[1.116] 🤝💼 A 10 dias de entregar o Orçamento, Governo procura fechar acordo tripartido sobre salários e economia
Salário mínimo de 870 euros e, noutra medida, a melhoria da atualização das pensões são piscadelas de olho à esquerda.
Esta edição abre com o assunto doméstico mais importante para as próximas semanas: o Orçamento de Estado de 2025. O Governo entrou na reta final com uma ofensiva de medidas e reuniões, como a do acordo de concertação social. A leitura dessas ofensivas é motivo para a opinião do editor: o Governo entrou em pré-campanha eleitoral ou pisca o olho ao PS?
Também na edição:
Extrema-direita vence eleições na Áustria, mas FPÖ terá dificuldade em formar governo
A grande vitória do FPÖ o que significa para a Áustria?
CDU alemão pressiona Comissão Europeia para financiar vedações fronteiriças
O fim de uma era: fechou a última central elétrica a carvão do Reino Unido
E o habitual conjunto de curtas, com destaque para os defeitos da nacionalização da Efacec e a diminuição da receita fiscal em Portugal.
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ATUALIDADE
🤝💼 A 10 dias de entregar o Orçamento, Governo procura fechar acordo tripartido sobre salários e economia
O Governo português está a trabalhar intensamente para assinar um acordo tripartido sobre valorização salarial e crescimento económico nesta terça-feira, 1 de outubro. O Ministério do Trabalho, as confederações patronais e a UGT estão em negociações para finalizar o texto do acordo, visando um entendimento abrangente. A grande incógnita é se a Confederação Empresarial de Portugal (CIP) irá assinar o acordo, dada a sua discordância com algumas condições propostas pelo Governo.
A proposta do Governo inclui um aumento do salário mínimo de 820 para 870 euros em 2025, com aumentos anuais de 50 euros até atingir 1020 euros em 2028. Os referenciais para os salários negociados na contratação coletiva serão de 4,7% no próximo ano, diminuindo gradualmente até 4,5% em 2027 e 2028.
As medidas fiscais propostas pelo executivo incluem a redução do IRC de 21% para 19% em 2025, melhorias no IRS Jovem, uma redução de 50% na taxa de retenção autónoma de IRS sobre o trabalho suplementar, e uma isenção de IRS para as primeiras 100 horas de trabalho suplementar de trabalhadores não residentes.
A posição da CIP é crucial para o acordo. A confederação liderada por Armindo Monteiro discorda das condições impostas pelo Governo para o acesso ao equivalente do 15º mês isento de IRS e TSU, nomeadamente a obrigatoriedade de aumentos salariais generalizados nas empresas.
As negociações continuam com as restantes confederações patronais e a UGT. O secretário-geral da UGT, Mário Mourão, foi mandatado para prosseguir as negociações com o Governo, enquanto as confederações do comércio e serviços, do turismo e da agricultura analisam as alterações ao documento.
Fonte: publico.pt
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OE2025: FALTAM 10 DIAS
🇵🇹 Marcelo Rebelo de Sousa admite pressionar negociações do Orçamento do Estado para 2025. O Presidente da República argumenta que "está a fazer influência" e "pressão" por considerar o próximo orçamento uma questão de interesse nacional. Contrariando Pedro Nuno Santos, Marcelo defende que, por vezes, é necessário abdicar de convicções políticas, recordando a sua própria experiência como líder da oposição em negociações com António Guterres. • rr.sapo.pt
🇵🇹 O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, criticou o Presidente da República por exercer uma "pressão completamente desnecessária". Raimundo enfatizou que o PCP está interessado num orçamento que responda a questões como salários, pensões e SNS, e não em "aprovar qualquer coisa só para evitar uma crise política". Previu ainda que a proposta do IRS Jovem "está destinada a cair" e questionou quem irá apoiar um orçamento que não responde aos problemas concretos da população. • rtp.pt
👵 O Governo vai rever a legislação das pensões, permitindo a sua atualização no ano seguinte ao da atribuição. Maria do Rosário Ramalho, ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, anunciou que esta medida será aprovada no Conselho de Ministros desta quarta-feira, juntamente com outras iniciativas na área da longevidade e dependências, no âmbito do dia internacional da pessoa idosa. • rtp.pt
🏠 O ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, defendeu que o Governo PSD/CDS-PP já está a investir em habitação pública para a classe média. Em resposta às recentes propostas do PS, o ministro questionou: "Para que classe, para que portugueses e portuguesas, nós estamos hoje a construir afinal?", afirmando que o executivo já está a garantir habitação para agregados familiares com rendimentos até 54 mil euros anuais. Pinto Luz apelou ainda para que se permita ao Governo governar. • rr.sapo.pt
🇵🇹 André Ventura acusa Montenegro e Marcelo de mentira e intriga. O líder do Chega alega que o primeiro-ministro mentiu sobre a inexistência de um acordo orçamental com o PS, baseando-se nas declarações do líder parlamentar do PSD, Hugo Soares. Ventura também critica o Presidente da República, acusando-o de "perturbar o funcionamento das instituições e ser fonte de intriga", numa conferência de imprensa na Assembleia da República. • 24.sapo.pt
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A OPINIÃO DO EDITOR
Governo entrou em pré-campanha eleitoral ou pisca o olho ao PS?
A dez dias da data em que tem de propor ao Parlamento o seu Orçamento de Estado para o próximo ano, tudo ficou finalmente claro na estratégia do Governo.
Do lado da política pura, Marcelo Rebelo de Sousa deixou subitamente cair o dramatismo da “crise” e nas suas intervenções já admite que há um plano para aprovar o documento na Assembleia: a confortável maioria de direita pode fazê-lo nas calmas. A “crise” e as ameaças de arrastar, por mera birra pessoal, o país novamente para eleições eram ou uma estupidez ou uma pressão expressa de forma infantil. Nenhum dos casos abona a favor do Presidente da República, cuja rota descendente se acentua de semana para semana.
Do lado da ação as coisas são mais interessantes. O Governo disparou num frenesim de reuniões e de propostas e de medidas. Como se vê no apanhado acima, algumas são simpáticas às esquerdas. Como o acordo de concertação social, com a CIP perfeitamente concertada com o PSD na encenação dramática da simpática narrativa, e a revisão do prazo de atualização das pensões.
Mais estas medidas à esquerda não incomodaram Suas Irrelevâncias André Ventura e Rui Rocha, peças decorativas desta encenação. Mas o que é interessante é que a estratégia serve ambos os propósitos: quer o PSD pretenda ir para eleições, quer pretenda dar um sinal ao PS de disposição para ceder a aprovação do OE2025.
Luís Montenegro respondeu no tabuleiro deste delicado jogo de xadrez orçamental à jogada de endurecimento do PS. Depois de Pedro Nuno Santos, também abriu finalmente o jogo. Faltam poucos lances até à entrega do documento no dia 10 de outubro. Segue-se depois a fase final, para a qual pode ser que algum deles reserve uma jogada brilhante.
Paulo Querido
🗳️🇦🇹 Extrema-direita vence eleições na Áustria, mas FPÖ terá dificuldade em formar governo
A notícia - O Partido da Liberdade da Áustria (FPÖ), de extrema-direita, alcançou uma vitória histórica nas eleições gerais de domingo, conquistando 29,2% dos votos. O líder do partido, Herbert Kickl, declarou o início de uma "nova era" para a Áustria. Este resultado representa um aumento de 13 pontos percentuais em relação às eleições de 2019. No entanto, a formação do próximo governo permanece incerta, uma vez que o FPÖ necessita de um parceiro de coligação para governar, e outros partidos afirmam que não trabalharão com Kickl.
A atual coligação governamental entre o ÖVP (26,5%) e os Verdes (8%) claramente não conseguiu alcançar a maioria.
Reações internacionais - A vitória do FPÖ foi celebrada por partidos de extrema-direita e nacionalistas em toda a Europa. O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, saudou o resultado como uma "vitória histórica". Geert Wilders, líder do partido dominante no novo governo holandês, e Marine Le Pen, líder da extrema-direita francesa, também expressaram as suas congratulações. Paul Schmidt, secretário-geral da Sociedade Austríaca para a Política Europeia, sugere que o FPÖ poderá tornar-se um modelo para outros partidos de extrema-direita na Europa.
Posições políticas do FPÖ - O partido defende o fim das sanções contra a Rússia e critica a ajuda militar ocidental à Ucrânia. Kickl rotulou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, como "belicista". O FPÖ também adota uma postura dura em relação à imigração, apelando à "remigração de estrangeiros não convidados", e pretende devolver poderes da UE à Áustria.
Desafios para Kickl - Apesar de ter liderado o FPÖ ao seu melhor resultado de sempre, Kickl enfrenta obstáculos para assumir o poder. Conhecido pelas suas provocações e por ultrapassar limites aceites, chocou o establishment político ao descrever o Presidente austríaco, Alexander Van der Bellen, como uma "múmia" e "senil". Kickl também parece apoiar teorias da conspiração, tendo defendido o uso de ivermectina durante a pandemia de COVID-19.
Cenários políticos futuros - A formação do próximo governo austríaco promete ser um processo demorado e complicado. Analistas preveem que Kickl poderá insistir em tornar-se o próximo líder da Áustria, mas se isso não acontecer, é provável que opte pela oposição. Uma coligação entre o Partido Popular Austríaco e os Social-Democratas, possivelmente com a inclusão dos liberais Neos, é uma possibilidade, embora possa resultar numa aliança instável.
Papel do Presidente - O Presidente Alexander Van der Bellen terá um papel crucial como mediador após as eleições. Afirmou que garantirá que "os pilares fundamentais da democracia liberal austríaca serão respeitados" durante o processo de formação do novo governo.
Aprofundar: apnews.com, politico.eu, bbc.com
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A grande vitória do FPÖ o que significa para a Áustria?
A imprensa europeia analisa as razões do sucesso do FPÖ e os possíveis desfechos.
🗣 Florian Asamer: Herbert Kickl conseguiu concretizar o plano de Jörg Haider, nomeadamente substituir os outrora intocáveis grandes partidos SPÖ e ÖVP como o partido mais forte com um resultado recorde. É ao mesmo tempo surpreendente e lógico que, de todas as pessoas, Kickl, uma figura menos proeminente, tenha alcançado este sucesso histórico. ... O FPÖ é agora o ponto de encontro para um grupo heterogéneo de insatisfeitos, opositores do sistema e/ou reacionários, independentemente do seu candidato principal. ... Do exterior, apesar da sua história dolorosa, a Áustria continua a ser pioneira na ascensão da direita populista, que deliberadamente brinca com tabus, quebra-os e adota uma postura pouco clara em relação aos pilares da democracia e do Estado de direito. • Die Presse (Áustria)
🧐 Petra Stuiber: As pessoas estão insatisfeitas e pessimistas em relação ao futuro. Visto desta perspetiva, o resultado do ÖVP não é surpreendente. ... O candidato principal Karl Nehammer causou uma impressão sólida nos debates televisivos, apresentando-se como aquele que poderia trazer esclarecimento à nação. Durante o desastre das inundações, desempenhou o papel de gestor de crises eficiente. Isso deu-lhe pontos de bónus. No entanto, o ÖVP não conseguiu convencer quando se tratou de combater a inflação. Na questão da imigração, moveu-se ainda mais para a direita: um partido que escreve no seu programa que todos os bens valiosos devem ser retirados aos requerentes de asilo é dificilmente distinguível do FPÖ. Isto não compensou: todos os que são a favor de tal política há muito que votam no FPÖ. • Der Standard (Áustria)
✍ Vilmos Bábel: Se um partido pode ser responsabilizado pela ascensão do FPÖ, então é o ÖVP, que está no governo continuamente há mais de 30 anos. Claro que não é assim tão simples, porque a extrema-direita está a ganhar força em todo o mundo, a confiança no Estado está a diminuir em todo o lado, e o FPÖ beneficiou primeiro da Covid, depois da inflação, da crise energética e da crise migratória. No entanto, um pouco de autorreflexão não seria mau para o ÖVP, como o seu candidato a chanceler (e atual chanceler) Karl Nehammer admitiu. O forte centro que o ÖVP publicitava nos seus cartazes eleitorais entrou em colapso. • HVG (Hungria)
🕵️ Piotr Jendroszczyk: A diferença para a Alemanha é que até agora a Alternativa para a Alemanha (AfD) não tem hipóteses de vencer as eleições para o Bundestag porque está atrás da CDU/CSU a nível federal. Além disso, na Alemanha, a AfD está a ser marginalizada pelos outros partidos. A situação é diferente na Áustria. Embora os partidos de esquerda não queiram ter nada a ver com a extrema-direita, o ÖVP está disposto a cooperar com o FPÖ. • Rzeczpospolita (Polónia)
🗣 Petru Clej: Como outros líderes de partidos de extrema-direita/radicais/populistas na Europa, o líder do FPÖ é pró-Rússia e rejeita o apoio à Ucrânia. ... Além disso, sob a liderança de Kickl, o FPÖ adotou uma postura cada vez mais revisionista sobre o passado Nacional Socialista do país e está a alimentar um discurso semi-racista e islamofóbico. Mas apesar do FPÖ ter garantido o primeiro lugar, é improvável que Kickl se torne Chanceler. O líder do ÖVP, Karl Nehammer, o único líder partidário que está disposto a formar uma coligação com o FPÖ (como em 1999 e 2017) rejeita categoricamente Kickl como chanceler. ... Kickl também tem um feroz inimigo no Presidente austríaco Alexander Van der Bellen, um pró-europeu convicto que tem o direito constitucional de rejeitar um candidato a chanceler. • G4Media (Roménia)
🧐 Meret Baumann: Por um lado, o FPÖ radicalizou o seu conteúdo sob Kickl. O programa eleitoral contém pontos que rompem com o sistema austríaco. Kickl está abertamente a lutar pela 'Orbanização'. Quando se trata de política externa, quer colocar o país num curso anti-europeu e pró-Kremlin. Por outro lado, pode-se dizer com segurança que o histórico do partido no governo é péssimo. ... Há cinco anos, até o chanceler da época, Sebastian Kurz, declarou 'Basta'. ... Em termos de conteúdo, o desempenho do seu governo com o Partido da Liberdade foi fraco: a maioria das reformas foi apenas remendos, ou foram rescindidas pelos tribunais, ou revelaram-se apenas um truque de relações públicas. • Neue Zürcher Zeitung (Suíça)
✍ Ruslan Rochow: Após as eleições parlamentares na Áustria, avizinha-se um longo processo de negociações de coligação. Uma renovada coligação entre o ÖVP e os Verdes parece impossível devido à falta de votos, bem como a diferenças significativas entre os dois atuais parceiros de coligação. Parece que será formada uma coligação de três partidos pela primeira vez na história da Áustria - entre o ÖVP, SPÖ e Neos. Os liberais poderiam substituir os Verdes como parceiro júnior, embora numa coligação mais ampla. • Facebook
🇩🇪🇪🇺 CDU alemão pressiona Comissão Europeia para financiar vedações fronteiriças
A notícia - O partido de centro-direita alemão CDU, que integra o PPE, está a instar a Comissão Europeia, liderada pela também membro do CDU Ursula von der Leyen, a financiar vedações nas fronteiras da Grécia e da Polónia. Este apelo surge num contexto de aumento da pressão sobre os países de primeira entrada, devido aos novos controlos fronteiriços alemães. A Alemanha reintroduziu medidas para deportar mais requerentes de asilo para os países da UE onde foram inicialmente registados, geralmente localizados nas fronteiras externas da União.
A Grécia solicitou financiamento da UE para construir uma vedação na sua fronteira externa com a Turquia, entre outros esforços. Embora a Comissão tenha afirmado que os Estados-membros são responsáveis pelas suas próprias fortificações fronteiriças, o CDU opõe-se a esta posição.
Alexander Throm, principal deputado do CDU para assuntos internos, declarou à Euractiv que espera que o Governo Federal e a Comissão Europeia não abandonem estados fronteiriços como a Polónia e a Grécia, argumentando que a segurança das fronteiras é uma tarefa que afeta todos os países da UE.
A Comissão Europeia, por sua vez, sugere que uma abordagem comum da UE deve concentrar-se em "soluções inteligentes", como sistemas de vigilância, em vez de vedações físicas.
Fonte: euractiv.com
🏭🌿 Última central elétrica a carvão do Reino Unido encerra, marcando o fim de uma era
A notícia - A última central elétrica a carvão do Reino Unido, a Ratcliffe-on-Soar, encerrará as suas operações a 30 de setembro, marcando o fim de 142 anos de eletricidade gerada a partir de carvão no país. Este encerramento torna o Reino Unido o primeiro país do G7 a eliminar gradualmente o carvão, um marco significativo nos esforços para gerar toda a energia do país a partir de fontes renováveis até 2030. O Ministro da Energia, Michael Shanks, destacou que, embora a era do carvão esteja a terminar, uma nova era de bons empregos no setor energético está apenas a começar.
A central Ratcliffe-on-Soar, localizada no centro de Inglaterra, concluirá o seu último turno à meia-noite após mais de meio século de operação. O gestor da central, Peter O'Grady, descreveu o encerramento como um dia emocionante, refletindo sobre como, há 36 anos, ninguém imaginava um futuro sem geração de energia a carvão.
A transição energética do Reino Unido tem sido notável. Em 1990, o carvão fornecia cerca de 80% da eletricidade do país. Em 2023, essa percentagem caiu para apenas 1%. Atualmente, mais de metade da eletricidade britânica provém de fontes renováveis como a energia eólica e solar, com o restante proveniente de gás natural e energia nuclear.
O encerramento da central marca o fim de uma era industrial que começou em 1882 com a abertura da primeira central elétrica a carvão do mundo, a Edison Electric Light Station, em Londres. A Ratcliffe-on-Soar, inaugurada em 1967, tornou-se um marco visual para milhões de pessoas que passavam pela autoestrada M1 ou viajavam de comboio.
A história do carvão no Reino Unido também está ligada a conflitos sociais significativos, como a greve dos mineiros de 1984, que durou um ano e teve um impacto profundo nas comunidades mineiras e no movimento sindical britânico.
Aprofundar: csmonitor.com, politiken.dk, fastcompany.com
Portugal
🇵🇹 O Tribunal de Contas critica duramente a nacionalização da Efacec, afirmando que nenhum dos objetivos foi alcançado. Até maio, o processo custou aos cofres públicos 484 milhões de euros, podendo chegar aos 564 milhões devido a responsabilidades contingentes. A entidade sublinha que o Estado se apropriou da empresa "sem validar as alegações da sua administração" sobre a sua importância estratégica e viabilidade económica. • publico.pt
🇵🇹 O excedente das contas públicas em Portugal recuou em agosto, fixando-se em 475,5 milhões de euros nos primeiros oito meses de 2024. Este valor representa uma diminuição de 5163,9 milhões de euros face ao mesmo período do ano anterior, resultante de um aumento da despesa (10,9%) superior ao da receita (3%). Apesar deste recuo, o INE reportou um excedente de 1,2% do PIB no primeiro semestre, em contabilidade nacional. • publico.pt
🇵🇹 As medidas para mitigar a crise inflacionista e energética custaram 1.784,5 milhões de euros até agosto. A Direção-Geral do Orçamento reporta uma diminuição da receita em 829,1 milhões de euros e um aumento da despesa em 955,4 milhões de euros. A medida com maior impacto foi a redução das taxas do ISP, equivalente a uma taxa de IVA de 13% sobre os combustíveis, custando 498,8 milhões de euros, além de 188,2 milhões adicionais devido à devolução da receita extra do IVA resultante do aumento do preço dos combustíveis. • 24.sapo.pt
União Europeia
🇩🇪 O chanceler alemão Olaf Scholz apelou à rápida integração dos refugiados no mercado de trabalho. Scholz enfatizou que o trabalho é "o critério decisivo para uma integração bem-sucedida", destacando a importância não só económica, mas também social do emprego. O líder alemão sublinhou que, nos últimos 12 meses, 283 mil novos trabalhadores estrangeiros foram registados na Alemanha, contribuindo para evitar uma contração da força laboral do país. • 24.sapo.pt
🇱🇹 A Lituânia pediu ao Tribunal Penal Internacional que investigue alegados crimes contra a humanidade cometidos pelo regime de Aleksander Lukashenko na Bielorrússia. O Ministério da Justiça lituano argumenta que a expulsão de opositores políticos para a Lituânia permite a investigação pelo TPI. A ministra Ewelina Dobrowolska afirmou: "Esperamos que seja emitido um mandado de captura para Lukashenko", à semelhança do que aconteceu com Vladimir Putin no caso da Ucrânia. • 24.sapo.pt
🇨🇭🇮🇹 Suíça e Itália redesenham fronteira nos Alpes devido ao degelo glaciar. As alterações afetarão áreas próximas ao Matterhorn e populares estâncias de esqui, com a Suíça já tendo aprovado o acordo. As estatísticas mostram que os glaciares suíços perderam 4% do seu volume em 2023, o segundo maior degelo registado. A redefinição das fronteiras visa clarificar as responsabilidades de manutenção das áreas naturais entre os dois países. • bbc.com
🇫🇷 O ex-comissário europeu francês Thierry Breton expressou preocupações sobre a perda de influência da França na UE. Numa entrevista ao Le Monde, Breton criticou o papel dominante da Alemanha, afirmando que "a Comissão está demasiado ao serviço da Alemanha e do Partido Popular Europeu". Após a sua demissão em 16 de setembro, o Presidente Emmanuel Macron nomeou Stéphane Séjourné para substituir Breton na equipa de Ursula von der Leyen. • lemonde.fr
🇭🇺 António Costa reúne-se com Viktor Orbán em Budapeste na terça-feira. O futuro presidente do Conselho Europeu continua o seu roteiro pelas capitais da UE, preparando-se para assumir o cargo a 1 de dezembro. Este encontro com o controverso primeiro-ministro húngaro ocorre durante a presidência rotativa da Hungria no Conselho da UE, que acolherá a primeira cimeira europeia presidida por Costa em meados de dezembro. A visita surge num contexto de tensões, após as criticadas deslocações de Orbán à Ucrânia e à Rússia no início do semestre da presidência húngara. • 24.sapo.pt
Economia
🏠 A prestação da casa vai descer em outubro para os contratos a taxa variável. Segundo simulações da Deco/Dinheiro&Direitos, um empréstimo de 150 mil euros a 30 anos, indexado à Euribor a 12 meses, poderá ter uma redução de até 108,35 euros na prestação mensal. Os contratos indexados à Euribor a 6 e 3 meses também beneficiarão de reduções, com quedas de 57,02 e 26,05 euros, respetivamente. • 24.sapo.pt
🇪🇺 Christine Lagarde prevê descida das taxas Euribor nos próximos meses, à medida que as taxas de juro do BCE diminuam. A presidente do Banco Central Europeu mostrou-se confiante de que a inflação regressará ao objetivo de 2% para estabilidade dos preços, afetando positivamente as Euribor. As projeções do BCE apontam para uma inflação média de 2,5% em 2024, 2,2% em 2025 e 1,9% em 2026, o que poderá resultar em "uma folga" para os mutuários, especialmente em países como Portugal, mais dependentes de taxas de juro variáveis. • 24.sapo.pt
Mundo
🇦🇴 Isabel dos Santos sofre revés na justiça britânica. O Tribunal de Recurso rejeitou unanimemente o pedido da empresária angolana para contestar o congelamento de bens no valor de 580 milhões de libras, decretado em favor da Unitel. Em causa estão empréstimos de 323 milhões de euros e 43 milhões de dólares feitos pela Unitel à holding de Isabel dos Santos entre 2012 e 2013, cujo reembolso foi interrompido em 2020. • 24.sapo.pt
🇨🇳 A China está a implementar um plano de estímulo ao consumo de cerca de 2 biliões de yuans (284 mil milhões de dólares) para 2024. Esta mudança marca uma viragem na estratégia económica chinesa, afastando-se de décadas de priorização do investimento sobre o consumo das famílias. O plano visa aumentar os gastos dos consumidores, que atualmente representam menos de 40% do output económico do país, significativamente abaixo da média global. No entanto, especialistas alertam que "simplesmente aumentar o consumo pode não resolver questões mais profundas da economia chinesa", sugerindo que serão necessários anos de esforços coordenados para reequilibrar o sistema sem riscos de instabilidade. • ca.finance.yahoo.com
🇮🇱 Israel intensifica ações contra aliados do Irão no Médio Oriente. O país atacou alvos do Hamas no Líbano e dos Houthis no Iémen, após o assassinato do líder do Hezbollah no fim de semana. Analistas veem estas ações como um prenúncio de um conflito mais amplo na região. O Irão, até agora, tem respondido com cautela, com o seu líder supremo supostamente escondido. O The New York Times observa que o Irão parece estar a optar pela autopreservação em vez de uma guerra total com Israel. • semafor.com
🇷🇺🇮🇷 O primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin, chegou hoje a Teerão para uma visita oficial, expressando o desejo de Moscovo em intensificar a cooperação com o Irão. Após reunir-se com o primeiro vice-presidente iraniano, Mishustin afirmou: "A Rússia está sinceramente interessada em levar a nossa cooperação a um nível mais elevado". O líder russo destacou a logística, infraestruturas de transporte e turismo como áreas promissoras para colaboração, reforçando a intenção de fortalecer a parceria estratégica entre os dois países. • 24.sapo.pt
ETIQUETAS
Um livro
Visitar Amigos e Outros Contos. Autoria: Luísa Costa Gomes. Editora: Dom Quixote, 2024. “Visitar Amigos reúne treze contos inéditos. Sem ter um fio condutor, a colecção revela, no entanto, certa homogeneidade nos temas e nas abordagens. Alguns contos propõem a revisitação de ideias e linguagens de época, outros vivem do presente e pensam sobre heranças e renovações. Uns mais vincadamente e acidamente humorísticos, outros de carácter sobretudo perplexo, terão como pano de fundo sempre o tempo e a História, e a acção que por acaso ou por necessidade vamos tendo nela.”
Uma exposição
Surrealismo: Um Salto no Vazio. Fundação Cupertino de Miranda, Famalicão, até 16 março de 2025. Curadoria: Marlene Oliveira, Perfecto Cuadrado e Miguel de Carvalho. “Em ano de centenário do surrealismo, há uma história para rever em Famalicão - Seguindo o ideário do surrealismo, a visita a Um Salto no Vazio é uma exposição dinâmica, podendo ser feita seguindo o “raio visível” e com “a maior liberdade de espírito” que Breton reclamava (…). A meio do percurso da visita, há um documento histórico, um retrato ampliado na parede, com o grupo de surrealistas portugueses (Henrique Risques Pereira, Mário Henrique Leiria, António Maria Lisboa, Pedro Oom, Mário Cesariny, Cruzeiro Seixas, Carlos Eurico da Costa e Fernando Alves dos Santos) que participaram na exposição realizada em Lisboa, no Salão Pathé-Baby, em 1949.”
Uma festa
MAAT - 8º aniversário. Lisboa, 4, 5 e 6 outubro de 2024. “Durante três dias, o museu será palco de várias atividades e experiências que exploram a intersecção entre arte, arquitetura e tecnologia.” https://maat.pt/pt/event/8o-aniversario-do-maat