[1.132] Governo alemão colapsa: eleições prováveis em janeiro, antes da posse de Trump
A "coligação semáforo" nunca foi estável e a pressão da vitória de Trump foi apenas a gota de água. A vítima é, novamente, a política ambiental e progressista
Nesta edição:
Governo alemão colapsa: eleições prováveis em janeiro, antes da posse de Trump nos EUA
Crise política na Alemanha preocupa imprensa europeia
Extrema-direita rejubila com a vitória de Trump. Minorias, mulheres, jornalistas e políticos de esquerda com dias difíceis pela frente
Euronext propõe mercado de capitais único na Europa
António Costa assume liderança do Conselho Europeu
Governo lança dois novos programas de combate à pobreza energética
E o habitual conjunto de notícias curtas
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ATUALIDADE
Governo alemão colapsa: eleições prováveis em janeiro, antes da posse de Trump nos EUA
O chanceler alemão Olaf Scholz mostrou-se disponível para discutir a antecipação das eleições com a oposição, desde que seja alcançado um acordo para aprovar legislação importante este ano. Em conferência de imprensa em Budapeste, Scholz sugeriu realizar eleições antecipadas em março, após o colapso do seu governo de coligação.
O líder da oposição, Friedrich Merz (CDU), insiste que Scholz deve convocar um voto de confiança na próxima semana, propondo que as eleições antecipadas sejam realizadas até janeiro de 2025, especificamente a 19 de janeiro, um dia antes da tomada de posse do próximo presidente dos EUA.
A coligação governamental alemã dissolveu-se na quarta-feira após o Chanceler Olaf Scholz demitir o Ministro das Finanças Christian Lindner devido a disputas sobre despesas e reformas económicas. A saída do partido FDP deixa Scholz com um governo minoritário, composto apenas pelo SPD e os Verdes.
O governo Scholz, que pretende ainda implementar algumas medidas como reduções fiscais e de preços energéticos, tornou-se o mais impopular da história moderna alemã.
O conflito central girou em torno de duas visões económicas distintas: os Social-Democratas de Scholz e os Verdes defendem o uso de dívida para modernizar infraestruturas e apoiar a transição energética, enquanto o partido liberal FDP de Lindner se opõe a novo endividamento, preferindo cortes nos gastos sociais e flexibilização das metas ambientais.
A situação é agravada pelo crescimento da extrema-direita AfD nas sondagens e pela perspetiva de uma presidência Trump, que poderia prejudicar a economia alemã através de tarifas e reduzir o apoio à Ucrânia. Muitos analistas consideram que a Alemanha necessita urgentemente de um governo unido e eficaz para enfrentar estes desafios.
Aprofundar: bbc.com
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Crise política na Alemanha preocupa imprensa europeia
Após o colapso da “coligação semáforo" entre os Sociais-Democratas (SPD), Liberais (FDP) e Verdes, a Alemanha parece caminhar para novas eleições. O Chanceler Olaf Scholz pretende aguardar até janeiro para convocar um voto de confiança, mas o líder da oposição Friedrich Merz (CDU) pressiona por eleições imediatas. A imprensa europeia observa a situação com preocupação, mas também vê oportunidades.
🗣 Jean-Dominique Merchet observa que a coligação tem sido caótica há três anos, lembrando que a França não está sozinha na sua crise política. Alerta que uma Alemanha fragilizada nunca foi boa notícia para a Europa, especialmente quando Macron apela a um "despertar estratégico". • L'Opinion (França)
🧐 Jette Elbæk Maressa questiona o posicionamento da Dinamarca num cenário onde a Alemanha está em crise, o Reino Unido saiu da UE e os EUA são imprevisíveis. • Jyllands-Posten (Dinamarca)
✍️ Remco Andersen alerta para uma possível viragem à direita na última superpotência progressista da Europa, com a CDU a mostrar tendências conservadoras, especialmente em questões de asilo. • De Volkskrant (Países Baixos)
🕵️ Dominique Eigenmann destaca a desconfiança generalizada entre os alemães, notando que menos de 25% confiam na CDU de Merz para governar melhor que a atual coligação. • Tages-Anzeiger (Suíça)
🗣 Josef Kelnberger analisa o impacto em Bruxelas, onde a abstenção alemã se tornou uma marca registada, e reflete sobre as novas possibilidades organizacionais com uma potencial liderança da CDU. • Süddeutsche Zeitung (Alemanha)
✍️ Zolo Mikeš expressa preocupação com uma possível coligação entre CDU/CSU e AfD, alertando para uma potencial batalha entre neofascistas e comunistas. • Aktuality (Eslováquia)
🧐 Māris Zanders analisa o fenómeno Sahra Wagenknecht, alertando para o seu pró-kremlinismo disfarçado e a crescente procura por mudanças radicais pelos eleitores. • Delfi (Letónia)
🕵️ Lisa Haseldine destaca a incerteza económica da Alemanha para 2025, sem um programa económico aprovado. • The Spectator (Reino Unido)
✍️ Michael Schlieben critica a liderança tecnocrática de Scholz, que criou um vácuo aproveitado por políticos descontentes. • Die Zeit (Alemanha)
🗣 Kersten Augusting argumenta que, apesar do momento ser inadequado, a continuação da coligação semáforo seria ainda pior, especialmente face ao populismo de direita. • Taz (Alemanha)
Extrema-direita rejubila com a vitória de Trump
A eleição de Donald Trump para um novo mandato presidencial está a ser normalizada, como deve, pela comunidade internacional, enquanto os analistas a escalpelizam. Mas há um grupo especial: os líderes e os grupos de extrema-direita, que rejubilam com a vitória e por ela se sentem mais empoderados, significando que vão aproveitar o momento para avançarem mais nas suas ações.
Minorias étnicas, minorias de género, mulheres, trabalhadores em geral, mas não só, também jornalistas e políticos de partidos de esquerda vão sentir nas próximas semanas os seus espaços ameaçados.
Hungria
Primeiro-ministro Orbán celebrou como "o maior regresso na história da política ocidental"
Instituto Danube e Centro para Direitos Fundamentais festejaram com chapéus MAGA
Funcionários decoraram escritórios com bandeiras americanas
Rússia
Vladimir Putin elogiou a "coragem" de Trump
Alexander Dugin (intelectual próximo de Putin) declarou a vitória decisiva contra "globalistas"
Propagandistas estatais celebraram possível fim do apoio à Ucrânia
Outros líderes mundiais
Narendra Modi (Índia) felicitou seu "amigo"
Nayib Bukele (El Salvador) e Javier Milei (Argentina) enviaram congratulações
Jair Bolsonaro (Brasil) declarou ser "o ressurgimento de um verdadeiro guerreiro"
União Europeia - políticos de direita
Grupos ECR e PoE no Parlamento Europeu manifestaram apoio
Geert Wilders (Holanda) celebrou vitória dos "patriotas"
Representantes do Chega (Portugal), Lega (Itália) e outros partidos de direita demonstraram alegria
Movimentos anti-LGBTQ+ e conservadores
CitizenGo (Espanha)
Pro-Vita & Famiglia (Itália)
HazteOir (Espanha)
Centro Europeu para Lei e Justiça manifestaram apoio
Grupos extremistas
Apoiantes dos Groypers em vários países
Capítulos internacionais dos Proud Boys
Movimento Identitário europeu
Diversos grupos nacionalistas e de extrema-direita em vários países
Portugal
Rita Matias, Pedro Frazão e André Ventura (Chega) manifestaram apoio
João Antunes e Afonso Gonçalves (influenciadores) celebraram
Rui da Fonseca e Castro (Movimento Habeas Corpus) expressou satisfação
Fonte: globalextremism.org
📈🌍 Euronext propõe mercado de capitais único na Europa
A notícia - A Euronext, principal operadora das bolsas europeias, incluindo a de Lisboa, está a avançar com uma proposta para criar um mercado de capitais único na Europa. Esta iniciativa visa uniformizar processos e custos de entrada para empresas e investidores, abordando inicialmente reguladores em sete países: França, Países Baixos, Bélgica, Irlanda, Portugal, Itália e Noruega. Stéphane Boujnah, presidente-executivo da Euronext, sublinha a urgência do projeto, destacando a ameaça de desvio de investimentos para os EUA e a necessidade de competir com os gigantes de Wall Street.
Stéphane Boujnah destaca urgência - Enfatiza que não há tempo a perder para uniformizar o mercado europeu, citando a ameaça de desvio de investimentos para os EUA e a necessidade de competir com Wall Street.
Investidores não profissionais na UE - Dados do Eurostat mostram que a participação de investidores não profissionais nos mercados de capitais da UE é baixa comparada aos EUA, com apenas 17% dos ativos das famílias europeias em títulos transacionados, contra 43% nos EUA.
Aquisições estratégicas da Euronext - A empresa tem-se expandido através de aquisições, incluindo a Irish Stock Exchange, Oslo Børs VPS, Nord Pool, VP Securities e o Grupo Borsa Italiana, diversificando o negócio além do mercado de ações tradicional.
Resultados financeiros recentes - A Euronext registou um aumento de 10% nas receitas, atingindo 396 milhões de euros no terceiro trimestre de 2024, apesar de uma queda de 4,2% no lucro líquido. O trading foi o segmento mais contributivo, mas os mercados reagiram com ceticismo, refletido numa queda de 3% nas ações.
Fonte: expresso.pt
🇪🇺 António Costa assume liderança do Conselho Europeu
A notícia - O presidente cessante do Conselho Europeu, Charles Michel, expressou confiança de que António Costa, antigo primeiro-ministro português, será um guardião da unidade entre os Estados-membros da União Europeia. Costa, que assumirá o cargo em dezembro, já iniciou um roteiro pelas capitais europeias para se encontrar com líderes da UE, visando compreender melhor as suas perspetivas e prioridades. A sua nomeação marca a primeira vez que um português e um socialista lidera a instituição.
Charles Michel destacou a importância da unidade europeia, mencionando que esta não é garantida e requer esforço, confiança e respeito mútuo. Sublinhou os desafios económicos e geopolíticos que a UE enfrenta, incluindo a pressão sobre o multilateralismo e a competitividade.
António Costa iniciou um roteiro europeu, começando em Roma com a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, que votou contra a sua nomeação. A tour incluiu visitas a países como a Hungria e a Polónia, e terminará com um encontro com Ursula von der Leyen.
A Declaração de Budapeste foi aprovada na última cimeira europeia presidida por Charles Michel, onde se defenderam investimentos significativos no setor de Defesa, mobilizando financiamentos públicos e privados.
Fonte: 24.sapo.pt
🏠 💡 Governo lança dois novos programas de combate à pobreza energética
A notícia - O Governo português, através da ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, anunciou durante a discussão do Orçamento do Estado 2025 dois novos programas de combate à pobreza energética. O programa E-Lar focará o apoio aos consumidores para melhorar a eficiência energética e adquirir equipamentos eficientes, enquanto o programa Áreas Urbanas Sustentáveis destinar-se-á a intervenções em edifícios e espaços públicos em zonas vulneráveis.
Cada programa terá aproximadamente 50 milhões de euros de investimento, substituindo programas anteriores, incluindo um que financiava a substituição de janelas e que será descontinuado.
Portugal lidera União Europeia em pobreza energética, conforme destacado pelo deputado socialista Miguel Iglésias, justificando a necessidade destas novas medidas.
As intervenções serão direcionadas especificamente para territórios urbanos com maiores vulnerabilidades sociais, podendo ter como beneficiários diretos as juntas de freguesia.
Fonte: 24.sapo.pt
Portugal
🌍 O presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, defendeu no G20 a reforma do Conselho de Segurança da ONU e maior representatividade feminina em cargos de decisão. Alinhou-se com a presidência brasileira, destacando a necessidade de adaptar a governação global aos novos desafios e promover inclusão para legitimar a ordem internacional. • 24.sapo.pt
🇵🇹 Tiago Mayan Gonçalves demitiu-se após falsificar assinaturas. Admitiu ter falsificado assinaturas do júri do Fundo de Apoio ao Associativismo Portuense, envolvendo 875 mil euros. O presidente da Iniciativa Liberal condenou a ação e iniciou um processo disciplinar que pode levar à sua expulsão. • rr.sapo.pt
União Europeia
🇮🇪 O Presidente da Irlanda dissolveu formalmente o parlamento. Michael D. Higgins iniciou a campanha eleitoral de três semanas após o taoiseach Simon Harris anunciar a data das eleições para 29 de novembro. Este anúncio encerra o governo de coligação de quatro anos e meio entre Fine Gael, Fianna Fáil e o Partido Verde. Harris afirmou que foi uma honra servir como taoiseach. • news.sky.com
⚖️ O Tribunal Supremo espanhol vai investigar José Luis Ábalos por suspeitas de tráfico de influências, organização criminosa, suborno e desvio de fundos no caso Koldo. O ex-ministro dos Transportes terá tido um papel principal no esquema corrupto e deverá ser chamado a depor voluntariamente como deputado do Grupo Misto. • elpais.com
🇪🇺 Ursula von der Leyen nomeou Paula Pinho para liderar o serviço de porta-vozes da Comissão Europeia. Atualmente diretora na DG Energia, iniciou a sua carreira na Comissão em 2000. Sucede a Johannes Laitenberger, que chefiou o serviço durante o primeiro mandato de José Manuel Durão Barroso. • cnnportugal.iol.pt
Mundo
⚽ Adeptos israelitas foram atacados após jogo em Amesterdão, numa série de incidentes considerados antissemitas pelas autoridades. Cinco pessoas foram hospitalizadas e dezenas detidas após grupos de jovens, mobilizados através das redes sociais, terem perseguido e agredido adeptos do Maccabi Tel Aviv após o jogo contra o Ajax. • apnews.com
🔴 O Alto-Comissário da ONU para os Direitos Humanos denuncia ameaças contra a relatora especial Francesca Albanese, a família e os colegas. A relatora, que critica fortemente a campanha de Israel em Gaza, foi acusada de antissemitismo por aliados israelitas, incluindo representantes dos EUA na ONU. • 24.sapo.pt
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