[1.83] UE acelera adesão de Ucrânia e Moldova. Há mais seis países na calha, outro potencial e um, a Turquia, no congelador
Se a Rússia não interromper o alargamento através da guerra na Ucrânia e da infiltração da extrema-direita em França e Itália, a União pode passar a 35 estados-membros em menos de 20 anos.
Uma edição suculenta, esta. A ler:
UE acelera adesão de Ucrânia e Moldova. Se todas as negociações em curso forem concluídas com sucesso no prazo de 20 anos, a União passará dos atuais 27 para 35 estados-membros.
Operação Influencer: 16 juízes validaram escutas a figuras políticas de relevo
Governo aberto a rever acordo de rendimentos
Julian Assange declara-se culpado em caso de espionagem
E ainda as notícias breves de Portugal, da União e do mundo, com destaque para:
Ana Catarina Mendes e João Cotrim de Figueiredo eleitos vice-presidentes dos seus grupos parlamentares europeus
Bulgária ainda não está pronta para aderir à zona euro
semana de quatro dias de trabalho pode ser estendida à administração pública
mais de 500.000 palestinianos estão à beira da fome
VamoLáVer é uma newsletter gratuita para todos os assinantes. Uma das formas de apoiar esta iniciativa de cidadania informada é indicar uma amiga ou amigo, familiar ou conhecido, a quem ela possa interessar. Usando o botão abaixo vai somar pontos por cada novo assinante. E os pontos transformam-se em recompensas — além do gosto de apoiar, as suas referências dão-lhe direitos, veja quais aqui.
ATUALIDADE
UE acelera adesão de Ucrânia e Moldova. Há mais seis países na calha, outro potencial e um, a Turquia, no congelador
A União Europeia (UE) deu um passo histórico nesta terça-feira, 25 de junho, ao lançar formalmente as negociações de adesão com a Ucrânia e a Moldávia. O evento marca o início de um longo processo que pode redesenhar o mapa geopolítico da Europa. As negociações foram inauguradas com duas conferências intergovernamentais separadas no Luxemburgo, reunindo ministros da UE, representantes dos dois países, a Comissão Europeia e a presidência belga do Conselho da UE.
As duas candidaturas foram apresentadas em 2022, após a invasão russa da Ucrânia. Apesar do apoio geral da UE, o caminho para a adesão plena é um grande desafio, exigindo o cumprimento de 35 capítulos de negociação e a aprovação unânime dos 27 estados-membros.
Esta formalização faz avançar Ucrânia e Moldova da lista de uma dezena de países que podem integrar a União, mais cedo ou mais tarde, estando em diversos estádios das negociações — desde a Turquia que as tem congeladas até ao Kosovo, que ainda é apenas um interessado, passando por mais seis países cujas negociações estão em curso.
Se todas as negociações em curso forem concluídas com sucesso no prazo de 20 anos, a União Europeia passará dos atuais 27 para 35 estados-membros. E isto partindo do princípio que a adesão da Turquia está definitivamente posta de parte e que o Kosovo não oficializa a sua candidatura.
O Leste é o objetivo do alagamento (e o problema)
Embora as negociações de adesão geralmente levem anos para ser concluídas, os ministros da UE enfatizaram a natureza “histórica” deste evento. O processo de adesão envolverá extensas reformas e alinhamentos políticos, económicos e legais por parte da Ucrânia e da Moldova para atender aos padrões da UE. Este desenvolvimento sinaliza uma potencial expansão significativa do bloco europeu para o leste, com implicações de longo alcance para o equilíbrio de poder na região.
Há diversos fatores que podem impedir o alargamento no todo ou em parte. Até agora o pior chama-se Viktor Orbán. O PM húngaro é um crítico do alargamento, seja por convicção pessoal, seja pela sua proximidade com Vladimir Putin. A expansão dos movimentos nacionalistas e partidos de extrema-direita, sobretudo nos países centrais da União que são a Alemanha, a França e a Itália, poderá igualmente comprometer o ritmo da expansão europeia e a importância geo-política do bloco.
Quais as vantagens e os desafios para cada um destes dois países que ora aceleram o passo?
Ucrânia
Desafios:
Guerra em curso dificulta cumprimento dos critérios de adesão
Tensões com países como a Polónia sobre exportações agrícolas
Potencial oposição da Hungria no processo
Vantagens:
Forte apoio financeiro e militar da UE
Impulso para reformas e modernização
Moldova
Desafios:
Questão da Transnístria, região separatista pró-Rússia
Necessidade de alinhamento com padrões económicos e legais da UE
Vantagens:
Oportunidade de desenvolvimento económico e institucional
Fortalecimento da orientação pró-europeia
Porque se opõe a Polónia?
Disputas comerciais agrícolas. A Polónia, juntamente com outros países da UE, impôs restrições temporárias à importação de cereais ucranianos em 2023. Esta medida foi tomada para proteger os agricultores polacos, que enfrentavam uma queda nos preços devido ao influxo de produtos agrícolas ucranianos mais baratos.
A situação escalou quando a Ucrânia apresentou uma queixa à Organização Mundial do Comércio contra essas restrições. Em resposta, a Polónia ameaçou expandir a proibição para outros produtos agrícolas e chegou a suspender temporariamente parte do seu apoio militar à Ucrânia.
Essa tensão comercial tem colocado à prova a relação entre os dois países, que até então era marcada por forte apoio polaco à Ucrânia na sua guerra contra a Rússia.
E qual é o problema da Hungria?
As boas relações com a Rússia: o primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán mantém laços próximos com a Rússia, o que influencia sua posição em relação à Ucrânia.
Questões de minorias: a Hungria tem criticado leis ucranianas que limitam o uso de línguas minoritárias, incluindo o húngaro, em escolas e na administração pública. Isso afeta a minoria étnica húngara na Ucrânia.
Política energética: a Hungria depende fortemente do gás russo e opõe-se a sanções da UE contra a Rússia que possam afetar o seu fornecimento de energia.
Ceticismo em relação à expansão da UE: Orbán tem expressado preocupações sobre o impacto económico e político da entrada de novos membros na UE.
O que é a "Questão da Transnístria”? Em quatro pontos
Estatuto separatista: a Transnístria é uma região no leste da Moldova que se declarou independente em 1990, embora não seja reconhecida internacionalmente como um estado soberano.
Conflito congelado: após um breve conflito armado em 1992, a situação evoluiu para um "conflito congelado", com a Transnístria funcionando de facto como um estado separado, embora seja legalmente parte da Moldova.
Orientação pró-Rússia: enquanto a Moldova busca integração com a União Europeia, a Transnístria mantém fortes laços com a Rússia. Há presença militar russa na região, sob o pretexto de missão de paz.
Obstáculo à integração europeia: a existência de um território separatista não resolvido dentro das fronteiras da Moldova complica significativamente seu processo de adesão à UE. A UE geralmente exige que os países candidatos resolvam disputas territoriais antes da adesão.
As prioridades ucranianas
Olha Stefanishyna, vice-primeira-ministra para a Integração Europeia e Euro-Atlântica da Ucrânia, destaca:
primeira e fundamental prioridade tudo o que está relacionado com o Estado de direito
já têm bons progressos em áreas setoriais, como contratação pública e critérios económicos.
considera que nada no processo de adesão pode ser um obstáculo maior do que a guerra
planeia investir no diálogo sobre minorias nacionais, comércio, passagens de fronteira e desenvolvimento
As expectativas moldavas
Cristina Gherasimov, vice-primeira-ministra para a Integração Europeia e negociadora-chefe para a adesão da Moldova, destaca:
espera benefícios significativos para os cidadãos antes da adesão efetiva ao bloco
deseja maior acesso ao mercado europeu para beneficiar a sua economia
ambiciona participar a nível político em reuniões de ministros dos Negócios Estrangeiros da UE
planeia investigar como desenvolver a especialização atualmente em falta na sua administração pública
espera que o início formal das negociações de adesão impulsione o referendo de outubro sobre a adesão à UE
pretende incluir as partes interessadas nos 35 grupos de trabalho sobre cada capítulo de adesão
está a trabalhar para combater a desinformação e propaganda contra a UE no seu espaço informativo.
Outros seis países na calha da adesão, mais um potencial, mais um no congelador
Sérvia: candidato oficial desde 2012. Negociações em andamento, mas progresso lento
Desafios: relações com Kosovo, alinhamento com a política externa da UE (especialmente em relação à Rússia)
Montenegro: candidato oficial desde 2010. Considerado o candidato mais avançado no processo
Desafios: combate à corrupção, fortalecimento do estado de direito
Macedónia do Norte: candidato oficial desde 2005; negociações formais iniciadas em 2022
Desafios: reformas judiciais, disputas históricas com a Bulgária
Albânia: candidato oficial desde 2014; negociações formais iniciadas em 2022
Desafios: reformas no sistema judicial, combate ao crime organizado
Geórgia: candidato oficial desde 2023. Negociações em andamento
Desafios: reformas democráticas, conflitos territoriais (Abecásia e Ossétia do Sul)
Bósnia e Herzegovina: candidato oficial desde Março 2024. Negociações em andamento.
Desafios: complexidade política interna, reformas constitucionais
Kosovo: candidato potencial. Solicitou adesão em 2022
Desafios: não reconhecimento por todos os membros da UE (cinco estados não reconheceram a independência do país); relações com a Sérvia
Turquia: candidato oficial desde 1999; negociações praticamente paralisadas devido a preocupações com o estado de direito e direitos humanos
Desafios: questões políticas, disputas territoriais (Chipre), afastamento dos valores democráticos da UE
Fontes: vários, euractiv.com, commission.europa.eu
🗞️ Operação Influencer: 16 juízes validaram escutas a figuras políticas de relevo
A Operação Influencer, investigação sobre negócios do lítio, hidrogénio e centro de dados em Sines, envolveu escutas telefónicas a várias figuras políticas proeminentes. Entre os visados estão Carlos Moedas, Santos Silva, Ferro Rodrigues, Pedro Nuno Santos e Duarte Cordeiro. As conversas, que passaram pelas mãos de 16 magistrados judiciais, não foram destruídas devido a uma alteração à lei feita no primeiro governo de José Sócrates.
Como começou a investigação?
A investigação teve início em maio de 2020, quando o telemóvel de João Galamba, então secretário de Estado da Energia, foi colocado sob escuta. Isto ocorreu após os investigadores terem fotografado Galamba a almoçar com Marc Rechter, CEO do Resilient Group, envolvido no projeto do hidrogénio em Sines.
Quem validou as escutas?
As escutas foram validadas por vários juízes de instrução, incluindo 12 juízes do Tribunal Central de Instrução Criminal. Entre eles estavam João Bártolo, Filipa Gonçalves, Luís Ribeiro, Jorge Melo e Carlos Alexandre.
Que controvérsia surgiu em torno das escutas?
A revelação de uma conversa entre António Costa e João Galamba sobre a demissão da ex-CEO da TAP gerou polémica. Além disso, surgiram questões sobre o papel dos juízes na autorização e prorrogação das escutas.
Qual é o papel do juiz de instrução nas escutas?
A atual lei não permite aos juízes de instrução fazer uma avaliação qualitativa das escutas, limitando-os a um controlo formal da operação. Isto tem sido alvo de críticas e debate.
Que mudanças ocorreram na lei das escutas?
A reforma penal de 2007, durante o governo de José Sócrates, alterou o papel do juiz nas escutas. Anteriormente, o juiz podia selecionar as conversas relevantes para a prova. Agora, a destruição de escutas é excecional e baseada em critérios específicos.
Quem foi escutado?
António Costa (ex-primeiro-ministro)
João Galamba (ex-secretário de Estado da Energia e ex-ministro das Infraestruturas)
Carlos Moedas (presidente da Câmara Municipal de Lisboa)
Augusto Santos Silva (ex-presidente da Assembleia da República)
Eduardo Ferro Rodrigues (ex-presidente da Assembleia da República)
Pedro Nuno Santos (secretário-geral do PS)
Duarte Cordeiro (ex-ministro do Ambiente)
João Matos Fernandes (antigo ministro do Ambiente)
Paulo Cutileiro (advogado, assessor de José Pedro Aguiar Branco)
Vários presidentes de câmaras (não especificados)
Outros membros do anterior governo (não especificados)
Fonte: visao.pt
🇵🇹 🤝 Governo aberto a rever acordo de rendimentos
O Governo mantém o compromisso de cumprir o acordo de rendimentos em vigor, mas está aberto a alterações. A ministra do Trabalho, Maria do Rosário Palma Ramalho, afirmou que há disponibilidade para rever, modificar ou aperfeiçoar vários temas, incluindo a legislação laboral.
Negociação contínua - A ministra enfatizou que a concertação social é uma instância de negociação contínua. O momento para possíveis mudanças dependerá da vontade dos parceiros sociais e do diálogo em curso nos grupos de trabalho.
Prioridades dos parceiros - Confederações empresariais já apresentaram propostas de alterações à lei laboral. A CTP foca-se em contratos intermitentes e de curta duração, enquanto a CCP prioriza a reposição do banco de horas individual e a revisão do regime de auto-declaração de doença.
Medidas pendentes - O Governo identificou cerca de 30 medidas previstas no acordo que ainda não foram implementadas. Estas serão analisadas por um grupo de trabalho com representantes dos parceiros sociais.
Salário mínimo - O Governo não descarta a revisão das metas para o salário mínimo nacional. O programa do executivo visa atingir 1000 euros no final da legislatura, acima dos 900 euros previstos no acordo atual para 2026.
Fonte: publico.pt
🇺🇸 😮 Julian Assange declara-se culpado em caso de espionagem
Assange admite culpa na aquisição e publicação de documentos militares e diplomáticos dos EUA
EUA retiram pedido de extradição e recomendam pena já cumprida sem multas adicionais
Julian Assange declarou-se culpado num caso criminal relacionado com a aquisição e publicação de registos de guerra e telegramas diplomáticos, comprometendo a segurança nacional dos EUA. Como parte do acordo, os EUA retirarão o pedido de extradição e recomendarão o tempo já cumprido sem multas adicionais.
O acordo resolve o caso apresentado pela administração Trump relativamente aos documentos de má conduta militar dos EUA. Assange foi condenado a cinco anos e dois meses de prisão, mas recebeu crédito pelo mesmo período que passou detido no Reino Unido enquanto lutava contra a extradição.
O anúncio do acordo surgiu duas semanas antes da audiência de Assange no Reino Unido para apelar contra a decisão que aprovava a sua extradição para os EUA. Washington tinha acusado Assange ao abrigo da Lei de Espionagem de 1917.
Pressão política. O Presidente Joe Biden enfrentava crescente pressão para abandonar o caso contra Assange. O governo australiano fez um pedido oficial nesse sentido em fevereiro, e Biden afirmou que o consideraria.
Fonte: dawn.com
Breve cronologia das atividades de Assange
2006: Assange funda o WikiLeaks, criando uma plataforma na Internet para divulgação de informações confidenciais.
2010:
Abril: WikiLeaks divulga vídeo de um ataque aéreo norte-americano que vitimou civis em Bagdade.
Julho: Publica mais de 91.000 documentos sobre a guerra no Afeganistão.
Outubro: Revela 400.000 ficheiros militares sobre a guerra no Iraque.
Novembro: Divulga milhares de telegramas diplomáticos dos EUA.
2010-2012: Assange enfrenta acusações na Suécia e refugia-se na embaixada do Equador em Londres.
2019:
Abril: Assange é detido em Londres após o Equador revogar o seu asilo.
Junho: EUA pedem formalmente a extradição de Assange.
2021:
Janeiro: Juiz britânico decide contra a extradição de Assange.
Dezembro: EUA ganham recurso contra a decisão.
2022:
Março: Supremo Tribunal britânico recusa permissão para Assange recorrer.
Junho: Reino Unido ordena a extradição de Assange para os EUA.
2024:
Fevereiro: Assange faz última tentativa de evitar extradição.
Março: Extradição é suspensa à espera de garantias dos EUA sobre pena de morte.
Maio: Tribunal permite que Assange apresente recurso completo.
Junho: EUA e Assange chegam a acordo para que este se declare culpado de uma acusação criminal em troca de pena já cumprida.
Portugal
🇵🇹 O requerimento do Chega para ouvir António Costa e João Galamba sobre a demissão da ex-presidente da TAP foi chumbado na Comissão de Economia, com votos contra do PS e PSD. O Chega e a Iniciativa Liberal votaram a favor, enquanto o PAN se absteve. Em resposta, o deputado Filipe Melo anunciou que o partido irá apresentar um requerimento potestativo para forçar a audição dos ex-governantes. • sicnoticias.pt
🇵🇹 O ministro da Presidência admite necessidade de rever atestados de residência. António Leitão Amaro reconheceu falhas no sistema de fiscalização da situação de imigrantes durante uma audição parlamentar. O governo está a tentar limitar o "efeito de chamada" de novos imigrantes, anteriormente facilitado pela figura da manifestação de interesse, que permitia iniciar a legalização com apenas 12 meses de descontos. • sicnoticias.pt
🏥 O Governo aprovou a nomeação do conselho de gestão da Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS). Cinco membros foram designados para este órgão, que coadjuvará o diretor executivo António Gandra D'Almeida, por um período de três anos. • jn.pt
União Europeia
🇪🇺 Ana Catarina Mendes e João Cotrim de Figueiredo foram eleitos vice-presidentes de grupos parlamentares europeus. A eurodeputada do PS integra agora a direção dos Socialistas e Democratas, enquanto o representante da IL assume uma posição semelhante na bancada liberal. O grupo socialista, que elegeu 136 eurodeputados, reafirmou o seu compromisso com "uma Europa mais democrática, justa, mais social", sob a liderança reeleita de Iraxte Garper. O grupo Renovar a Europa conta agora com 75 membros, incluindo dois portugueses. • publico.pt
🇫🇷 Cerca de 250 mil franceses no estrangeiro votaram online nas primeiras 24 horas para as eleições legislativas antecipadas de domingo. A votação eletrónica, que decorre entre terça-feira e quinta-feira ao meio-dia, enfrentou problemas iniciais devido à elevada procura. O Ministério dos Negócios Estrangeiros francês aconselhou os eleitores a tentarem aceder mais tarde, enquanto o portal de votação aumenta a sua capacidade. • rtp.pt
🇩🇪 O partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) recua nos planos de formar um novo grupo parlamentar europeu. Após ser excluído do grupo ID, dominado pelo Rassemblement National francês, o AfD considerava criar o seu próprio grupo no Parlamento Europeu. Contudo, o partido decidiu adiar o anúncio para avaliar melhor os potenciais membros, temendo associações a visões nacionalistas mais extremas que possam prejudicar a sua imagem. • euractiv.com
🇵🇱 A Polónia poderá usar a presidência do Conselho da UE em 2025 para rever políticas verdes cruciais. O governo polaco considera o sistema ETS2, que afetará edifícios e transportes a partir de 2027, "inaceitável na sua forma atual". A ministra Katarzyna Pełczyńska-Nałęcz argumenta que o sistema aumentará significativamente os custos para as famílias que ainda utilizam combustíveis fósseis para aquecimento, pretendendo discutir uma revisão no próximo Conselho Europeu. • euractiv.com
🇩🇪 O governo alemão aprovou uma proposta de lei para facilitar a deportação de pessoas que elogiem ou promovam "crimes terroristas". A nova legislação permitirá considerar a glorificação de um único ato terrorista, mesmo nas redes sociais, como motivo suficiente para deportação, sem necessidade de condenação criminal. A ministra do Interior, Nancy Faeser, afirmou: "Estamos a tomar medidas duras contra o crime de ódio islâmico e antissemita online". Esta iniciativa surge após o chanceler Olaf Scholz ter anunciado regras de deportação mais rígidas em resposta a um ataque mortal contra um polícia alemão. • reuters.com
🇧🇬 A Bulgária ainda não está pronta para aderir à zona euro. Segundo relatórios do BCE e da Comissão Europeia, o país cumpre todos os critérios necessários, exceto um: a inflação ainda é demasiado elevada. Apesar de ser membro da UE desde 2007 e ter aderido ao quadro regulamentar bancário da zona euro em 2020, bem como ao Mecanismo Europeu de Taxas de Câmbio, a Bulgária terá de aguardar até controlar melhor a sua taxa de inflação para poder adotar a moeda única. • rr.sapo.pt
Economia
🇵🇹 A EDP Comercial anunciou uma redução média de 11% no preço do carregamento elétrico na rede pública a partir de 1 de julho. Esta decisão foi justificada pela "evolução favorável dos mercados de energia", beneficiando os utilizadores do Cartão EDP Charge nas suas cargas na via pública. • 24.sapo.pt
🇵🇹 O primeiro-ministro Luís Montenegro não exclui a possibilidade de estender a semana de quatro dias de trabalho à administração pública. Durante o debate quinzenal no parlamento, Montenegro afirmou que esta medida pode ser uma forma de "valorização dos trabalhadores do Estado" e uma solução para "inverter a dificuldade em reter trabalhadores na administração pública". No entanto, sublinhou a importância de manter a carga horária semanal e alertou para possíveis desafios na atração de investimento e competitividade do país. • dn.pt
Mundo
🇺🇸 O Supremo Tribunal dos EUA decidiu que o governo federal pode continuar a solicitar a remoção de conteúdos potencialmente desinformativos nas redes sociais. Por uma maioria de 6-3, o tribunal rejeitou as alegações de republicanos e utilizadores que acusavam a administração Biden de violar a Primeira Emenda. Esta decisão é considerada crucial para a Casa Branca, especialmente à medida que se aproximam as eleições presidenciais. • rtp.pt
🇳🇱 O Kremlin reagiu à nomeação de Mark Rutte como próximo secretário-geral da NATO. Dmitry Peskov, porta-voz da presidência russa, afirmou que é "pouco provável que esta escolha mude alguma coisa na linha geral da NATO", mantendo a posição de que a Aliança Atlântica é hostil à Rússia. Esta declaração sugere que Moscovo não espera mudanças significativas na relação com a NATO sob a liderança do ex-primeiro-ministro neerlandês. • rr.sapo.pt
🇮🇷 As eleições presidenciais iranianas de sexta-feira decorrem num contexto de crise económica. Os candidatos prometem revitalizar a economia, mas os eleitores mostram-se céticos quanto à possibilidade de alívio sem o fim das sanções internacionais. A inflação anual ronda os 40%, resultado das sanções dos EUA que reduziram drasticamente as exportações de petróleo desde 2018. Apesar de ter evitado um colapso total, a economia iraniana continua sob pressão, com o governo a recorrer a medidas impopulares como o aumento de impostos. • reuters.com
🇵🇸 A ameaça de fome na Faixa de Gaza foi reavivada após a operação militar israelita em Rafah. Mais de 500.000 palestinianos estão à beira da fome, segundo um relatório da IPC. O estudo revela que mais de metade das famílias trocou roupa por comida, um terço recolhe lixo para vender e mais de 20% dos inquiridos passaram dias e noites inteiros sem comer. A análise alerta que "um alto risco de fome persiste enquanto o conflito continuar e o acesso humanitário for restrito". • washingtonpost.com
ETIQUETAS
Um filme
Onde Está o Pessoa? Realização: Leonor Areal. “Onde Está o Pessoa?: a saída dos espectadores do Teatro República. É difícil imaginar algo de mais árido do que desconstruir, desacelerar, desmontar dois ou três minutos de imagens mudas de época a ver o que conseguimos ver nelas. Parece que estamos a falar de um exercício escolar ou de um estudo histórico que apenas se destina aos especialistas ou aos estudiosos. Mas a aridez aparente da proposta de Onde Está o Pessoa? é simples fachada, porque rapidamente percebemos que há um lado lúdico, divertido, no modo como a investigadora e historiadora Leonor Areal desconstrói as imagens da saída dos espectadores do Teatro República (o actual São Luiz), em 1913, à procura de Fernando Pessoa.” Jorge Mourinha
Um livro
A Cama Onde Elas se Deitam. Autora: Faridah Àbíké-Íyímídé. Editora: Desrotina (Grupo Infinito Particular), 2024. “Aos 25 anos, Faridah Àbíké-Íyímídé quer "mudar o panorama da indústria literária" para sempre. Abrir espaço para "jovens negros, de classes baixas e que pertencem à comunidade LGBTI+" — como ela — e acabar com o desequilíbrio em termos de representação numa indústria editorial "desesperada por histórias diversas". Podem parecer desafios hercúleos e inalcançáveis, mas a jovem escritora Faridah Àbíké-Íyímídé já deu o pontapé de saída para os cumprir.” Sofia Neves
Uma ópera
Dom Garcia – cantata cénica de Joly Braga Santos. CCB, Lisboa, 30 jun, domingo, 19h00. Coprodução Centro Cultural de Belém, ARTPRODES, Associação Musical Lisboa Cantat. Antes do espetáculo haverá uma conversa pré-concerto, às 18h30, no Foyer do Grande Auditório, com o Maestro Vitorino António de Almeida e Cesário Costa.