. Para aceder ao serviço, é necessário ter uma conta aforro prévia e utilizar a Chave Móvel Digital para verificação de identidade. • sicnoticias.pt
🇵🇹 O PCP antecipa votar contra o Orçamento do Estado para 2025. Paulo Raimundo, secretário-geral do partido, afirmou que se a proposta mantiver a matriz do programa do Governo, o PCP rejeitará o documento. "É um Orçamento que não serve ao país, não serve à resolução dos problemas", declarou Raimundo, sublinhando que o partido não tem expectativas de mudanças significativas na política governamental. • rtp.pt
🇵🇹 A IL está disposta a colaborar no próximo Orçamento do Estado, mas votará contra se for semelhante aos anteriores do PS. O líder do partido, Rui Rocha, afirmou que o sentido de voto para o OE2025 ainda está em aberto, reconhecendo que não será o orçamento ideal para a IL. Entre as propostas a apresentar ao primeiro-ministro Luís Montenegro, destacam-se o fim da progressividade do IRC, das derramas municipais e o alívio das tributações autónomas. • rr.sapo.pt
🇵🇹 O PS mostra-se aberto a negociações sobre o Orçamento do Estado para 2025, afirmando estar disposto a fazer cedências significativas. O deputado João Torres declarou que "o Orçamento do Estado nunca será o Orçamento do PS", mas ressalvou que o partido mantém o direito de criticar "medidas socialmente muito injustas". Esta postura demonstra uma abordagem flexível do PS na oposição, sem linhas vermelhas predefinidas. • rtp.pt
🚁 O presidente demissionário do INEM revela conversa com a Força Aérea. Luís Meira afirmou que, há cerca de seis meses, quando o INEM foi forçado a reduzir o serviço noturno de helicópteros, contactou a Força Aérea para garantir a resposta necessária. Segundo Meira, a resposta do chefe de Estado Maior foi: "Não me meta nesse filme porque depois perguntam-me com que helicópteros e pilotos e eu não tenho, nem uns, nem outros". Esta revelação surge após a sugestão do Ministério da Saúde de utilizar apoio da Força Aérea para o transporte aéreo de doentes. • observador.pt
🇵🇹 O BE solicitou uma audiência ao Presidente da República para discutir a política de imigração, com foco no fim da manifestação de interesse. Mariana Mortágua, coordenadora do BE, criticou a decisão do Governo PSD/CDS-PP de eliminar este mecanismo, considerando-o uma "cedência à política da extrema-direita". A líder bloquista lembrou que Marcelo Rebelo de Sousa defendeu publicamente que esta eliminação deveria ser apenas temporária. • rtp.pt
🇪🇺 João Costa será o novo diretor da Agência Europeia para as Necessidades Especiais e a Educação Inclusiva a partir de janeiro de 2024. O ex-ministro da Educação português foi selecionado entre cerca de 30 candidatos, focando-se na integração de alunos com línguas maternas diferentes das oficiais do ensino. Costa destaca a importância de abordar a heterogeneidade da população escolar, especialmente num contexto de imigração crescente na Europa, visando combater a exclusão no ensino. • observador.pt
🇵🇹 Mariana Mortágua alerta para injustiça nas atualizações de reformas. A coordenadora do BE reuniu-se com o Movimento Justiça para Pensionistas e Reformados, denunciando que cerca de 100 mil pessoas por ano são afetadas por uma lei de 2006 que impede a atualização de pensões no ano seguinte à sua atribuição. Mortágua exemplifica que um reformado com pensão média de 1.500 euros pode perder até 25 mil euros ao longo do tempo devido a esta falha, defendendo a correção desta "injustiça que não faz qualquer sentido" no parlamento. • publico.pt
🇵🇹 Tiago Mayan Gonçalves vai candidatar-se à liderança da Iniciativa Liberal. O ex-candidato presidencial do partido, que tem liderado a oposição interna a Rui Rocha, formalizará a sua candidatura este sábado, às 15:00, em Vila Nova de Gaia. A convenção eletiva da IL está prevista para o início de 2025, sendo que Mayan Gonçalves já havia manifestado em abril a sua disponibilidade para "encabeçar uma candidatura à liderança" quando houvesse eleições no partido. • rtp.pt
Economia
🇵🇹 A ERC propõe alterações à Lei da Transparência dos Media. Uma das mudanças mais significativas diz respeito ao regime sancionatório, com a proposta de redução dos valores mínimos e máximos das coimas para torná-los "mais realistas e proporcionais face aos rendimentos médios das entidades de comunicação social em Portugal". Segundo a proposta, as contraordenações muito graves seriam puníveis com coimas entre 1.250€ e 20.000€ para pessoas singulares, e entre 5.000€ e 120.000€ para pessoas coletivas. • expresso.pt
🇵🇹 O Tribunal Administrativo e Fiscal de Mirandela rejeitou a providência cautelar apresentada pelo município de Montalegre contra a exploração de lítio na mina do Romano. A autarquia pretendia suspender a eficácia da Declaração de Impacte Ambiental emitida pela Agência Portuguesa do Ambiente em setembro de 2023, alegando que esta "faz tábua rasa dos impactos" do projeto da Lusorecursos Portugal Lithium. O tribunal, contudo, julgou o processo improcedente, permitindo assim o avanço da exploração mineira no concelho transmontano. • publico.pt
🇪🇺 O BCE mantém taxas de juro inalteradas após a reunião de hoje. Christine Lagarde afirmou que "a questão do que faremos em setembro está em aberto", indicando que futuras decisões serão baseadas nos dados económicos recebidos. O banco central manteve a taxa de refinanciamento em 4,25%, a de cedência de liquidez em 4,50% e a de depósito em 3,75%, reiterando o compromisso de manter uma política restritiva até que a inflação retorne ao objetivo de 2%. • cnnportugal.iol.pt
ETIQUETAS
Uma exposição
Retrospectiva de Yoshitomo Nara. Museu Guggenheim de Bilbau, País Basco, Espanha, de 28 junho a 3 novembro 2024. “Yoshitomo Nara é um dos artistas mais célebres da sua geração. A sua obra é amplamente reconhecida pelas audazes e caricaturais figuras infantis de cabeça grande e olhos grandes, tão fascinantes como, por vezes, ameaçadoras, desafiantes e insolentes, ou melancólicas e inseguras, que com o passar do tempo se tornaram cada vez mais serenas e reflexivas. Embora Nara não tenha obtido uma aceitação imediata no mundo da arte, o seu estilo gráfico inovador está plenamente consolidado na atualidade.” https://www.guggenheim-bilbao.eus/exposiciones/yoshitomo-nara
Um livro
A Palavra que Resta. Autoria: Stênio Gardel. Editora: Dom Quixote, 2024. “Stênio Gardel: "Um desejo tão forte e reprimido, guardado por tanto tempo". Embora a história de A Palavra que Resta nos agarre e seja muito bonita, é a maneira como Stênio Gardel narra e articula as palavras dos seus personagens que cativa e marca a originalidade deste romance. Para o escritor brasileiro, esse seu “jeito de escrever para essa história” tem várias origens. Acredita na relação entre a forma como a história é contada e a própria história que está sendo contada.” Isabel Coutinho
Um catálogo
Catálogo Raisonné da obra de Aurélia de Souza. Coordenação do projeto: António Ponte. Coordenação científica e investigação: Raquel Henriques da Silva, Elena Komissarova: Instituto de História da Arte da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, Ana Paula Machado: Museu Nacional Soares dos Reis – Museus e Monumentos de Portugal, E. P. E., Maria Aguiar: Centro de Investigação em Ciência e Tecnologia das Artes da Universidade Católica Portuguesa. Edição: Museu Nacional Soares dos Reis, 2024. “A presente versão do Catálogo Raisonné inclui fotografias de Aurélia de Sousa, pertencentes ao conjunto composto por cerca de duas centenas de negativos de vidro, recentemente adquirido pela Comissão para a Aquisição de Obras de Arte para os Museus e Palácios Nacionais, para enriquecer o acervo do MNSR, o qual integra várias obras de Aurélia de Sousa, entre elas o Auto-retrato, classificado como Tesouro Nacional.”